segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Três Palmeiras

Gosto de um restaurante muito simples lá para os lados de Tavira. Chama-se “Três Palmeiras” (281 325 840). Fica à entrada desta cidade … de quem vem dos lados de Vila Real de Santo António, num bairro / terriola de nome Vale Caranguejo.
Digamos que se trata de um “Varina Bar”, isto é, vemos o cozinheiro a grelhar o peixe… tem uma grelha no meio do pátio…e o peixe, penso eu que sempre fresco, é lá grelhado. Perguntam-se, porquê “Varina Bar”…a razão tem a ver com o enxame de Sushis Bar que vão aparecendo na nossa terra. Se o conceito de atrelar o substantivo bar ao negócio funciona para tanta coisa… porque não tentar neste tipo de negócio… o do Peixe na Grelha.
Mas deixamos destes considerandos e concentremo-nos no prato. Por ali abundam as sardinhas, os chocos, as douradas, os carapaus…e outros familiares. Aviso-os que há que ter alguma paciência, que os luxos não abundam… mas os preços são muito em conta, que o peixe é fresco (repetindo-me) e que comemos o que queremos… quase que podemos pedir à unidade… e servem um pãozinho tostado na grelha … bem gostoso. Mais, há algumas cestas espalhadas pelas mesas com frutas, frutas essas que são a sobremesa. Curiosa apresentação.
Gosto de ir lá… porque se come ao ar livre se assim se quiser ….e aproveitem, está a ser construído um enorme shopping em frente… o 3 Palmeiras talvez não dure mais um ano com estas características.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Última hora



Última hora.

Corre nos corredores do PSD que PSL vai abandonar a corrida à Câmara de Lisboa e tentar ser aceite para as presidenciais americanas. Vamos torcer por ele.
Diz-se que vai acompanado por alguns notáveis "de coisa nenhuma" do nosso Parlamento.
Um grande bem aja a eles

domingo, 5 de outubro de 2008

Mas quer que eu pague?

Dou, de vez em quando, com a seguinte resposta nos locais onde faço as minhas compras: "Quer factura?"
Ao que eu respondo: "Claro", "Sim", etc.
Por regra, quando a compra ultrapassa um valor que não está bem definido na minha mente, peço sempre factura. Quando não gosto do serviço, peço sempre factura. Devia pedir sempre. Devíamos pedir sempre!

Muitos comerciantes perguntam-me pelo meu NC..querendo como que dificultar a sua emissão. Dizem que têm de o escrever... acredito que sim, que não podem passar a respectiva factura sem o mesmo, blá, blá, blá...
Alguns, nitidamente, a passam contra a sua vontade. Noto. Nota-se

Lembro-me lá pelos anos 90 de andar pelo Chile e que todas as minhas compras, café, jornal, etc, davam direito a boleto...isto é, factura. Uma campanha de sentido cívico do governo estipulava a emissão de factura em todas as compras. Não sei o resultado prático... acredito que tenha sido bom. Não será boa ideia?

Parece-me que todos nós devíamos alinhar por este diapasão. Pedir a dita factura quando, por iniciativa própria, o comerciante não a apresenta-se.

Recentemente, após o almoço, peço a conta e a respectiva factura, meio chateado pelo mau serviço prestado. Ao que o dono responde:
- Mas quer factura?
- Não pude deixar de contrapor: Mas quer que eu pague?

Ele respondeu algo indecifrável que remoí-a entre os dentes o qual achei melhor não tentar perceber e lá me deu a factura. Apeteceu-me rasgá-la à sua frente. Não o fiz... estaria a comportar-me como ele.

Gustavo Bécquer

Apanhei este poeta espanhol, Gustavo Adolfo Bécquer,
do séc XVIII...numa leitura ocasional de um jornal espanhol.. desfrutenlo

RIMA LVI

Hoy como ayer, mañana como hoy,
¡y siempre igual!
Un cielo gris, un horizonte eterno
y andar... andar.

Moviéndose a compás, como una estúpida
máquina, el corazón.
La torpe inteligencia del cerebro,
dormida en un rincón.

