segunda-feira, 21 de maio de 2012

10 - A sua ZONA DE (des)CONFORTO


10 -   A sua ZONA DE  (des)CONFORTO

"Não existe nada permanente, exceto a mudança." Héraclito de Éfaso

Keywords: Vendas, Reunião, Clientes, Fornecedores


A chegada de um novo fornecedor pode ser a sua entrada no Zona de Desconforto. Pode, mas não deve.  O eventual "Desconforto" é provocado  por tudo o que é novo e que ele nos traz. Mesmo que seja a mera substituição de um serviço que não esteja a funcionar muito bem. Mas são estas saídas da Zona de Conforto que podem trazer algo de novo à sua empresa, mais dinamismo à sua organização e mais e melhores competências ao seu trabalho, a si.

 Mas a Zona de Conforto também está do outro lado, do lado do Fornecedor, do Vendedor. Este, à medida que desenvolve a sua actividade profissional, vai constituindo a sua carteira de Clientes e todos sabemos o quão difícil é fazê-la.  Fazer a primeira Venda  (e conseguir que se faça uma segunda venda). E o que acontece algumas vezes é que os Vendedores (e Clientes) vão-se  habituando aos seus parceiros tradicionais (e deixam-se andar assim) e, de repente, ficam sem Clientes ou as suas tecnologias ficam obsoletas.

Um exemplo típico desta inércia, por parte de Consumidores, são os contratos que mantemos com os operadores de TV por Cabo e Internet. Nestes sectores há sempre promoções, mais serviços, que visam atrair novos Clientes (talvez seja a altura de avaliar o seu contrato deste serviço).

Não quero dizer que nos devemos manter sempre fora ou dentro da Zona de Conforto, mas sim que devemos traçar uma linha imaginária, dinâmica, e manter os nossos pés ora de um lado, ora do outro e assim irmos, aos poucos alargando a nossa Zona de Conforto. Esta será mais ampla, quanto maior for a nossa ambição e a nossa preparação.

O facto de sistematicamente ficar sentado dentro da sua Zona de Conforto, mais cedo ou mais tarde, irá trazer-lhe problemas. O mercado é cada vez mais competitivo, as tecnologias cada vez  mais depressa se tornam obsoletas, as empresas, em alguns sectores, aparecem e desaparecem e quase ninguém dá por elas (veja-se a velocidade com que  gabinetes de design e agências de publicidade que nascem e morrem), a rotação de profissionais entre empresas cada vez é maior, a mudança geográfica de trabalhadores tende, cada vez mais a ser uma realidade, etc.

Se você for um profissional ambicioso, que se prepara, que procura novos Clientes e Fornecedores, não descurando manter aqueles que lhe trazem benefícios (ou que lhe prestam um bom serviço), com muita certeza, vai, mais dificilmente, ser apanhado desprevenido e ficar, eventualmente, desempregado.

Seguem algumas sugestões (6)  para aumentar a sua Zona de Conforto:

Aprenda sempre - Aprenda por si e com os outros. Não deixe também de passar o seu conhecimento.  Nesta partilha de conhecimento, todos ganham. Recentemente a NIKE, através do programa GreenXchange, divulgou algumas centenas das suas patentes. A única condição para serem usadas é que as empresas não podiam ser concorrentes. Esta sua partilha de conhecimento deve ter permitido a muitas empresas melhorarem as suas competências.

Oportunidades estão por aí - Para as encontrar tem que sair da sua secretária, ir a eventos, visitar Clientes, falar com Fornecedores, dialogar com a concorrência. Estar atento, ser crítico, não aceitar a primeira resposta ou evidência. Procurar um sonho, mesmo que todo o ambiente que o envolve (a si) leve que os outros pensem que não o conseguirá atingir.
Há quem diga que uns têm azar e outros sorte. Pode ser meia verdade; eu acredito que seja um pouco assim. Mas muitos dos que têm sorte, procuraram-na e ela aparece.

