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Digging...to nowhere |
Não se arme em herói (ou em totó)
If
you dig a hole and it’s in the wrong place, digging it deeper isn’t
Muitas vezes convém dar o trabalho por terminado ou desistir
mesmo. Aqui apelo ao conceito, muitas
vezes esquecido, de Sunk Cost.
Várias vezes propomo-nos a realizar uma tarefa numa manhã.
Chegamos à tarde e percebemos que o fim não está à vista. Duas situações podem
acontecer: desisto ou continuo.
Vamos continuar. Pode ser por orgulho ou pode ser porque tem
de ser (decisão racional ou nem tanto). Na verdade, pode conseguir chegar ao
final deste seu projecto. Mas ficam umas perguntas: Será que as múltiplas horas
que dedicou a este projecto não podiam ser alocadas a outro? Será que valeu a
pena? Será que foi mesmo necessário? Será que ainda se justifica? E podia
continuar
Será que o seu orgulho, muitas vezes louvável, de chegar ao
fim fez com que não pedisse ajuda, e ajuda podia ser algo não simples como não
vás por ai, vai antes por aqui. Este novo caminho pode estar especado à sua
frente, mas o cansaço, a teimosia ou falta de conhecimento pode fazer com que
não o veja.
Tenha presente que a decisão inteligente pode passar pela
simples desistência, o que não pode ser considerado um fracasso, mas apenas uma
possível má decisão. Mas má decisão é
mesmo continuar com algo que que sabemos que não vai funcionar e nos vai levar
a consumir ainda mais recursos.
Mas há situações em que o ponto em que estamos, não sendo o
ideal, pode ser considerado mais do que satisfatório para ser lançado,
apresentado. Recorro aqui ao conceito
muito utilizado nas start-ups de Minimum Viable Product.
Quando percebemos que o bom é suficiente, lance-o, mostre-o.
É melhor avançar com o que existe do que procurar afincadamente uma situação perfeita
e que pode nunca chegar ou que para que seja atingida, implique uma utilização exagerada
de recursos.
Reforços a esta prosa:
- O tempo e os outros recursos são finitos. E é assim que
devem ser tratados. Divida o seu trabalho em tarefas sequenciais (e sequenciadas),
com tempos e metas bem definidas. Assim, pode avaliar os desvios e / ou
recursos gastos e necessários para continuar.
- No final de cada período pode avaliar se vale mesmo a pena
continuar. Neste ponto de avaliação o seu trabalho tem de merecer ser continuado
e estar assim preparado para o ser, por si
ou por terceiros.
- As mudanças e as dinâmicas nos mercados são de tal maneira
rápidas e inesperadas que, o que parecia poderia parecer vir a ser um autêntico
pote de ouro, pode realmente vir a ser poço de problemas.
O passado não pode condicionar o nosso presente, muito menos o nosso
futuro. Ninguém deve querer continuar a vender k7porque, e só porque, as
utilizava no passado.
É um pouco nosso justificarmos o insucesso do presente com o fracasso
do passado.