domingo, 2 de novembro de 2008

Aprendizagens

O que a aprendizagem e a curiosidade pode fazer e faz por nós.
Texto "roubado" à net.... não sei muito bem a quem... mas muito interessante.


I

Ando pela rua.
Há um buraco ao fundo da rua.
Caio nele.
Estou perdido, … impotente.
Não é culpa minha.
Demoro muito para encontrar a saída.

II
Caminho pela mesma rua.
Há um buraco ao fundo da rua.
Finjo que não vejo.
Caio nele novamente.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Demoro ainda muito para encontrar a saída.

III
Caminho pela mesma rua.
Há um buraco ao fundo da rua.
Vejo que ele está lá.
Caio nele… é um hábito… mas os meus olhos estão abertos.
Sei onde estou.
A culpa é minha.
Saio imediatamente.

IV
Caminho pela mesma rua.
Há um buraco ao fundo da rua.
Contorno-o.

V
Caminho por uma rua diferente.

Felicidades

Felicidade


Montanhas azuis com neve e água azul, fria e turbulenta –

Um céu selvagem repleto de estrelas que nascem

E Vénus e a lua quase cheia quando o sol nasce.

Gaivotas que seguem um barco a motor contra o vento,

Árvores com ramos e raízes no ar;

Sentado ao sol ao meio-dia

Com um furioso fumo da nuvem que sai da chaminé da cabana,

Águias ao vento como se fossem uma,

Andorinhas do mar que vão e vêm

Uma nova espécie de tabaco às onze,

E o meu amor que regressa no autocarro das quatro –



Meu Deus, por que é que nos deste tudo isto?



Malcolm Lowry,

In Outros Poemas do Álcool e do Mar

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Patriotismo, o que isso tem a ver comigo?

Patriotismos, o que isso tem a ver comigo?

Tenho alguma dificuldade em compreender o uso que se faz da palavra Patriotismo (http://pt.wikipedia.org/wiki/Patriotismo). Por altura do europeu de 2004, apesar de me encontrar a viver fora de Portugal, ouvia, contavam-me e olhava na TV o histerismo que recaia sobre a nossa pátria, nomeadamente, na exposição da nossa bandeira. Não havia rua que não tivesse umas quantas, carro que não exibisse uma… quase parecia que o país inteiro andava em procissão… com as mantas expostas nas janelas e o andor a circular pelas ruas rodeado pelos devotos.

Lá de longe achava meio despropositado. Um país inteiro a amar aquela equipa de futebol. Muitos deles, acredito, nunca viram um jogo, nem dele gostam.
O exemplo do futebol é extrapolado para outros desportos, com outros heróis, para outros grandes portugueses que se notabilizam em outras áreas do saber e que, com isso, ganharam uma visibilidade extra.

Eu, confesso, não consegui vibrar com o Nobel do Saramago. Nem aprecio a sua prosa, muito menos os seus pontos de vista. Acredito que alguns de vós partilham desta minha opinião. E interrogo-me do porquê de muitos que exultaram com este Nobel… e eventualmente nunca o leram. O mesmo se passa com outras vitórias que querem partilhar conosoco (muitas vezes os políticos fazem isso, quererem colar-se às vitórias e feitos) … eu, não as vejo como minhas. O caso da Vanessa Fernandes…gostei que tivesse ganho, claro, mas… porque é que a vitória é considerada minha? A vitória da Vanessa é dela e daqueles que muito trabalharam com ela. Nós, a grande maioria, nada fez para que isso acontecesse. Alguns nem sabem que modalidades compõem o Triatlo (www.federacao-triatlo.com).

Mas também me interrogo sobre aquelas parangonas que se dizem … “Amo o meu país”... ou será que alguém tem a capacidade de amar tanta gente, mesmo aquele vizinho cujo cão começa a ladrar desde as 7h da manhã, hora em que o dono sai para o trabalho … e o pobre do bicho fica fechado mais de 12h seguidas e a ladrar e a chorar.
O que me incomoda verdadeiramente é ter que aceitar que fulano A ou B seja português. Como poderei ter orgulho que um violador seja português, que um político use fundos públicos para enriquecer pessoalmente, …, queria que eles fossem de Marte… acredito que por lá não exista vida… pelo menos como a conhecemos.

Mas nesta história do Patriotismo também me faz espécie o imobilismo que caracteriza as nossas gentes. Muitos de nós nascemos, vivemos e morremos no mesmo bairro. Claro que os afectos que vamos criando nos ligam a ele mas, …ficamos impossibilitados de perceber o mundo, de melhorar a nossa vida. Talvez o sistema de ensino que temos possa ser responsável por alguma desta inércia. E eu a lembrar-me que nós, os portugueses, demos novos mundos ao mundo.

