domingo, 20 de setembro de 2009

PROBLEMAS. Pistas para os resolver?

Perguntas que podemos colocar a nós mesmos para podermos resolver problemas
Retirado de “Cracking Creativity” de Michael Mikalko

1. O que é necessário para solucionar o problema?
2. O que para nós é desconhecido nele? Quanto do desconhecido poderemos saber?
3. O que é que não conseguimos descobrir por enquanto?
4. Que informação temos? É suficiente? É redundante? É contraditória?
5. Podemos inferir algo da informação que possuímos?
6. Podemos construir um diagrama do problema? Representá-lo por uma figura?
7. Quais são as suas fronteiras? Qual o seu alcance?
8. Podemos separar as várias parte do problema? Elas estão interligadas? São completamente independentes? Podemos passá-las a escrito?
9. Já nos deparamos com este problema? Com um semelhante? Com algum relacionado?
10. Caso já tenhamos resolvido no passado um problema igual ou semelhante, poderemos usar a mesma solução? O mesmo método?
11. Podemos constituir cenários da solução que pretendemos utilizar?

Muitas vezes uma nova abordagem do problema, uma maior (ou nova) recolha de informação, uma pausa …pode-nos ajudar a resolver algo que pensamos ser insolúvel.

POESIAS




PEOSIAS

Andava eu recentemente na arrumação dos meus livros e no rasgar dos muitos papeis que sempre consigo acumular e deparei-me, nessa tarde, com um livro de poesia que dei à minha mãe lá pelo Natal de 2002. O livro questão é: 2001 Poemas para o Futuro (http://www.wook.pt/ficha/rosa-do-mundo-2001-poemas-para-o-futuro/a/id/82225).

Tinha uma dedicatória dela…como que uma promessa que iria ler um poema por dia caso a saúde a deixasse. Pouco tempo teve para o fazer. O livro tem essas evidências. Deu-me uma profunda saudade. Um choro mal contido de saudade. Saudade da boa.

Sempre foi meio avesso à poesia. Era uma literatura que apelava a estímulos e a emoções pouco imediatistas. Felizmente que mudei este meu comportamento.

Também por isso tenho vindo a partilhar alguns poemas que tenho apanhado por esta WWW e por alguns livros que tenho tido na mão com a mulher com que eu quero dividir toda a “poesia” que poder vir a usufruir.

sábado, 19 de setembro de 2009

Olimpíadas da sujeira


AS OLIMPÍADAS DA SUJEIRA


Andava eu um destes fins-de-semana pela praia de Monte Gordo quando, à saída, reparo que um sujeito, com idade para ter filhos da minha idade, arremessa uma garrafa pet de 1,5 l em direcção ao balde do lixo…tal qual um lançador de dardo.

Neste seu gesto olímpico até se fez acompanhar por um grunhido. Digo grunhido porque o senhorzinho mostrou mesmo alma de porco.

Naturalmente não acertou no balde. Isto passou-se à minha frente, num domingo, com a praia cheia. Mas ele deve fazer o mesmo da janela do seu quarto a fumar…deitando as beatas para a rua.

Como estava a passar ao lado dele, não me contive e, murmurei baixinho mas o suficientemente para que ouvisse: “quase acertou!”.

Ao que ele voltou a grunhir algo em resposta. Quase imperceptível…mas o nítido suficiente para perceber que o tinha incomodado. Afinal, ele também me incomodou. A mim, e a todos que estavam (e frequentam a praia).

Extraordinário como há quem se divirta ou ache natural estes modalidades e demonstrações públicas de sujeira.

Se o mundo não para, não pare você também

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O MEU MOMENTO BOSSA NOVA

O (SEU / MEU) MOMENTO BOSSA NOVA

Nas águas desse rio indo para o mar;
Iremos navegando sempre sem parar
E vendo tantas nuvens brancas no azul
Esquece a madrugada triste que passou
(Roberto Menescal, Amanechendo)

Keywords: Gestão, Pessoas, Bossa Nova, Comportamento



A Bossa Nova sempre me atraiu. Mesmo antes de saber o que significava, antes de ter ido ao Brasil e ao Rio. Algo parecido com a atracção pelo sexo oposto. Algo nos diz que devemos vir gostar (com algumas excepções que eu respeito).

