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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Vendas sem Iphone - 14 – Optimismo e humor

14 – Jptimismo  e humor

Albert Einstein dizia: “Prefiro ser otimista e errar, a ser pessimista e acertar.” Ele lá devia saber o que diz e pensa.

É consenso universal que o optimismo é uma característica necessária aos gestores, aos homens de negócios, principalmente em mercados novos ou que exigem inovação.  Ir para uma cidade nova, mudar de cidade ou lançar um projecto novo, para além de persistência, o optimismo ajuda.

  1. Treinar novas formas de pensar, de sentir e de inovar o nosso modo de interagir e de nos relacionarmos, fortalece uma mentalidade vencedora, especialmente quando temos que, nós próprios,  alimentar o nosso optimismo.


Como fazer?
  • ·         Demonstrando uma actitude positiva
  • ·         Ser entusiasta
  • ·         Usando humos consigo mesmo
  • ·         Ser persistente
  • ·         Ir além do que os olhos veem


Lembro-me da história da bosta do cavalo. Um dia aparece uma bosta no quarto de dois irmão. Era Natal. Entraram os dois ao mesmo tempo. Saem os dois a correr ao mesmo tempo e a berrar. Um grita de raiva: sujaram o meu quarto todo.  O outro: onde está o cavalo

Qual dos dois quer ser?    


 

 

 

 

João Paulo Marques
O tempo não pára, não pare você também.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Poder da Gargalhada e do Humor

Poder da Gargalhada e do Humor


Keywords: Gargalhada, Humor, Laughtivism

 Há momentos, poucos ainda, em que o humor vai mais longe do que a força ou  a cara feia.
 
Quando isso acontece, o do humor ter força,  o seu poder é enorme.  Este
 conceito chama-se "
laughtivism" e foi cunhado por Srda Popovic. Humor ao
 serviço das causas.
 
Internet  e todas as medias sociais existentes deram mais um caminho para as
 revoluções. Elas podem ser feitas com Humor. A rebelião egípcia, cujo
 porta-voz foi Bassenm Youseff,  foi feita com cânticos sarcásticos  e cheios
 e humor.

 Em 2013, segundo Srda Popovic, o laughtvivism será o seu ano de consolidação.
 Movimentos com smiles e gargalhadas vão ganhar o seu espaço.

 Ainda nos vamos rir todos de alguns, poucos , que, por enquanto, se andam a
 rir de nós.Esperem...não se trata de vingança ou de outra qualquer retaliação...é apenas dar a volta por cima.


Aproveitem, é gratuito!!!

Nota: Inspirado num artigo do El País sobre o Poder do Humor


domingo, 20 de fevereiro de 2011

HUMOR (ou quanto precisamos dele)

HUMOR (ou o quanto precisamos dele)



"No final tudo dá certo. Se ainda não deu é porque não chegou ao final." Jean Rostand


Keywords: Gestão, Socialização, Humor

O Humor faz bem. Todos o sabem. Não me quero substituir aos médicos, mas os efeitos que as Endorfinas fazem ao nosso corpo são por demais conhecidas e não resisto a "copiar" da WWW algumas das vantagens que as mesmas têm em nós.

O que as Endorfinas fazem no nosso corpo?
• Melhoram a memória;
• Melhoram o estado de espírito (bom humor);
• Aumentam a resistência;
• Aumentam a disposição física e mental;
• Melhoram o nosso sistema imunológico;
• Bloqueiam as lesões dos vasos sanguíneos;
• Têm efeito antienvelhecimento, pois removem super óxidos;
• Aliviam as dores.
Tudo coisas boas. Chega?

Falamos do Humor que utilizamos quando pretendemos captar a atenção das pessoas, seja qual for situação. Pode ser numa apresentação a uma plateia, numa reunião de trabalho, num encontro profissional ocasional, etc. Se recebermos um sorriso, mesmo que ligeiro do outro lado, as coisas estão encaminhadas.

Recorro a duas histórias. A primeira, minha; a segunda retirada do livro: " Todos se comunicam; poucos se conetam" de John C. Maxwell.