Seja proctivo - Mexa-se, desenvolva ideias, fale com uns e outros. Faça cross selling e up-selling. Não se acomode. Os Clientes compram a quem aparece, àqueles que estão ao seu lado, aos que lhe resolvem problemas, que não falham. E se falharem, aparecem, explicam-se, e resolvem-no.
Seja resiliente - "Pesquisas conduzidas por Harvard, nos Estados Unidos, indicam que um Gestor passa, em média, por 23 adversidades por dia, razão pela qual o índice de resiliência é um factor fundamental para transformação das barreiras em oportunidades e  consequentes resultados. Outro ponto que deve ser muito considerado é a constatacção de que 80% das competências podem ser perdidas diante das situações adversas, em especial em tempos de mudanças organizacionais." (retirado da WWW).

Faça Brainstorm - O facto de se reunir com terceiros, muitas vezes que nada têm a ver com o seu trabalho directamente, mas que o podem completar ou dar-lhe insights ou intuições diferentes, poderá incrementar a sua Zona de Conforto.
Serendipidade - As ligações / contactos que se fazem ocasional e aleatoriamente podem, não logo  no momento presente, mas num futuro muito imediato, serem uma fonte de criatividade, de incrementarem a sua Zona de Conforto.


Mas é importante (para quase todos nós) termos a nossa Zona de Conforto. Este nosso posicionamento leva-nos a que  o nosso trabalho seja bem feito. O que nos traz Confiança, por sua vez nos leva a melhorar a nossa Autoestima e, por fim, a de conseguir a Venda.

Encontre e crie a sua Zona de Conforto dinâmica e fique nela! Mas não se esqueça:  "Life is a lot like jazz... It's best when you improvise." - George Gershwin


PS: Para uma leitura simples de Heraclito, veja este link: http://jpmarques.blogspot.pt/2011/05/heraclito-e-sua-sabedoria.html



João Paulo Marques
O tempo não pára, não pare você também.
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http://jpmarques.blogspot.com; joaodavespa@hotmail.com
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quinta-feira, 17 de maio de 2012

8 - QUE PERGUNTAS NÃO FAZER


8 - QUE PERGUNTAS NÃO FAZER

Keywords: Vendas, Reunião, Clientes, Fornecedores

Confie nas pessoas, mas também desconfie delas (provérbio chinês).

É bom "perguntor"? Tornar-se um bom questionador é algo que se pode aprender.  Quem trabalha em vendas tem de ser curioso, activo e reactivo, ser descarado e ter bom senso. Estes são predicados que os Vendedores devem ter. A existência destes fazem a diferença entre bons e maus Vendedores.
Sabemos a importância de "perguntar bem" para se conseguir as respostas que se querem. Tem que se que fazer as  perguntas adequadas a cada momento e, obviamente, ajustadas a cada Cliente.

Há, como é natural, perguntas que não devemos fazer. Estas, ao serem feitas, podem fazer com que possamos perder a venda e, pior, perder o Cliente. Em alguns casos, é perder o Cliente para sempre. Pior do que um mau serviço, perguntas despropositadas podem aniquilar o relacionamento com um Cliente.
Após a introdução (ou a small talk que convém ser feita), há que ter cuidado com o que perguntar. Segue uma listagem de perguntas que se deve evitar fazer:

1.      Fazer poucas ou nenhumas perguntas.
2.      Não perguntar o óbvio.
3.      Fazer perguntas pouco inteligentes.
4.      Fazer demasiadas perguntas.
5.      Fazer demasiadas perguntas abertas.
6.      Fazer demasiadas perguntas fechadas
7.      Não fazer perguntas ambiciosas.
8.      Assumirmos que temos todas as respostas às potencias perguntas.
9.      Assumir que o Cliente tem todas as respostas relativamente à nossa Empresa.
10.  Evitar perguntas sobre questões sensíveis e do foro íntimo de cada um.
11.  Não usar perguntas que qualifiquem e quantifiquem.
12.  Responder a uma pergunta com outra pergunta.
13.  Não responder às objecções, às críticas.
14.  Não ouvir as respostas às nossas perguntas.
15.  Não fazer perguntas de confirmação.
16.  Responder a perguntas que não são feitas.
17.  Falar sobre tudo, menos sobre a venda e tudo o que envolve a mesma.
18.  Há Clientes aos quais nunca se deve fazer determinado tipo de perguntas.