El alma, que ambiciona un paraíso,
buscándole sin fe,
fatiga sin objeto, ola que rueda
ignorando por qué.

Voz que, incesante, con el mismo tono,
canta el mismo cantar,
gota de agua monótona que cae
y cae, sin cesar.

Así van deslizándose los días,
unos de otros en pos;
hoy lo mismo que ayer...; y todos ellos,
sin gozo ni dolor.

¡Ay, a veces me acuerdo suspirando
del antiguo sufrir!
Amargo es el dolor, ¡pero siquiera
padecer es vivir!


Gustavo Adolfo Bécquer

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Chamem a à SAI

Hoje fiquei espantado ao ver a televisão. Durante uma entrevista num dos telejornais da TV uma senhora foi entrevistada. Esta trabalhava numa sala de mercados de uma qualquer instituição financeira. A entrevistadora perguntou-lhe o que ela fazia (ou qualquer coisa do género). Resposta:
Não sei explicar o que faço. Digo também o mesmo aos meus filhos.

Mandem-na para Wall Street . Já!

domingo, 28 de setembro de 2008

Eventualmente as últimas do ano


GOSTO MUITO

Muitas vezes deparo-me com criaturas que parecem não gostar de nada e ainda, por cima, dizem mal de tudo.

Lembro-me de uma situação que presenciei numa padaria (vulgo minimercado português onde se pode também tomar o pequeno almoço) do Rio de Janeiro, na Rua Marquês de Abrantes (http://www.bairrodocatete.com.br/abrantes.html), lá para o bairro Flamengo.

Estavam 4 senhoras falando. Percebi que 4 amigas. Três falavam; falavam de tudo, mas de tudo que não gostavam. E não gostavam de muita coisa. Para não dizer que não gostavam de nada. A conversa ia desde cenoura cozida (que eu também não gosto) à cor da pasta de dentes que o marido usava. Parecia que elas não gostavam de nada.

Mas o estranho desta conversa estava na quarta senhora, a que não falava. Apenas ouvia. E esse comportamento fez-me estar atento. Felizmente que o fiz. De repente, “ a quarta” dispara como um sniper. Certeiro o seu tiro (como todos os snipers). Diz” eu só não gosto que me façam mal”.

Esta colocação fez-me escrever algumas coisas de que eu gosto. Que eu não devo esquecer que gosto e, parece-me que de vez em quando, esqueço-me que gosto.


GOSTO MUITO

da lua e do sol,
do silêncio,
dos dias que não acabam,
de abraços,
daqueles que sorriem no elevador,
das pessoas que sorriem,
de pessoas autênticas,
das janelas abertas sobre o rio,
de janelas abertas,
de quadros nas paredes,
de fotografias de pessoas,
da cor do fogo,
de comer à mão e lamber os dedos,
de contemplar as estrelas no céu deitado numa rede,
do sol pela manhã,
do barulho do mar ao entardecer,
de coincidências e surpresas,
de ver pessoas felizes,
de olhos e bocas que riem,
de cidades com rio,
de cidades com praia,
de Lisboa, do Rio de Janeiro,
de estar calado,
de jantares improvisados,
de, às vezes, ficar abstracto,
de discos, de livros, de jornais, de revistas,
de ler o jornal na esplanada,
de certas rotinas e de não ter rotina nenhuma,
da praia, da areia, das ondas, do sol, da água,
de acordar tarde,
de me esquecer das horas,
de olhar as pessoas,
dos sorrisos inocentes das crianças,
de ver crianças a brincar na rua (cada vez mais difícil),
de histórias de pessoas,
de pessoas positivas,
da lua só com uma estrela,
de ficar em casa, embalado no seu ritmo ,
de sonhar acordado,
de encontrar os amigos,
de saber que tenho muito (e de muita coisa) para aprender
de passeios sem destino,
de passeios de moto,
que me tratem por “tu”,
de ouvir os pais a tratar os filhos por “tu”,
de restaurantes novos,
de listas de restaurantes,
de quem cozinha bem.


Se o Tempo não pára, não pare você também