A palavra apareceu pela primeira vez na década de 1930, em Coisas Nossas, samba do popular cantor Noel Rosa. Mais tarde, no final dos anos 50, apareceu o movimento “A bossa nova” na música popular brasileira.

De início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar samba naquela época. Anos depois, Bossa Nova se tornaria um dos géneros musicais brasileiros mais conhecidos em todo o mundo, especialmente associado a João Gilberto, Vinícius de Moraes, Antônio Carlos Jobim e Luiz Bonfá.

Eu gosto da Bossa Nova porque ela nos dá um embalo simpático, quase não precisamos de ter voz para a cantar, porque nos transmite uma tranquilidade que muitas vezes procuramos e não achamos no nosso dia-a-dia.

Estes sentimentos tornaram-se mais presentes e consistentes em mim com o meu melhor conhecimento de alguma realidade da brasileira, nomeadamente Carioca.

Mas o que eu pretendo passar-vos agora é que devemos incutir este momento no nosso dia-a-dia, sobretudo de trabalho. Encarar o nosso dia laboral com alegria e com pré-disposição para o tornar produtivo e interessante. Encará-lo de forma positiva. Sobretudo esta atitude POSITIVA deve ser ainda mais premente nos (complicados) dias de hoje.

Muitas vezes parte-se do pressuposto que “o sucesso leva à felicidade”. As modernas correntes do pensamento dizem-nos precisamente o contrário, isto é, “ a felicidade leva-nos ao sucesso”.
Uma atitude comportamental suportada nesta linha dá-nos energia, aumenta a nossa capacidade de resiliência, de influenciarmos positivamente quem nos rodeia. Todos estes predicados nos ajudam a atingir o Sucesso. Há quem teorize sobre estes aspectos e lhe dê o nome de “Positive Psychology” (ou pelo nome Study Hapiness).

Há alguns comportamentos que nos permitem “ser felizes” (ou pele menos não infelizes) nas nossas Organizações.

1 – Praticar o bem (sempre nos foi dito isto, desde os tempos da catequese, para aqueles que por lá andaram) e reconhecê-lo. Quem mantém este comportamento atrai para si bons fluidos. Um dos exercícios a efectuar pode passar por, todos os dias, relembrar em voz alta tudo o que de bom nos aconteceu (se possível, algo relacionado com o dia de trabalho). Tente depois que isso se repita nos dias seguintes. Consegue-se assim treinar o cérebro para o lado positivo da vida.

2 – Divirta-se. Divertimento e trabalho não são substantivos mutuamente exclusivos. Um sorriso trocado com um colega ou uma piada, um vídeo divertido do YouTube ou o envio de um email simpático ajuda a criar bom ambiente, a tornar o pensamento mais claro e criativo.
Também alguns estudos afirmam que quando estamos felizes os nossos neurónios são mais rápidos e eficazes. Se nos sentimos em baixo, uma rápida passagem de fotos de momentos felizes, a leitura de um blog ou algo que gostemos, pode modificar favoravelmente o nosso estado de espírito.

3 – Alegre o seu espaço de trabalho. Tudo o que nos rodeia afecta a informação que o nosso cérebro processa. Se decorarmos o nosso espaço de trabalho com imagens e objectos que nos transmitam algo de bom, o nosso cérebro agradece. E estes pequenos (auto) mimos estão perfeitamente ao nosso alcance.