Para não corrermos o risco de fazer uma ou várias destas 18 perguntas, vamos preparar-nos melhor para as reuniões e, durante as mesmas, estarmos consciente das perguntas que não deveremos fazer.


Um truque importante a ser aplicado para nos dar um breve momento de “pensamento” é o do copo de água. Em caso de dúvida,  se deve ou não perguntar algo, pode pegar na garrafa de água que está à sua frente, encher o seu copo, beber a água e…pensar no que vai dizer.

Com toda a certeza a resposta será mais "pensada".


 João Paulo Marques
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terça-feira, 15 de maio de 2012

7 - Perguntas a fazer


7 - Perguntas a fazer
Aprenda com o que eles fazem...(Lao Tzê)

Keywords: Vendas, Reunião, Clientes, Fornecedores

Há variadíssimas perguntas a fazer e inúmeras situações em que as pode (ou não) usar. O facto de as ter preparadas, digo escritas, ajuda-o a que não se esqueça das mesmas. Para que não saia tudo de improviso ou se esqueça, faça um improviso escrito. Escreva-as na sua cartilha e memorize-as. Leia-as  antes das reuniões.

Como há Clientes e Clientes, situações e situações, tempo e tempo para ocupar (ou não) o  Cliente.  Poderá, assim,  utilizar as perguntas que seguem ( ou não).

Mais,  para pensar nas perguntas a fazer, questione-se primeiro a si mesmo.  Estas 4 seguintes  reflexões podem ajudá-lo.

1.        Quem somos?
2.        O que representamos?
3.        O que temos para oferecer
4.        O que queremos?

Sabendo estas respostas, conseguirá formular melhor as perguntas que irá fazer aos Clientes. Eis algumas que pode fazer:

1.        O que pretende fazer com este produto?
2.        Como e com quem vai
3.        executar os serviços que propomos?
4.        Que departamentos podem vir a participar neste projecto? Que departamentos participavam neste projecto?
5.        Os seus colaboradores já trabalharam com este tecnologia? Têm experiência com a mesma?
6.        Quem são os seus Clientes? O que podem eles esperar deste novo serviço?
7.        Quais são os seus serviços / produtos?
8.        O que espera da Empresa que trabalhe com vocês?
9.        Quais são os seus projectos para o futuro?
10.    Com quem mais devemos falar  na sua Empresa?
11.    Com quem mais quer que falemos na sua Empresa?
12.    Quem é a nossa concorrência neste serviço?
13.    Podemos ter acesso a um organigrama?
14.    Qual a urgência desta solução?
15.    Irá ser replicada?
16.    Quantos utilizadores terá este serviço?
17.    Vai ser só utilizado nestas instalações?
18.    Gostaria de ter mais informação sobre os nossos serviços? Sobre a nossa Empresa?
19.    Quererá colocar em contacto os vossos técnicos com os nossos técnicos?
20.    Que mais informações necessitam para finalizar o negócio?
   0.  Faça perguntas. Faça mesmo! 


Muitas e muitas mais perguntas poderemos fazer. O importante desta estratégia, de formular previamente perguntas, é que poderá também antecipar respostas, ter uma atitude mais profissional e exigente para consigo mesmo, para com o seu trabalho e demonstrar ao Cliente o seu profissionalismo.

Sobretudo, não invente e não se incomode se não tiver as respostas para tudo. Poderá dar a resposta mais tarde ou colocar um especialista a dialogar com o Cliente. Não tem necessariamente de saber tudo de tudo. A Empresa, em regra, não é só você.