Por mim falo. Vivi algum tempo fora… tenho tido a sorte de viajar, quer no país, quer para o estrangeiro…e este acumular de experiências, tenho a certeza, fizeram e fazem de mim um melhor cidadão.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Um conselho... uma última revisão

UM CONSELHO… UMA ÚLTIMA REVISÃO

Nunca deixe de ouvir um conselho. Quem sabe ele ser-lhe-á útil. É sabido que, quanto mais perto estamos do assunto, mais dificuldade temos em perceber as suas falhas. É assim que se passa com o que escrevemos. Na nossa “cabeça” pode fazer todo o sentido…porque conhecemos a história, dominamos o assunto, etc.

Seguem 5 passos que poderemos usar:

o Por isso, é aconselhável após termos redigido o nosso esboço final, que nos levantemos… nos afastemos mentalmente do texto e, que mais tarde, o voltemos a ler.

o Poderá ajudar-nos nesta tarefa tentarmos encarnar o leitor. Tarefa difícil, mas muito útil. Questionar-nos-emos se o texto tem toda a informação necessária? Se faz sentido? Se tem interesse? Se possível, peça que lhe leiam o texto…terá assim o ponto de vista do leitor.

o Eliminar frases longas, palavras desnecessárias, dúbias ou pouco correntes. Nem todos os leitores possuem o seu vocabulário.

o Elimine a voz passiva ou um estilo muito informal (este poderá ser, todavia, apropriado).

o Leia, releia, faça-o em voz alta. Quem sabe se o texto ainda precisará de mais um toque.


Se seguir estes conselhos talvez evite equívocos, situações comprometedoras ou uma explicação ao seu superior. Lembre-se: a Lei de Murphy existe: (http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Murphy). Ela está à sua porta

Lembre-se, o mundo não é perfeito, nem justo....invista tempo na qualidade do seu trabalho…salvaguarde-se.

Acreditem... sei do que falo.

PS: Experimente ler em voz alta um texto numa língua estrangeira e veja a dificuldade que pode ter.

sábado, 25 de outubro de 2008

Mulher é presa após matar 'marido virtual' no Japão

Mulher é presa após matar 'marido virtual' no Japão

Apanhado na internet...
André Vornic
Da BBC News em Tóquio




Maplestory é um jogo sul-coreano muito popular nos países orientais
A polícia do Japão prendeu uma mulher acusada de ter matado o seu 'marido' em um mundo virtual na internet.
Ela alega que teria ficado brava ao ser divorciada do marido virtual sem aviso em um jogo online.

O avatar 'morto' era o alter-ego virtual de um homem de 33 anos, que chamou a polícia após descobrir que seu perfil no jogo havia sido apagado.

A suposta "assassina virtual", uma professora de piano de 43 anos, está sendo mantida em uma prisão na cidade de Sapporo, ao norte do país.

A polícia a acusa de acessar de forma fraudulenta a conta da vítima no jogo online.

Casamento virtual

Os avatares da mulher e da vítima haviam se conhecido online e se casaram virtualmente em um jogo popular, chamado Maplestory.

Segundo a polícia, apesar de a mulher não ter cometido qualquer agressão física contra sua vítima no mundo real, ela deverá ser indiciada por acessar ilegalmente um computador e manipular dados.

Ela estará sujeita, se condenada, a uma pena de até cinco anos de prisão ou a uma multa de até cerca de R$ 12 mil.

O Maplestory é um jogo fabricado na Coréia do Sul que ganhou muita popularidade em diversos países do Oriente.

O principal objetivo do jogo é derrotar monstros, mas ele também pode servir para outras atividades sociais, como relacionamentos e até casamentos virtuais entre os avatares.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Almoços de amigos

Hoje voltei a um restaurante de almoço onde não ia, faz muito tempo. Associação de Cabo Verde, lá para a Rua Duque de Palmela. Fui com um amigo, o F. Rosado. O cara que antecipou que me antecipou o subprime, e eu não acreditei. Ele apresentou-se a situação como se fosse um conjunto quase infinito de balões…..que estavam prestes a rebentar e que iriam rebentar, mais cedo ou mais tarde…. parece que rebentaram.

Lembro-me da primeira vez que lá fui. Trabalhava na Fontes. Ano de 1993/4. Quem me levou foi um amigo querido…que, infelizmente, já não anda por cá, Zé Monteiro. Muito doido, esse meu amigo. Com um coração enorme. Fiquei com saudades dele. Tenho saudades dele. Lembro-me de ter ficado quase que extasiado com o panorama… não falando de termos bebido muito bem.