4 - Mantenha o jornal “EU”. Se se sentir incomodado com algo, rumores, boatos, apertado com timmings, tire 5 minutos do seu trabalho e escreva “o que lhe vai na alma”, sobretudo o que o incomoda. A neurociência descobriu que a verbalização dos pensamentos negativos ajuda a eliminá-los. O simples facto de escrever o que nos incomoda diminui a magnitude desse (s) problema (s). Crie um documento no seu PC ou no seu livro de notas, revele-se a ele. Tenha o cuidado de o manter só para si. Verá que ficará mais aliviado.

5 – Invista nas PESSOAS. Todos nós cometemos erros. Sobretudo nos tempos mais difíceis. Deixamos de viver socialmente; entregamo-nos ao trabalho e apenas a ele. Estudos dizem que nos tempos difíceis e apertados a qualidade e quantidade na nossa network nos ajuda a ultrapassar os problemas.
Anos de estudos dizem-nos que relacionamentos próximos com a família e amigos são um dos motores fundamentais para a Felicidade e, ainda por cima, ajuda a que vivamos mais tempo. Se anda arredio das suas amizades não há como as recuperar. Recomece. Tente recuperar uma cada dia.

6 – O seu trabalho é composto por séries de sprints e não por uma maratona. Existe ainda a ideia de que o trabalho deve ser levado de forma contínua, ininterrupta e arrastada. Temos que nos manter por horas a fio em frente ao PC, agarrados ao telefone…até à hora do almoço. O facto de nos mantermos sentados por muto tempo esgota-nos fisicamente, cansa-nos a vista e o cérebro. Devemos, por isso, fazer intervalos curtos de 90 em 90 minutos (de 120 em 120 minutos). Nesse curto período podemos aproveitar para nos movermos, fazermos alguns exercícios de relaxamento, comer algo, ligar a um amigo, algo que nos leve a mudar de canal. O facto também de dividirmos o nosso trabalho em tarefas mais curtas faz com que rapidamente consigamos atingir os objectivos propostos (ou objectivos parcelares) e assim nos motivarmos para as tarefas subsequentes.

Porque a Bossa é para se levar conosco, segue um excerto de “Tempo de feliz” do mestre Vinícius de Moraes e de Baden Powell.

Feliz o tempo que passou, passou
Tempo tão cheio de recordações
Tantas canções ele deixou, deixou
Trazendo paz a tantos corações
Que sons mais lindos tinha pelo ar

De signo Gémeos, que procura procurando.

João Paulo Marques
O tempo não pára, não pare você também.
joaodavespa@hotmail.com; Skype: joaomarques64
Http://www.linkedin.com/in/joaopmarques;
http://jpmarques.blogspot.com
@joaodavespa

domingo, 26 de julho de 2009

OBJECÇÕES

OBJECÇÕES (VÁRIAS) AO NOSSO TRABALHO
"Os verdadeiros analfabetos são aqueles que aprenderam a ler e não lêem.” ( Mário Quintana )
(Ao que eu acrescento ouvir)


Todos os dias deparo-me com Objecções na minha actividade profissional (e não só, claro!), nomeadamente na minha abordagem para apresentar e promover a Organização onde trabalho. Costumo proceder da seguinte forma (que eu faço por ser simples, rápida, explicita e concisa):
- Identifico-me a mim e à Empresa;
- Digo em que sector estamos e o que fazemos;
- Solicito o e-mail e nome da pessoa indicada. Que pode ser o director de marketing ou comercial, produtor ou gerente. Depende do tipo e dimensão da Empresa que eu abordo ou do conhecimento prévio que eu possa ter sobre ela. Muitas vezes sabendo antecipadamente um dos nomes “chave” é mais fácil conseguir o email desse contacto ou de outros. Para o sucesso na recolha desta informação muitas das medias sociais que hoje em dia proliferam podem ajudar-nos a ser mais eficazes nesta busca. Claro que a leitura de jornais e uma ida prévia aos sites das Empresas antes de os contactos serem efectuados são também regras a implementar. Quanto mais informação prévia recolhermos, mais sucesso poderemos ter nesta nossa abordagem.