João Paulo Marques
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sábado, 12 de maio de 2012

Why ask why? (by Seth Godin)

Why ask why? (by Seth Godin)

 
"Why?" is the most important question, not asked nearly enough.
Seth Godin ( not me)
Hint: "Because I said so," is not a valid answer.
  • Why does it work this way?
  • Why is that our goal?
  • Why did you say no?
  • Why are we treating people differently?
  • Why is this our policy?
  • Why don't we enter this market?
  • Why did you change your mind?
  • Why are we having this meeting?
  • Why not?

Entre outros que deviam ler este texto, lembro-me dos J´s dos partidos políticos.
Among others that should read this text, I remember the J's from political parties.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Os Chatos (dos Clientes e dos Fornecedores)

6 - OS CHATOS (dos Clientes e não só)



“Há 2 espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e ... os amigos, 

que são os nossos chatos predilectos”. Mário Quintana



Este texto também é para a minha leitura e compreensão. Vou ter que fazer uso dele e defender-me  também de más impressões que de vez em quando possa causar. Isto é, entender quando estou a ser chato…sem necessitar de que outros me digam que o estou a ser.



Ora aí vamos. Quero falar-vos de Chatos. Sobretudo de Clientes Chatos (e de Fornecedores Chatos). Homessa, como os há Eu enfatizo: Fornecedores e Clientes.



Como podemos lidar com eles?

É preciso primeiro perceber o porquê de serem Chatos. E há algumas razões. Arranjei oito. Penso que chega. Mas, caso tenham mais “protótipos” de chatos, digam-me. Não se importem de me chatear.



Vou teorizar na óptica do Fornecedor…apenas porque é a “cadeira profissional” de que faço uso habitualmente na minha vida profissional.



Razões exógenas:

- Chatos porque algo correu mal no serviço que prestámos,

- Chatos porque tiveram um mau dia,

- Porque nós fomos chatos.



Razões endógenas

- Porque são mesmo chatos.

- Porque têm pé chato (mas esta não conta para aqui).



Outras

- São chatos,  mas pensam que não o são. (esta é particularmente difícil de lidar)

- Ele nasceu Chato (uma extensão do caso anterior e de difícil resolução).

- Você é que é o chato e não percebe (uma boa possibilidade).



Estes três últimos casos levam-me a fazer já um comentário. É bem difícil lidar com eles.





Algumas sugestões / dicas para lidar com os perfis descritos.



  1.  Deixe-o falar…até ao fim. Não o interrompa. Se o fizer, pode piorar bastante a situação. Ele, ao falar, acalma-se. Porquê? Porque liberta toda a sua frustração. Assim poderemos ficar a saber o que o Chateia.



Há muitos personagens que se adoram ouvir.



  1.  Mantenha um ar interessado. Pode ir pautando a sua escuta com acenos de cabeça ou interjeições. Um “Pois”, um “Sim”, um “Que Bom”, são auxiliares magníficos. Mostra que “vai” seguindo a conversa. Faça-o, nem que apele à sua melhor capacidade de pantomina.



  1.  Nunca deixe de olhar para a pessoa com quem fala. Quem esconde o olhar, esconde algo. Muitas vezes, nos meus relacionamentos profissionais, encontro-me com interlocutores que não me encaram. Lembro-me de uns poucos…mas isso foram outras chatices.



  1.  Não deixe de concordar com o Cliente e apurar se ele realmente tem  razão. Há situações tão óbvias ou tão claras, quando olhadas com calma ou distanciamento, que não há como não concordar com elas.



  1.  Agradeça as reclamações. Quem reclama, em princípio, quer resolver os problemas. Um Cliente mal atendido fala com 6 ou 7 interlocutores diferentes dizendo mal. Há casos em que pode falar mal toda a vida. Como se sentirá uma Marca que tem um bando de antigos Clientes que só dizem mal?

           

           Em determinados meios profissionais, um Cliente ou um Fornecedor reconhecido

           como Chato,  é algo difícil de ultrapassar e fazer com que esta opinião, generalizada,   

           mude.

 

  1.  Seja capaz de se colocar no lugar do Cliente. Quem sabe se o seu ponto de vista pode alterar-se…e afinal o chato ainda é você. Acontece!



