Recentemente, em mais um encontro dos meus antigos colegas da minha equipa de rugby (Clube de Rugby São Miguel - http://crsmiguel.blogspot.com) soube que dos meus amigos, daqueles que ainda me tratam por um dos meus nomes de imberbe, Ló, tinha adoptado duas crianças (um casal).
Ele, o mais velho de 8 irmãos, estava habituado a ter a casa cheia e, pelo facto de não ter filhos, resolveu adoptar dois. No meio da conversa ele liberta uma expressão de pura emoção e satisfação (dele e de todos os que o ouviam). Diz-nos: “Sabem, foi a melhor coisa que fiz na vida”. Não tenho dúvidas. Deve ser uma sensação única de entrega adoptar crianças… sobretudo, quando vivenciamos toda a violência que é praticada sobre as crianças. O caso da menina que se divorciou aos 10 anos é só mais um caso. Infelizmente, estas práticas não são apenas praticadas “sobre” os mais novos. Parece que os mais velhos, os nossos pais e avós, também têm vindo a sofrer desta falta de moral. E essa violência é praticada por nós, aqueles que pertencem à minha geração e não só.
Mas a história continua. Para uma criança adoptada deve ser-lhe difícil o vazio que tem sobre o seu nascimento, do porquê da sua adopção…e muito mais “coisas” que eu não sei sequer imaginar ou colocar-me no lugar deles…
Contava também esse meu amigo que uma vez, a mais nova, interpelou o mais velho de como eles tinham aparecido lá em casa. Resposta pronta: “Não te incomodes com isso. Diz que vieste de táxi”.
Parece que continuamos a ter muito que aprender com as crianças. Quer na sua ingenuidade, quer nas respostas prontas e sem malícia.
É sabido que um dos modos de estimular a nossa criatividade é fazer uma regressão à nossa idade de criança. A idade que nos permitia sonhar e divagar … e isso cada dia se tem menos na nossa vida!
Adenda:
Sou um privilegiado. Entre vários outros aspectos, tenha a
sorte de conviver e ensinar a umas duas
dezenas de pequenos e valentes jogadores de rugby, meus amigos, os fundamentos do jogo,
mas não é só isto.
1 comentário:
O meu filho de 8 anos, confrontado com a existência ou não do Pai Natal pelos colegas, negou-lhes uma resposta. Chegado a casa, disse "Sabes, mãe, o Pai Natal existe sempre, na nossa imaginação!" Ele não quer saber a verdade, e encanta-se com tudo o faz feliz.
As sensações são fundamentais nas crianças. Nas adoptadas, por adoptar e nas que não necessitaram de adopção. Se se sentem amadas e confortáveis, nada mais as preocupa.
Continuo a gostar de vir aqui ao teu blog. Continua! Isabel
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