Após essa primeira vez… religiosamente tornei a Associação como destino único dos meus almoços de quinta-feira. Independentemente de ir ou não acompanhado. Eu sabia que ia lá… dane-se a existência ou não de companhia

O que se passava (e passa por lá): Imaginem um jantar dançante. Agora antecipem o horário. Um almoço dançante. Imaginável para muitos. Uma satisfação para os que lá estavam. Para os que lá vão. È bom mudar de canal… é o que se passava e passa.

Associo também este restaurante (e os restaurantes) a uma amiga minha, Denize. Ela esquece-se do almoço. Como eu. Ela, de almoçar: eu, de já ter almoçado. Enfim… mas damo-nos bem. Não temos jet leg de refeições.

O que quero também registar aqui é que há restaurantes que associamos a algumas fases da vida. No meu caso: Os chineses da Duque de Loulé aos meus 18 anos; o Alfaia também por essa altura e pouco depois. Outros, lá pelo Bairro Alto, mais tarde… enfim, muitos a apontar.

Este, a Associação, acredito que seja transversal à minha vida, à minha (não)dieta.

By the way… falo de Cachupa, o que eu como por lá.

Bom apetite.

domingo, 19 de outubro de 2008

Mal estar nas organizações

Muitos de nós, para não dizer todos, já vivenciamos desconforto ou mesmo insatisfação no nosso lugar de trabalho. As razões são múltiplas, de diversa índole… no entanto, os locais onde esta evidência se torna mais visível são: o próprio local de trabalho ou o nosso lar.

Nós e as empresas para as quais trabalhamos somos seres vivos. No caso das empresas, elas espelham o que os seus empregados são, as suas ambições, as suas limitações… e o seu bem ou mal estar. Parece-me muitas vezes que os empregadores ou os seus gestores não tomam consciência destes factos. E isso é bem visível. Claro, como tudo, há um reverso da moeda…. os trabalhadores, colaboradores ou qualquer que seja o nome que têm… também ajudam (ou prejudicam) ao dinamismo da organização. Muitas vezes por uma indolência e ausência absoluta de responsabilidade, já para não falar de outras falhas mais graves.

É claro que nos tempos que correm, difíceis para a grande maioria, a ideia de nos despedirmos do nosso emprego e procurar outro não será a mais adequada. Mas também, em situações de NÂO CRISE, dizem alguns estudos (um dos quais da www.towersperrin.com) que os trabalhadores tendem a perpetuar a sua posição na organização, mesmo que o ambiente não lhes agrade. E que apenas 13% tendem a ter uma acção proactiva… pensar seriamente em mudar de trabalho.
Penso que esta situação, de alguma inércia, encaixa-se perfeitamente na nossa mão-de-obra. Para além disso, o facto de muitas vezes não queremos abandonar o local, leia-se povoação, onde sempre vivemos, torna mais evidente o não pretendermos mudar uma situação que nos desagrada (ou mesmo alguma falta de ambição). No nosso caso particular, sendo um país pequeno, onde tudo parece que fica perto, dotado com uma boa rede rodoviária e de transportes, mais incompreensível se torna esta atitude. Posso apontar variadíssimos exemplos de como somos um país pequeno. Lembro-me de um caso recente. Trabalho com alguns brasileiros do estado de Minas Gerais. Um deles fazia mais de 1000km em alguns fins de semana para ir à praia. Quando veio para cá manteve-se a viver na Ericeira, trabalhando em Lisboa, para poder usufruir da praia. Pormenor: não sabe nadar. Enfim…mera contemplação e aquele cheiro de maresia.

Deixo-vos agora uma lista alguns sintomas pelos quais passamos quando nos sentimos desconfortáveis no nosso trabalho:
1. Sensação de não poder desenvolver o trabalho com a calma necessária;
2. Baixa auto-estima (subvalorizamo-nos );
3. Negatividade perante as situações;
4. Dispersão e mesmo dificuldade em nos concentrarmo-nos;
5. Stress e desmotivação e falta de ilusão para com o trabalho;
6. Cansaço ou mesmo esgotamento crónico;
7. Dores de cabeça ou o corpo dorido;
8. Inconsciência do tipo de trabalho desenvolvido. Trabalha-se de maneira mecânica;
9. Irritabilidade e susceptibilidade que se transforma em mau humor ou outras reacções negativas;
10. Ansiedade, nervoso e impaciência;
11. Vazio interior devido a uma forte insatisfação;
12. Tristeza e até depressão;
13. Insónia (muitas vezes incapacidade de nos desligarmos do nosso dia a dia).