  1. (Síndroma da Peixeira e não só) Quando responder, faça-o com calma. Fale pausadamente. Escolha os argumentos.  Fale concentradamente. Trate o Cliente pelo seu nome, mas não tente ganhar uma afinidade que não tem.



  1.  Caso perceba que o Cliente não percebe nada de nada, os chamados xico-espertos, e como há muitos, aproveite. Pode ser a altura de o conquistar para sempre. Explique-lhe, instrua-o. Quem sabe,  ele ficará do seu lado por muito e muito tempo. Sei de um caso muito próximo, mas não quero chatices para o meu lado.



  1. Não seja você o xico-esperto.



Claro que na vida há Chatos e chatos. Na vida tenho apanhado alguns Chatos. Há os amigos Chatos. Mas, como são amigos, tudo ou quase todo lhes é perdoado.

Espero não ter tornado o vosso tempo chato a lerem isto. Em caso afirmativo, o Calvin tornará mais alegre este vosso momento


João Paulo Marques
O tempo não pára, não pare você também.







domingo, 18 de março de 2012

4 – Abertura da reunião

4 – Abertura da reunião

"Eu vi o futuro e funciona" WWW

Keywords: Vendas, Reunião, Clientes, Fornecedores, Gestão
Dependendo do grau de relacionamento que existe entre os intervenientes, assim se desenrolará a reunião. E esta (quase) primeira etapa da reunião mais difícil se torna, quanto menor for o relacionamento que existe entre os interlocutores .

A abertura da reunião, após a Small Talk, deve ser com um assunto forte. Deve despertar o entusiasmo do Cliente. Deve cativá-lo, prender a sua atenção. Caso isso não aconteça, corre-se o risco de a reunião acabar mais cedo do que estava à espera e / ou perder a atenção do Cliente ou, quando estiverem alguns intervenientes, ver alguns a saírem. Em regra, os que saem, são os que decidem.

É importante, nesta primeira etapa, perceber o interesse que o seu Cliente está a demonstrar. Por isso, é tão importante “conhecê-lo” previamente. A ele e à Organização. Para isso, as medias sociais e a media tradicional são uma boa fonte de recolha de informação.

0 – Se por casualidade

Se puder endereçar os cumprimentos de algum conhecido de ambos, faça-o.  Fica credibilizado perante o Cliente e, torna mais suave o primeiro contacto com ele.
Curiosamente, num passado já longínquo, sabendo que o meu interlocutor tinha trabalhado com uma amiga minha, inventei uns “falsos” cumprimentos. Péssima aposta a minha. Os dois não se falavam. Acontece.


1 – Deixe falar o Cliente e mantenha um diálogo.
Reuniões que são um monólogo do vendedor, ou quase, raramente são produtivas. É importante que o Cliente fale e que se estabeleça um diálogo. Com perguntas e respostas de ambas as partes. Tente saber, nestas conversas, saber o que o Cliente tem feito, o que está a fazer e o que pensa vir a fazer.  Pode perceber a abertura que existe para os seus produtos e serviços.

Imagine que vende sistemas informáticos e o Cliente informa-o que acabou de instalar um novo SW. Dificilmente terá espaço para uma venda num futuro próximo. Mas pode começar a preparar a sua próxima venda. Para que isso aconteça, vá “alimentando” o seu Cliente com informação relevante do que tem feito, onde tem inovado, em que sectores. Este dado não impede que faça a apresentação o melhor que sabe. 
Há outras situações em que o Cliente o chama e lhe pede um produto concreto e, por sorte ou não, você tem as competências necessárias para o produzir. Tiro na mouche. Aí o seu discurso é fácil e bem balizado. Não deixe, no entanto, de tentar fazer Up Selling (vide o artigo que segue no link que se segue; http://jpmarques.blogspot.com/2011/02/upselling-pratique-incentive.html)


