YES WE CAN!!!
Alguns têm na vida um grande sonho e faltam a esse sonho. Outros não têm
na vida nenhum sonho, e faltam a esse também. (Fernando Pessoa)
Keywords: Gestão, Atitude, Objectivos, Motivação
Há histórias que são para crianças e para crescidos. Que sorte a nossa. As histórias para crianças são muito mais interessantes e intemporais. A que vou contar é, sem dúvida, uma delas. Foi inspirada do "El País", de um artigo com o nome "! Que cambien los demás!", por Borja Velasca.
Pode ser contada com o intuito de mostrar aos mais pequenos que devem ser curiosos e gostar de aprender, mas também lembar aos menos jovens que não se devem acomodar e que há sempre algo para fazer e aprender.
Outro ensinamento da mesma passa por mostar a muitos que a mudança de hábitos, rotinas , paradignas ou seja lá o que for, encontra resistência em NÓS. Nós podemos ser os nós que não nos permite "esticar" a corda que tem o nome de crescimento, mudança e inovação, entre outros nomes. Aqui vai a narrativa.
Conta a história que um jovem rei, de um império muito longínquo, exímio cavaleiro, uma vez caiu do cavalo e partiu as pernas. Apesar de ter os melhores médicos e curandeiros do reino , nunca mais conseguiu andar sem muletas.
Orgulhoso como era, resolveu, dentro dos poderes autoritários que tinha, publicar uma lei que obrigava todos os seus súbitos a andar de muletas. Os poucos súbitos que ao princípio se rebelavam, eram condenados à morte e assim, todos, mas todos, começaram a andar de muletas..
Os mais pequenos mal deixavam de gatinhar, começavam logo a andar de muletas. Cumpria-se assim a lei universal do reino.
Este monarca teve uma vida longa e muitos dos habitantes daquele reino morreram, levando consigo a memória dos tempos em que andavam somente com as pernas. Após o falecimento do Rei, os mais velhos, que ainda se lembravam como era andar sem muletas, tentaram-no fazer. Mas, a falta de prática, os ossos fracos e os músculos debilitados, impediam que o conseguissem. Não se aguentavam em pé. Caiam logo.
E quando os mais velhos recordavam aos mais novos as histórias do passado, que eles chegaram a andar sem muletas, estes riam-se e zombavam deles. Como isso, de andar sem muletas, fosse possível.
Um dia, movido pela curiosidade de histórias antigas que lhe eram contados, um jovem resolveu experimentar andar sem muletas. Caiu vez após vez. Os seus concidadãos, sabendo das aventuras deste jovem, rapidamente o apelidaram do Tolo do reino.
Mas este jovem não desistiu. Aos poucos foi ganhando força nas pernas, agilidade nos movimentos e destreza no andar. Um dia conseguiu dar passos sustentados e andar.
Os habitantes desse reino, ao verem este jovem a andar sem muletas, começaram a ficar ofendidos, incomodados e desagradados com ele. E, como quase sempre acontece, as críticas que alguns faziam rapidamente se generalizaram a toda a população. Não tardou a que ao Tolo do reino ninguém dirigisse a palavra.
O jovem, cada vez com mais destreza nos seus movimentos, começou a saltar e a correr, por espanto de todos os habitantes do reino. Todos eles pensavam: enlouqueceu de vez.
Naquele reino todos continuam a andar de muletas, excepto o louco. E tudo se manteve igual. E assim os dias corriam, o Tolo corria e pulava, os outros, "muletavam-se".
Mas há um outro fim possível, este já feito por mim.
Alguns habitantes do reino, vendo o suposto louco a andar, começaram timidamente a tentar andar sem muletas. Chamavam o louco e perguntavam-lhe, às escondidas, como ele fazia. Aos poucos, iam ganhando destreza e, por fim, davam os primeiros passos. Não tardou, começaram a andar.
Há várias explicações para o desenrolar final do conto (não a minha versão). Uma delas passa pelo receio em mudar o
status quo. É sempre mais fácil deixar estar o que está. Se funcionava, porquê mudar?
Outra, é mentirmos a nós próprios. Para não entrarmos em confronto conosco mesmos, auto-mentimos. É um pouco como quando compramos um carro e percebemos que podíamos ter comprado outro, de outra marca, melhor e mais barato. Mas não queremos aceitar essa evidência e, assim, negamos essa possibilidade.
Mudar nunca foi fácil. Mudar sozinho é muito mais difícil. Podemos dar este passo de mudança, sozinhos ou acompanhados, mas podemos dá-lo. O facto de tentarmos mudar em conjunto, com alguém, permite criar um compromisso entre ambos e fazer com que o objectivo seja atingido em conjunto. Igualmente a mudança acompanhada faz com que o aprendizado possa ser mais rápido e que não cometamos os erros que os outros cometeram.
A minha primeira corrida de rua foi feita a dois, no meio de milhares. Durante a mesma, em determinada parte do percurso, pensei em abrandar e andar, mas como tinha o compromisso de acompanhar o meu par, não o fiz. No final da corrida soube que a minha companheira de corrida também pensou o mesmo, queria parar, mas tinha feito também um compromisso comigo, o de chegar ao fim.
A história é um pouco "plagiotraduzida". Mas tratando-se de um bom ensinamento, achei por bem partilha-la.
João Paulo Marques
O tempo não pára, não pare você também.
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