1) - Lembro-me de uma situação vivida comigo em Évora (para aqueles que me lêem e não a conhecem, segue o site da cidade - www.cm-evora.pt) Levava várias reuniões marcadas. Algumas com Clientes já conhecidos; outras com Clientes potencias. As primeiras permitiram-me rever Clientes com os quais não contactava fazia algum tempo. As efectuadas com Clientes novos mostraram-se desinteressantes.
Lembro-me que ao chegar a Évora, no caminho para a minha segunda reunião, ter-me deparado com a sinalética de um Gabinete de Design na zona nobre da cidade. Penso para mim. No regresso, ao fim do dia, passo por lá. Bem dito, melhor ainda feito. Cansado do dia a calcorrear as ruas da cidade, não deixei de visitar a "Dilema Design". Como nada tinha marcado, ao bater à porta, e visto que ando sempre com amostras, resolvo dizer.
- Boa tarde. Pode parecer que ando a vender bíblias. Não é o caso. Trabalho numa gráfica e penso que tenho trabalho para vós.
-Recebo um sorriso, deixam-me entrar e apresento a minha Empresa. Saio, finalmente, com pedidos sérios de orçamentos, os quais foram respondidos no dia seguinte. Três ou quatro dias após o envio dos orçamentos, tenho trabalhos adjudicados. Não sei se me deixariam entrar se não tivesse feito a graça. Não sei se a minha conversa também fluiria bem se não a tivesse feito. A verdade é que com a pequena graça recarreguei as baterias, modelei a voz cansada para um tom mais agradável e consegui trabalho.

2) - Um orador , num banquete extremamente chato e longo, resolve, ao entrar em cena, contando a seguinte história; "Com 8578 palavras, o discurso inaugural do presidente Willian Henry Harrison foi o mais longo da história (americana). Ele leu-o no dia inaugural. Estava frio e humido. Recusou usar chapéu ou casaco. Apanhou uma gripe que se transformou em pneumonia. Morreu um mês após o discurso inaugural". História triste, sem dúvida. Mas, o nosso palestrante recomeça: "Como orador aprendi uma lição com esta história. Permanecerei vestido e o meu discurso, prometo a vocês, será breve". A plateia irrompeu em gargalhadas e todos perceberam que a sessão seria divertida e todos se conectaram.


Mas fazer Humor não é fácil. Convivemos todos (ou quase) com pessoas que têm um Humor sem graça, repetitivo e sempre com o mesmo foco. Muitas vezes sexo. E olhem, eu sei do que falo.

Uma técnica para cativar a audiência pode passar por, no início, o palestrante fazer Humor com ele próprio. Mostra que ele também é humano; que falha. Consegue assim trazer a audiência para perto dele.

Mas tenha cuidado, como já disse previamente, com o tipo de Humor que faz. Não o faça, sobretudo, perante plateias que não conhece, utilizando piadas sobre sexo ou orientação sexual, religião, política...temas que possam melindrar quem o está a ouvir.

Para aqueles que conseguiram chegar ao fim e pretendem ler algo mais sobre Humor, podem aceder ao texto (meu) que segue:

http://jpmarques.blogspot.com/2009/03/ja-sorriu-hoje.html


João Paulo Marques
O tempo não pára, não pare você também.
http://www.linkedin.com/in/joaopmarques

terça-feira, 3 de março de 2009

Já sorriu hoje???

Já sorriu hoje? Eu já! (se necessário,  dê-lhe um nome)



A distância mais curta entre dois desconhecidos é uma gargalhada. (anónimo)

Keywords: Gestão, socialização

Não quero confundir humor com sorriso. Mas ambos andam ligados… e quase se pode dizer que são siameses.
Vejamos esta pequena sequência do nosso dia-a-dia. Há dias em que tudo parece correr contra nós. Há dias assim! Vejam se não se revêem neste drama dos tempos modernos. E começo logo ao acordar pela manhã.