2- Amostras, visualizações e segurança
Durante mais de uma mão cheia de anos trabalhei na indústria gráfica. Felizmente, as empresas onde desenvolvi actividade profissional neste sector eram reconhecidas pela inovação e qualidade, entre outros atributos. O material gráfico pede, ou melhor, permite que se tenham amostras. Por isso, na minha mala de caixeiro  viajante, constavam sempre vários exemplos de amostras. Lembro-me que, até determinada altura, pelo facto do meu cartão de apresentação ser feito (com impressão em offset) em polipropileno, por si só, era uma amostra da qualidade do nosso trabalho. Os Clientes guardavam o cartão e lembravam-se de o ter recebido.  Estávamos na mente do Cliente. Infelizmente, a partir de determinada altura, mudámos para os cartões tradicionais. Perdeu-se um sinal do que de bom fazíamos.

Na impossibilidade de ter amostras físicas, mostre sempre algo. Nem que seja vídeos do que faz ou pode fazer e, no seu site, mostre os testemunhos que tem e um histórico do seu trabalho e da sua evolução.
Na impossibilidade de qualquer das situações descritas, o que pode vender mesmo é sua postura, apresentação e a segurança que passa.

Imagine-se vendedor de projectos criativos e não tem segurança do que vende. Terá sucesso?

3 – Informe e passe confiança
A venda não começa ou acaba no acto em si. Ela terá de ser trabalhada no passado e, sobretudo, no futuro. A proactividade da apresentação de soluções e resolução de problemas fará com que o Cliente vá ganhando confiança em si.

Raramente um Cliente fará uma primeira (ou mesmo uma segunda ou terceira) compra significativa (para os números dele) consigo.
Ele irá testá-lo. E o início da sua corrida com ele começa antes da sua primeira venda.

Há situações em que profissionais trabalharam dos dois lados. Do lado do Fornecedor e do lado do Cliente. Estes conhecem os dois lados do negócio. Podem até estar mais bem preparados que você. Podem até conhecer melhor a sua concorrência que você.

4 – Interaja

Desenvolva soluções conjuntamente com o Cliente. Aproveita a expertise do Cliente e ofereça a sua. Este facto motiva o seu Cliente e, simultaneamente, aproxima-o de si. Elabore uma solução com o Cliente. Esta pode ser uma solução de raiz ou alteração ou melhoria de um projecto.
Peça-lhe ajuda. Use perguntas detalhadas.  


5 – Onde se sentar
Parte-se do princípio que o vendedor está focado e concentrado na visita, no Cliente. Assim sendo, se tiver à vontade com o Cliente, pode sentar-se ao seu lado. Caso contrário, ao entrar na sala de reuniões e, se perceber que pode escolher o lugar, decida-se por um lugar que permita que o Cliente não se distraia. Como por exemplo, fique você virado para a janela.


6 – Outras

- Não olhe sistematicamente para o relógio. Pode parecer ansioso ou desinteressado. Será que está mesmo?

- Use o truque do copo de água. Coloque uma garrafa de água na mesa. O facto de encher o copo com água dá-lhe tempo para pensar e responder.

- Se tiver reunião com vários interlocutores, coloque os cartões deles na direcção de cada um. Assim não trocará os nomes dos mesmos.


Pense nestes passos todos e outos que se lembre ou se ajustem ao momento, verá que terá mais hipóteses de que todo corra melhor.



João Paulo Marques
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domingo, 11 de março de 2012

3– Small Talk e outras pequenas coisas.

3– Small Talk e outras pequenas coisas.
 Keywords: Vendas, Reunião, Clientes, Fornecedores

Começar uma reunião com um amigo ou com alguém conhecido é  diametralmente diferente do que o fazer com um Cliente habitual. Com os últimos é tentar manter ou incrementar o envolvimento, se for esse o caso. Já agora, sobreponha a  Regra ABC (http://pt.wikipedia.org/wiki/Curva_ABC » A´s  20% dos Clientes significam 65% do negócio; B´s, 30% dos Clientes respondem por 25% do negócio; os C´s, o remanescente) e a perspectiva de negócio nos seus Clientes. Pense nisso. Talvez possa pensar em reformular o seu portfólio de Clientes e o tempo que dedica aos Clientes que tem em casa.