A razão de eu recolher este apanhado de Objecções (que vos proponho em seguida) teve a ver com uma resposta que me deram recentemente na minha busca por novos Clientes, novos negócios. Ligo, apresento-me, digo o que faço…demoro 10 segundos a apresentar-me e a dizer ao que venho.
Pergunto a quem posso enviar a apresentação e dizem-me:
- À Gerência.
Volto a perguntar e oiço: “Já lhe disse, à Gerência”.
Pergunto se não me pode dar um nome e responde um seco “Não!” (várias vezes oiço esta resposta).
Tento finalizar com um “Estou a falar com?” e oiço “Não interessa, não é importante” (será que essa pessoa não é importante na Organização onde trabalha ou não se julga ela mesmo útil?).
Este tipo de objecções são difíceis de lidar, de ultrapassar e algumas vezes de aturar. Acrescento ainda que pelo site da Empresa esta deve ser bem pequena, por isso, no meu ponto de vista, que poderá ter alguma dificuldade em cativar potenciais fornecedores.

Considero que, imodéstia à parte, pelo facto de alguém entrar em contacto conosco reconhece, na nossa organização, algum prestígio, capacidade de gerar negócio futuro e, sobretudo, poupa-nos, eventualmente, algum tempo na procura de novos fornecedores, novas soluções. Alguns de vocês estão a pensar – Ingénuo. Posso ser…mas receber informação de potenciais fornecedores é sempre bom. Depois, é separar o trigo do joio.

Mas vamos então a algumas das objecções mais habituais. Não vos vou dar as respostas a estas apenas comentar. A cada uma há varias contestações possíveis. O facto de estas já estarem no nosso subconsciente ajuda-nos a argumentar melhor. Aqui vão algumas das mais vulgares:
o Não estou interessado (talvez a mais recorrente).
o Não precisamos.
o Deixámos de usar (uma boa oportunidade de perguntar porquê).
o Já temos um fornecedor (como se um único fornecedor desse garantias absolutas de sucesso presente e futuro).
o Estamos satisfeitos com o nosso fornecedor (resposta polida mas não salvaguarda roturas ou novos desenvolvimentos tecnológicos).
o Temos contrato de exclusividade com a sua concorrência.
o Não é da minha área (típica, em alguns casos, em que um NÂO é a resposta mais cómoda a dar).
o Esse departamento já não existe.
o Não temos tempo para marcar reunião. Ligue-me daqui a 6 meses (será que há agendas tão preenchidas).
o Temos outras prioridades / outras estratégias.
o Já tentámos e não funciona conosco (boa altura para perguntar porquê).
o Estamos a apostar (já) noutra tecnologia.
o Não acredito na vossa tecnologia. Nunca vi nada de significativo e diferenciador nela.
o Os vossos tempos de entrega são muito demorados (pode ser algo que tenhamos que melhorar).
o Precisamos de melhor qualidade (aqui podemos ter um alerta sobre a imagem que temos no mercado).
o Que garantias nos dão? Nunca ouvi falar de vocês
o Acho que não têm dimensão para nós (ou ajustada a nós).
o Não gosto de vocês, dos vossos valores, da vossa administração, de si (já me aconteceu, acho que as 4 hipóteses).
o O que me trazem novo? Nada!
o Sabe, faço negócio com esta Empresa há muitos anos. Tenho até lá um familiar (panelinhas).
o Não preenchem todos os quesitos que exigimos (será que estamos desajustados das novas tendências).
o Não sabemos como podemos implementar o vosso serviço.
o Tem muito risco.

