Falar em frente de uma audiência não é uma actividade
natural para ninguém; para melhorar você precisa aprender como fazer, preparar
e praticar.
A sua personalidade, é claro, tem algo a ver com a maneira
como você aborda o discurso à frente do púbico, seja ela uma multidão ou uma
pequena sala de reuniões com colegas.
As pessoas que são mais introvertidas tendem a manter muitas
ideias na própria mente e esta fica entretida. Quase se pode afirmar que elas
possuem uma excitante e desafiante vida interior. Muitas vezes estas pessoas
quando são colocadas numa sala e têm de comunicar, a atenção que o público lhe
dedica, pode provocar uma situação de grande, muitas vezes incontrolável desconforto.
Já os cérebros das pessoas mais extrovertidas trabalham da
maneira oposta. Excitação e estímulo é o que elas procuram. Querem envolver-se
nas conversas, fazerem apresentações, serem o alvo de atenção de todos. Estas oportunidades são como uma dose extra de
dopamina.
Mas independentemente de se ser introvertido ou
extrovertido, há um trabalho prévio que se deve ter para se falar em público.
Seguem possíveis 10 dicas, de muitas mais que se podem
apresentar.
0-
Esteja preparado
Saiba do que vai falar.
Pode parecer óbvio, mas o dia-a-dia, profissional ou não, está sempre a
revelar-nos oradores profissionalmente impreparados, vulgo fala baratos.
1-
Nervoso
Dizem os navegadores mais experientes que não há velejador que
não tenha já enjoado
Todos nós ficamos nervosos quando nos encontramos em
situações que nos deixam desconfortáveis. Mesmo os mais extrovertidos ficam
nervosos de quando em quando.
O truque é reconhecer que os nervos são normais e não os
deixar impedir que você fale com a confiança e autoridade que possui.
2-
Audiência em primeiro lugar
O bullet diz quase tudo, mas vamos lá.
O seu público não está numa apresentação sua com único
propósito de gostar de si. O seu público está sim na sua palestra / comunicação
para ouvir o que você tem a dizer.
Há casos em que o seu público gosta tanto de si que se perde
e não entenderá a sua mensagem.
O bom orador é aquele que comunica consigo e que o
interpela, perguntando o seu nome, a razão de estar neste seu evento, o que
precisa e que ajuda pode levar deste momento.
3-
Prepare-se
Não, não é um ponto repetido.
Dedique algum tempo para descobrir a melhor maneira de
adaptar a sua mensagem ao seu público. Tente saber previamente quem ele é. Que
abordagem captará e manterá a atenção do público e se o que tem a dizer fará
sentido para eles.
Prepare uma introdução forte e que chame a atenção dos
ouvintes. Elabore uma conclusão memorável para que todos saiam lembrando-se o
que foram ouvir - e que possam posteriormente fazer a sua própria conclusão.
4-
Texto vs Bullets
Se você lê a sua apresentação como fosse um roteiro, estar
lá você ou eu poderia ser quase a mesma coisa. Ninguém saberia se eu seria
realmente um especialista ou não.
A utilização de bullets, para além de permitir ajustar
a densidade da sua comunicação à audiência, faz com que o seu discurso seja
mais natural e coloca-o como um especialista perante o seu público.
A utilização de bullets faz também com que o seu
público o possa seguir com mais facilidade.
5-
Pratique / Estimule o seu músculo da oratória
Ler inglês para nós, para a nossa mente, é mais fácil do que
ler inglês em voz alta. Aqui vamos tropeçando em algumas palavras.
Apesar do discurso ser seu, construído por si, pratique a
leitura do mesmo em voz alta. Fará que se sinta confortável com as palavras e
ideias que está a transmitir. Se
conseguir ainda obter feedback de um amigo, membro da família ou colega,
ainda melhor.
Ao ouvir, e se possível, visualizar uma gravação do seu discurso, conseguirá perceber os seus tiques e bengalas.
6-
Escute – verbal e não verbal
Quer você esteja conversando individualmente ou com um
público, a comunicação estabelecida é sempre bidirecional.
Quando você tenta envolver os seus ouvintes em conversas
menos formais, um bom comunicador ouve o que os outros dizem antes de responder.
Assim as suas respostas, adicionadas com o seu ponto de vista, são adequadas às.
Mas tenha também atenção à comunicação não verbal – a sua e
a da plateia. Olhe para a plateia, se as pessoas estão bocejando, falando para
o lado, não largam o telemóvel ou mexendo-se na cadeira… talvez tenha que
passar para o outro bullet e / ou mudar o modo como está a fazer a sua
apresentação.
7-
Contacto visual
Olhe para o seu público, mas não fixe um rosto específico,
não olhe apenas para aqueles que conhece, o seu chefe inclusive. Percorra a
sala com o seu olhar. Para grandes audiências use o método do Olhar
em W.
8-
Movimento e outros dados
Não ande para a frente e para trás, mas também não fique
parado. Movimente-se com calma, não gesticule demasiado, mas não fique com as
mãos nos bolsos ou atrás das costas. Não cruze os braços. Não use roupas muito
coloridas, listadas, justas ou reveladoras. Se estiver sentado, não esteja
sempre a cruzar e a descruzar as pernas.
Se puder descer até ao seu público, faça-o. Transmitirá
ainda mais confiança e mostrará que é um deles.
9-
Seja você mesmo, seja autêntico
Se você agir com confiança, os seus ouvintes não perceberão o
seu eventual nervosismo.
Autenticidade tornou-se uma das palavras de ordem preferidas
nos círculos empresariais e não só.
Nestes dias de desconfiança quase generalizada sobre os líderes,
ser visto como alguém que realmente alinha os valores que propõe com as suas
acções é algo motivador e tranquilizante.
10-
Sorria (com os dentes)
Acabo por aqui. Um sorriso é uma porta aberta para quase
tudo.
Podemos começar com a memória dos nossos pais ao chegar a
casa. Eles não sorriam quando ficavam a saber de alguma diabrura que tínhamos
feito.
Passando para o mundo os negócios. Ao encetar um novo
relacionamento comercial, se o seu interlocutor não sorri, esta pode ser uma
barreira para que o negócio se desenrole.
Ao que acrescento, o sorriso é uma das muitas ferramentas
que devemos usar e é, sem dúvida, das
mais económicas.
A utilização deste 11 pontos não fará de si o melhor dos
oradores, mas ajudará a melhorar a sua actuação.
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