Small Talk é um bom modo de começar uma reunião. Há que causar uma boa primeira impressão. Este aspecto pode ser o que lhe pode trazer sucesso ou insucesso na sua primeira e futuras abordagens. Obviamente que  devemos evitar julgar terceiros apenas pelo que usam ou vestem no “nosso” primeiro momento, mas existe uma grande probabilidade de que  isso nos marque. A nós e aos outros.
Há alguns temas com os quais podemos criar a nossa Small Talk. Ao entrar no escritório ou sala de reuniões observe o que está nas paredes. Fotos, diplomas, quadros, prémios,...pode, assim, perceber que tipo de pessoa está consigo ou o que a Empresa tem feito.  Mais do que ser curioso, passará por ser uma pessoa atenta e interessada.

Desporto – Não é necessário ser-se desportista para saber o que mais de relevante se poderá estar a passar. Todos nós temos um clube de preferência. E uma opinião sobre um evento, em regra, não suscitará uma opinião de terceiros nefasta. Uma vantagem óbvia é: mesmo que se odeie desporto, podemos opinar.

Há algum tempo, numa entrevista de emprego, apanhei um Head Hunter que tinha várias fotos de rugby e livros dos Pumas (selecção argentina de Rugby, uma das melhores do mundo). Ele tinha vivido na Argentina e jogado por lá.  Claro que falei sobre o Rugby. Eu joguei vários anos. 
Saí da entrevista sem emprego, mas com alguns bons conselhos e uma boa conversa.

O desporto cria verdadeiros dramas, decepções, excitações e grandes histórias.  Agrega famílias, amigos. É fonte inesgotável, em alguns casos, de conversa. Alguns assuntos parecem ser eternos.


Notícias – As notícias acontecem todos os dias. Renovam-se (ou quase) todos os dias. Basta estar atento. Se está à procura de algum assunto para falar, use as notícias.  Compre um jornal. Hoje em dia é fácil opinar sobre alguns assuntos do nosso dia-a-dia. Há assuntos cuja opinião, em regra, é consensual.

Viagens - Viajar é um grande tema para falar de negócios. Mostra que "temos mundo" e todos gostam de falar das suas viagens, das suas experiências.  É um excelente modo de começar uma conversa, de partilhar experiências,  com o intuito de poder vir a desenvolver  negócios.
Falar de viagens é baixar automaticamente a tensão que pode existir em conversas profissionais.


Entretenimento – Falar do novo restaurante que abriu recentemente, de um festival gastronómico que está a correr ou de outro qualquer evento que esteja nos "media. Mostra que é uma pessoa atenta e curiosa.  
Em regra, todos nós gostamos de ser solicitados para dar conselhos. Sobretudo estes que podem mostrar as nossas vivências e que podemos "dar" sem qualquer esforço ou custo para nós.

Família – É um tema incontornável para introvertidos e extrovertidos. Veja se há fotografias da família pela secretária. Trata-se de um assunto que, regra geral, as pessoas falam sem esforço.  Gostam de compartilhar as boas história. Alguns até as más histórias.
Quem sabe se não têm os filhos no mesmo colégio ou fazem desporto no mesmo clube.

Todos temos uma família. Maior, mais pequena, mais próxima ou mais afastada. Mas temos!

Televisão – Pode haver um big brother, alguma novela ou programa que  venha a fazer notícia. Todos nós a vemos, mesmo que não gostemos ou achemos um desperdício de tempo.
Não fale de religião, política, opções sexuais ou temas controversos. Pode deixar logo o seu interlocutor irritado  e sem paciência para si.

Dois dedos de conversa podem pouco importantes,  mas a small talk  em si mesmo é importante. Ser capaz de fazer este tipo de  conversa  permitirá que você se sinta parte de um grupo. Ela irá ajudar a construir o envolvimento necessário para conversas mais sérias e profundas.
Treine então a sua Small Talk!
 

João Paulo Marques
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