Algumas relacionadas especificamente com custos / investimentos:
Não temos orçamento. Ligue-me para o ano que vem (pode ser verdade,
mas…).
Estamos a reduzir custos, precisamente, nessa área.
Não cabe no nosso budget.
O nosso fornecedor habitual é mais barato.
O vosso preçoestá desajustado do mercado (temos algum argumento para justificar este diferencial).
Não podemos comprar (porquê: preço, política da empresa, valores…).
Ninguém (já) usa isso. (preocupante).
Tem que nos apresentar uma proposta melhor. (melhor em quê).
É caro! (tentar perceber o porquê).
Muitas e muitas mais Objecções eu podia acrescentar.
Há, todavia, sempre novas abordagens que a força de vendas pode utilizar. Cada interlocutor tem as suas reticências, as suas reservas, os seus pontos de vista e o tempo ajustado para poder ser contactado. Igualmente, todos os dias a Lei de Murphy se pode verificar.

Com este levantamento pode já ficar com algumas respostas em carteira. Prontas a serem usadas. Sobretudo, NÃO SE DEIXE VENCER PELA PORTA FRIA.

Gémeos, que gosta da porta fria no seu trabalho, que tenta ter sempre a sua porta aberta e que se esquece algumas vezes por porta-chaves dentro de casa.
João Paulo Marques
O tempo não pára, não pare você também.
http://www.linkedin.com/in/joaopmarques






quarta-feira, 8 de julho de 2009

Estou Cansado

Estou Cansado

Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa

PS: Mandaram-se este poema. Acredito que o FP não se chateie com este plágio

terça-feira, 30 de junho de 2009

HISTÓRIAS E ALGUMAS IDEIAS

HISTÓRIAS E ALGUMAS IDEIAS


Estes são os meus princípios. Se não vos agrada, tenho outros. (Groucho Marx)

Faço vida profissional na área das vendas já faz uns anos. Mas nas compras e nas negociações já levo bem mais tempo. Negociações domésticas ao princípio, e por ai em diante.

Digo-vos que gosto na área comercial. É (devia ser) um aprendizado (ou um reaprendizado) permanente e muitas vezes gratuito. Ao mesmo tempo que se trata de um desafio interessante.

Conquistar um Cliente novo, ganhar uma adjudicação em virtude de um serviço superior que estejamos a prestar ou da confiança incutida aos nossos Clientes é sempre algo que nos motiva e nos enche de brio.

Também aprendemos com os nossos erros e com as trapaças que nos pregam e nas quais caímos (de forma mais ou menos ingénua) ou com a má vontade súbita e inexplicável de terceiros em quem confiávamos.

Tenho sabido recentemente de algumas histórias (aliás, elas sempre aparecem) que me deixaram confuso. Confuso com a desonestidade das pessoas e com a falta de sentido cívico e de liderança que demonstram. Seguem, em seguida, algumas:

1) A história envolve um bonequinho que andava a ser vendido em papelarias e em casas similares por uma Empresa portuguesa. O negócio prosperava. Já ia no terceiro ano em que ele era comercializado cá na terra.
Era normal o escritório, na altura do Natal, estar quase sempre fechado. As vendas, por essa altura, disparam e torna-se necessário a presença da equipe de vendas (e, como todos nessa empresa, são também vendedores, andam na rua) nos Clientes. O escritório anda vazio e permanece assim até início de Janeiro. Ora, um vendedor espertalhaço, curiosamente o que era mais solicito e prestável a todos os apertos e sabendo deste facto -encerramento no Natal - resolveu ir ao fornecedor internacional e dizer simplesmente isto:
- O vosso Cliente em Portugal faliu! Se quiserem comprovar tentem entrar em contacto com o escritório, mandem faxes, liguem, …verão que não terão resposta. Claro que mais “de mentiras” pode ter sido dito. Ao que o dito vendedor rematou: - “ Eu estou interessado em pegar no vosso negócio e sei como funciona e dou garantias de TUDO.” Ele sabia como tudo funcionava.
Os Fornecedores ligaram, ligaram, ligaram….para cá e nada. Um silêncio absoluto.
Felizmente que alguém foi ao escritório e viu por lá vários faxes e entrou em contacto com o dito fornecedor e, simultaneamente, este, achando mesmo assim estranho o súbito desaparecimento, protelou a assinatura do novo contrato. Caso contrário, uma bela falcatrua seria feita.

