Os meus pais

Há semanas no ano que são mais... emocionantes. Esta, que começa a 28 de Janeiro, é A SEMANA.

Nesta semana nasceram os meus pais, ambos com uma curiosidade em comum: nasceram num dia e foram registados no seguinte.

Faz tempo que ambos partiram; 10 e 20 anos. Faz tempo que a ausência deles preenche alguns dos meus momentos e o silêncio deles vai trazendo-me memórias.

A saudade que sinto e a falta que ambos me fazem são o reflexo do amor que sempre tiveram por mim e que, sem dúvida, que eu soube retribuir... mas fico muito aquém de tudo o que me deram.

Há dias em que a ausência pesa mais. Não dias específicos. Mas há, no entanto, dois dias: o Natal e o meu aniversário (coisa de filho único?).

Quando um partiu, a minha mãe, quebrou-se um dos meus pilares. Quando, dez anos depois, partiu o outro, quebrou-se o segundo. Mas, sorte a minha, ensinaram-me a enfrentar o mundo e a partilhar o carácter de ambos.

Ambos lutaram e venceram um destino que parecia que os ia derrotar depressa…mas foram derrotando esse destino..quase 25 anos e 10 anos de luta.

Tive também a sorte de, após a morte de cada um, receber um presente do que partiu. Presentes, nada de coisas materiais, que me deixaram feliz, porque soube por eles que cumpri o meu papel de filho.

A saudade de ambos é presente e eterna, mas é também um testemunho de que tive algo extraordinário: pais que me amaram de forma tão profunda e intensa que a ausência só confirma o quão importantes eles foram.

Saudades.

The Cinematic Orchestra - 'To Build A Home'