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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

COISAS DE BANCOS (dos nossos bancos)

Café a mais, trabalho a menos
COISAS DE BANCOS (dos nossos bancos)


Sempre soube que aplicar dinheiro em bolsa era uma decisão que incorporava risco. Por isso evito a palavra jogar… Há uma enorme volatilidade…incerteza….enfim, muitos palavras podem ser usadas para quem investe dinheiro em bolsa.

Sempre quis admitir (e aceitar que assim era) para mim que as identidades que regulam estas matérias estão e são acima de qualquer suspeita. Soube sempre que os profissionais que estão a gerir as empresas são sempre sérios, até o deixarem de ser. Há uns que nunca o foram, nunca o pareceram,  e andam por lá, camuflados…mas isso  também todos sabemos.

Também sabemos que as competências de controlar e eliminar (sendo esta última tarefa praticamente impossível) de casos como o BES, BANIF, BPP e  BPN  cabe à CMVM, ao Banco de Portugal, às respectivas empresas de Auditoria e, em último caso, aos Governos.

Pergunto-me: Como é possível esta sucessão de crimes que, em alguns casos, depauperaram as poupanças integrais das famílias…

Que envergonharam e envergonham  os profissionais que trabalham nestas organizações, que de um momento para o outro passaram a ser vistos como incompetentes, charlatões, impostores.

Acções que lançaram sobre a economia portuguesa, a nossa economia,  suspeitas que passam por não sabermos controlar e analisar o que se passa por cá…

Assistimos também a comentários / desabafos de alguns cidadãos que foram ludibriados por falsas promessas de rendimentos, garantias de reembolso inexistentes e mais trinta por uma linha.


Fica-se com a ideia que se anda a usar muito do tempo de trabalho a tomar café e a falar de bola…

terça-feira, 27 de outubro de 2015

O Iron Triangle (ou não) da Política Portuguesa ou o Conclave de São Bento


O Iron Triangle (ou não) da Política Portuguesa ou o Conclave de São Bento



O panorama político português parece querer construir e implementar a estratégia do Iron Triangle. 

Parece muito apropriado para as  3 forças políticas que estão a construir o tal triângulo das forças de esquerda (muito mais para duas delas). Mas será que alguma vez será um triângulo, com as três catetos / faces a juntar /  cruzar / chocar as suas três estratégias.

Em Política, o termo  Iron Triangle,  foi cunhado para definir a aliança de três actores improváveis: Governo, Burocratas e Grupos de Interesse / Sindicatos / Lobistas. Acredito que tenha funcionado nos tempos da guerra, da crise financeira de 1929 e em outras situações de excepção e extrema vulnerabilidade da sociedade. O que não é nem de perto e nem de longe o que se passa hoje, em dia, em Portugal.

O que se pede a este triângulo? Que as três ideias políticas  estejam equilibradas nas suas forças centípeda e centrifuga. Caso contrário o triângulo  destrianguliza-se.

Ao olhar para as três forças que querem montar esta figura geométrica só me ocorre, entenda-se, assusta-me,  que ele venha a ser um triângulo raso. Isto é: um espalhanço total.

Temos dois partidos cuja ideologia e estratégia tem sido a de nos afastar no euro. Um pouco de Portugalexit. Mas nem os gregos, muito pior que nós, segundo os fundamentais da economia e da sociedade , quiseram o Grexit. Estes dois partidos, sobretudo um, mantém-se fiel aos valores de Abril e ao seu ideal de 1974. Lembro a estes que já passaram 41 anos, não é PCP? Tanta lealdade acontece apenas com os Clubes de Futebol.  Porque relativamente à lealdade familiar, mesmo entre pais e filhos, há muita história triste por aí. Parece-me também que um dos partidos em causa, o BE, é a velha história do filho que se emancipou e quer fazer o mesmo que os pais, mas de modo mais eloquente (entenda-se intelectual).

Quanto ao primeiro partido, o PS, o mais forte, mas que parece o mais fraco, por si só, anda numa contestação interna. Pouco passa cá para fora, mas verem o quanto lutaram para estar  na Europa e, do nada, estarem a aliar-se aos que nada querem com a Europa, parece que apenas  parece que valorizam a cortina de ferro, a Coreia do Norte e geografias com este peso.

Parece que o  governo do Passos Coelho vai estar numa permanente amona até se afogar. 

Pergunto.me: o que é que o Iron Triangle  de esquerda, quase de extrema esquerda, tem para nos propor, tem para o nosso futuro. Fala-se de grandes conversas e de acordos neste Iron Triangle de Esquerda, mas nada transpira, nada se sabe, nada é dito.

Não condeno a ambição. Ela é essencial. Mas o que se está a assistir nos dias de hoje, a esquerda desenfreada a querer o poder, perante um Costa completamente quebrado, sem nos transmitir qualquer tipo de segurança e projecto de futuro, assusta-me.


How Does An Iron Triangle Work?


João Paulo Marques
O tempo não pára, não pare você também.
http://jpmarques.blogspot.com
@joaodavespa