2) Passadas numa PME
2.1) A Empresa é gerida de uma forma muito,…, digamos que Musculada, pelo que me foi confessado. A sua gestão muitas vezes, para não dizer a maioria das vezes…ou todas mesmo, contratava, despedia os colaboradores sem dar o mínimo cavaco. Uso o plural por que não foram nem 5, nem 6 …foram algumas mais.
Alguns destes Eventos eram acompanhados por intervenções públicas e inflamadas por parte da Gerência (gerente). Lembrava, pelo que me descreveram, as muito interventivas discussões no Parlamento Coreano.
Estranho era que essa gerência (esse gerente) não entendia ou não queria entender o mal- estar que esta situação causava na assistência silenciosa. A mim confiaram-me esse mal estar. Acredito que o mesmo seja sentido por todos.

2.2) Vários dos investimentos efectuados não são transmitidos correctamente à equipa de vendas. Não existe uma newsletter, um e-mail, uma reunião sobre o assunto. Nenhuma explicação técnica é dada, nada é dito sobre os mesmos, sobre o que podem fazer para potenciar as vendas…será que se esquecem que o sucesso da Organização passa também pela motivação da sua equipa de vendas?

Após alguns casos curiosos que me foram confiados sobre posturas que envolvem a Força de Vendas e a Organização como um todo. Proponho-vos uma compilação de algumas ideias de como um Vendedor (e todos somos vendedores pelo menos da nossa imagem) pode estar no mercado.
· Apostar na formação constante. Fazer com que se esteja sempre preparado. Vendedores de chamada banha da cobra já não subsistem. Os vendedores são os actores da Organização. Eventualmente aqueles que têm mais exposição. Muitas vezes o uso de algumas regras e não utilização de certas palavras, como por exemplo, usar diminutivos ou menosprezar os trabalhos que nos são pedidos e adjudicados (é um trabalhinho para nós), podem transformar, de forma positiva, o discurso da equipe de vendas.
· Ter entusiasmo e motivação. Pelo menos, mesmo que seja menos verdade, demonstre-o. Caso necessite, tente auto-motivar-se. Ter uma atitude positiva perante os factos também ajuda bastante.
· Persistência é algo que quem trabalha na área comercial tem de ter. O NÃO, em regra, é a resposta mais fácil e imediata de ser ouvida. Muitas vezes é dada por falta de tempo dos nossos interlocutores (o que pode ser verdade), por insuficiente informação dada por nós, por estarmos a falar com a pessoa errada. Certifique-se que estes quesitos ou contingências foram cumpridas ou são verdadeiras. Repita a chamada. Não se deixe vencer por uma Porta Fria. Um NÃO quase sempre encerra menos responsabilidades que um SIM. Dá menos trabalho que um SIM.
· Capacidade de ouvir é algo que falta a muita gente. Ouvir e compreender é essencial para tudo. Deixe o Cliente falar. Enquanto ele fala, vai sabendo da vida dele. Do que ele pretende, de como ele pensa, dos seus receios, etc. Aproveite o tempo que tem com ele. Há Clientes de todo o tipo. Os que falam, os que falam muito, os que falam apenas o essencial, etc. Só se conhece bem o Cliente, profissional e não profissionalmente, se o deixarmos falar.
· Faça perguntas construtivas, curiosas. Não aproveite a conversa para falar mal da concorrência, da sua Empresa ou da sua vida. Não interrompa o seu Cliente, não o corrija. Se tiver que o fazer, há sempre maneiras polidas de o fazer. Essa correcção pode sempre ser feita à posteriori.
· Mostrar segurança e firmeza é essencial. Quem faz negócios com alguém inseguro? Muito pouca gente. Essa segurança transmite-se no seu discurso e na linguagem gestual usada. Faça destes predicados boas ferramentas para a sua actividade.