A porra do despertador não tocou. Ando feito uma barata tonta porque não encontro o telemóvel. O velho truque de ligar pelo fixo para o móvel não resulta…este está sem bateria? Ficou no carro? Aposto no carro. O elevador parece que nunca mais chega ao meu piso. Resolvo descer a pé, lá desde o 10º andar e já chego suado e cansado. Os carros mal estacionados na rua, que não tem saída, dificultam-me apanhar a avenida. E não é que agora entrou a “camineta” do colégio na rua… já me atrasei 20 minutos com esta brincadeira e nem sequer consegui fazer 100 metros de carro. Já vou apanhar mais trânsito e quando chegar ao emprego vou levar com o meu chefe que sempre anda entre o mal humorado e o sem paciência (e eu já vou sem ela) e ainda nem me sentei na cadeira. Mais, deixo de ter lugar e vou ter que pagar o estacionamento. Durante o trajecto ainda tenho que gramar com aqueles condutores que abrandam para ver o acidente que ocorreu no sentido contrário. Ahhhhhhhhhhh!!!!!!!! Que raivaaaaaaaaaa!!!!!!!!

Revêem-se? Eu, um pouco!

Mas vamos lá. Isto não tem que ser assim. Não dever ser assim. Não pode ser assim.

Há vários estudos e leituras esparsas na NET que nos dizem o quão importante é o bom
humor.

Eu por mim apresento-me já um pouco…não me consigo ter bem humurado todos os dias, todas as horas… e tenho um tipo de humor, eu acho, que vai muito ao encontro dos Monty Python (http://pythonline.com/) e o All in the Family (http://en.wikipedia.org/wiki/All_in_the_Family) . Pelo menos é o que eu aprecio…o que não me faz necessariamente um representante deles e um humorista popular.
Mas também não é de mim que pretendo falar…

Falo do humor que nós levamos para o trabalho e que nos torna mais produtivos, mais assertivos, melhores empregados, bons colaboradores e chefes excepcionais… ou seja lá o que for… e, como tudo, também temos que voltar a casa de bom humor. Porque os que lá habitam merecem isso.

Este problema de mau humor torna-se mais difícil de lidar em Organizações com poucos níveis hierárquicos…o mal-humorado pode tornar-se o caos para estes grupos. Aqui todos convivem com todos, todos têm acesso a todos.

Há informações na WWW que dizem que o bom ou mau humor que conseguimos obter até chegar ao trabalho tem um efeito mais forte do que as variações de ânimo que vamos tendo ao longo do dia (Nancy Rothbard). Assim, e passe a redundância, tudo começa no início do dia. Isto é, temos mais chances de ter um dia animado quando saímos de casa animados ou bem-dispostos (e todos os subterfúgios são possíveis e passíveis).
Há casos em que a valentia ou “machismo” assexuado (digo de homens e mulheres) apenas pode ser praticado no local de emprego. Falo daqueles (e aquelas) que sendo ou não chefias reclamam de tudo, a toda a hora e dizem mal de todos. Muitas vezes, porque algo lhe corre mal durante o período doméstico e o local de trabalho é o único em que conseguem extravasar…entenda-se criar mau ambiente para todos.
Pretendo agora resumir algumas consequências ou sintomas que este mau humor traz consigo:
1. Trabalhar de mau humor prejudica a produtividade individual e isso tem consequências para a Organização. Pode até provocar, para além do seu absentismo, o dos outros.
2. Quem vive em mau humor permanente contamina o ambiente laboral.
3. Há também aqueles que responsabilizam e projectam tudo o que de mal passam ou pensam passar num único indivíduo ou organização.
4. No trabalho, o estabelecer relações de amizade e empatia, ameniza os problemas que a convivência sempre gera. Os problemas do mau humor podem ser de tal ordem que até a sua progressão na carreira ou mesmo a sua empregabilidade na Organização pode ficar em perigo.
5. Antes de dizer “Não”, Não consigo”, “Não posso”… tente pensar mais um tempo na pergunta e na resposta que vai dar. Não é sempre uma resposta fácil de dar (e não muito agradável de ouvir).
6. Pode provocar perda de libido, alterar os seus hábitos de higiene, de alimentação e sono. Pode fazer de nós uns “bichos”.
7. Pode entrar em uma espiral de pessimismo ou de ansiedade. Igualmente pode também desenvolver sintomas psicossomáticos.
8. Não é por trazer consigo e manifestar visivelmente o seu mau humor que o problema se resolve. Muito pelo contrário, tem tendência em agudizar-se. Já o inverso parece funcionar: o bom humor atrai o bom humor. Lembre-se.