· A segurança também é demonstrada pelo conhecimento que detém do seu produto / serviço. Quando mais souber do que vende, de como é produzido, mais fácil se torna a venda. É necessário acreditar no que se vende. Torna assim mais consistente e verdadeiro o seu discurso. Não prometa o que não pode. Não fale do que não sabe. Um telefonema para esclarecer uma dúvida junto da Organização ou uma resposta posterior, mas rápida, mostra também eficácia e pro-actividade.
· Todas as Vendas são um desafio novo. Os Clientes novos são um desafio acrescido. É necessário sair da zona de conforto para ter sucesso nas Vendas. Gostar de desafios e ter uma atitude positiva são ingredientes fundamentais para se ter sucesso na área comercial.
· Ter boa aparência e vestir de maneira adequada é algo que muitas vezes é esquecido. Lembro-me de um “não Colega” (pessoa com quem trabalhei e da qual não guardo boas recordações) que trabalhava a conta de um Partido Político. Após algumas visitas / reuniões, passou a deixar no carro a gravata e, posteriormente, o casaco. De alguma maneira assemelhou-se ao seu Cliente.
· Um bom serviço pós-venda cada vez mais é um elemento diferenciador. A venda não se esgota com a entrega da mercadoria e respectivo pagamento. Incuta aos seus vendedores, ao seu trabalho, esta preocupação. Um bom serviço pós-venda é um óptimo sistema de fidelização de Clientes e um método excelente de melhoria de qualidade. Qualquer deles gratuito. Um bom serviço pós-venda também demonstra pro-actividade. E, nos tempos que correm, cada vez mais há que o ser.
· A pró-actividade também está intimamente ligada com a procura de new business. Também ajuda a que se diversifique o negócio junto das Empresas. Para este aumento do envolvimento é muito útil ouvir os Clientes. Deixá-los falar.
· Mostrar lealdade, compreensão e não tentar enganar o Cliente são o comportamento a ter. Se discordar, faça-o de um modo polido. Não fale mais alto do que ele. Não contradiga de forma brusca e seca o Cliente. Pode não confiar nele, mas há garantias que pode obter para que os negócios acordados sejam concretizados. Já o inverso é mais difícil de suceder. É sabido que um Cliente insatisfeito fala muito mais do que um Cliente satisfeito. Muitas vezes, os primeiros contactos que desenvolvemos com os nossos Clientes podem chegar a ser pouco amistosos, inconclusivos, improdutivos. Mas, se ele dispôs de algum tempo para nós, é por que teve interesse.
· Esteja comprometido com o sucesso do seu Cliente. A confiança que lhe transmite, é o que ele fala de si. Seja o seu Personal Trainer. Quanto mais bem preparado ele estiver, melhor é para a sua Organização.

Uma característica que os mercados hoje em dia têm é que a Oferta tende a ser muito superior à Procura. Olhe para a sua Empresa, enquadre-a no seu mercado e chegará, com muita certeza, a esta conclusão.

Esteja ciente que hoje em dia a Formação concedida aos seus trabalhadores e a que pretende obter para si pode ser conseguida com um baixo custo ou mesmo de forma gratuita. A Internet está cheia de informação.

Igualmente, poucos segredos se podem guardar. Segredos que possam ter a ver com os equipamentos que se possuem ou sobre os nomes de quem está à frente de alguma Organização ou Departamento. Mais uma vez a WEB pode dar essa informação ou a multiplicidade de medias socais ou profissionais que existem ou mesmo o próprio site da Empresa. Sei de uma Organização que não deixa fotografar os equipamentos, nem é muito amiga de visitas às suas instalações; no entanto, expõe tudo no seu site. Descuido? Não sei. Má imagem? Sim!

O tempo não pára, não pare você também.

João Paulo Marqueshttp://jpmarques.blogspot.com; http://www.linkedin.com/in/joaopmarques

Gémeos, com vontade de estar em muito lado ao mesmo tempo e sem o conseguir. Por enquanto!?