Todavia não se pretende criar “graça” e humor a quem não tem estas características. Mas, como tudo, há atributos que podem ser trabalhados, melhorados; a e simpatia e gentileza, sobretudo esta,são mais fáceis de atingir.

Todos sabemos que é muito difícil mudar comportamentos, atitudes e valores. Mas tudo pode ser trabalhado, melhorado.

Mas também há que ter cuidado com o excesso de bom humor no trabalho ou humor despropositado ou inadequado. E este comportamento é muito fácil de ser observado. É necessário então:
1. Analisar o nível de intimidade que se tem com o interlocutor. Esta não é função apenas do tempo em que conhecemos a outra parte. Depende de afinidades e do tipo de convívio que formos tendo e conseguindo.
2. Não conte piadas racistas, de opções sexuais, de religião, de diferenças culturais. A maior parte das vezes não conhecemos completamente a outra parte do nosso interlocutor.
3. Nem todos os momentos são ideais para uma graça. Certifique-se que é o apropriado. Em caso de dúvida, cale-se.
4. Tente evitar contar piadas pelo telefone. Poderá ter dificuldade em ter e entender o feedback. Também pode mostrar alguma falta de educação.
5. Tenha cuidado com os e-mails (mensagens, assuntos e apresentação) e com os forwards.
6. Nem todos nós sabemos ser engraçados e agradarmos a todos os públicos e a toda a hora. Se acha que não é o seu público ou que não está nos seus dias…talvez seja melhor estar mais calados e esperar o momento para colocar em prática a sua gentileza e mostrar o seu sorriso franco que não tem hora.

“A ideia de que o humor é um agente aglutinador (desde que não resvale para a chacota) e propiciador de um ambiente organizacional parece geralmente consensual e bem aceite. O humor é considerado um lubrificante que permite que as pessoas interajam e se acertem melhor nas suas tarefas, muitas vezes conflituosas.”, explica Marbino Resende.

Se o Tempo não pára, não pare você também.
João Paulo Marques
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@joaodavespa

segunda-feira, 17 de março de 2008

O Efeito do humor no desempenho profissional / Universia

O efeito do humor sobre o desempenho profissional

Todos já passamos por algo semelhante: a caminho do trabalho, ficamos presos em um congestionamento. Um motorista sem educação faz uma manobra repentina na sua frente e você derrama no colo o café que tinha acabado de comprar. Você chega tarde ao trabalho, de péssimo humor. Daí em diante, o dia só piora, e seu desempenho fica totalmente comprometido.

O fato é que todos temos manhãs em que nada parece dar certo. Mas será que o mau humor tem realmente conseqüências pelo resto do dia, influenciando negativamente a produtividade? Afinal de contas, algumas pessoas são produtivas quando tensas; outras se livram do mau humor com que chegam ao serviço mergulhando no trabalho.

“Estou interessada naquilo que as pessoas trazem dentro de si para a empresa”, observa Nancy Rothbard, professora de Administração da Wharton. “Na minha experiência, e na experiência de muitos outros indivíduos, não dá para erguer uma muralha e compartimentar áreas distintas da vida. Os diferentes papéis que as pessoas têm de interpretar acabam interferindo uns nos outros.”

Numerosas pesquisas feitas ao longo das últimas duas décadas limitaram-se aos conflitos entre os interesses da família e do trabalho, diz Rothbard, “porém poucos estudos analisaram de fato o efeito do humor sobre o desempenho do profissional no local de trabalho”. Especificamente, Rothbard e Steffanie Wilk, professora da Fisher School of Business da Universidade Estadual de Ohio, queriam descobrir que eventos seriam responsáveis por alterações (ou não) do humor com repercussões significativas — influenciando, por exemplo, a perspectiva do indivíduo no início do expediente e mexendo com seu humor no decorrer do trabalho. Os resultados do estudo de Rothbard e Wilk realizado entre os funcionários de um call center de uma grande empresa de seguros são relatados em um ensaio intitulado “Entremuros: origens e conseqüências do humor do empregado no desempenho do seu trabalho”.

As pesquisadoras descobriram que tanto o bom quanto o mau humor afetam a produtividade do empregado, mas que o bom humor tem efeito mais poderoso. Foi também constatado que o humor com que o indivíduo chega ao local de trabalho tem um efeito mais forte sobre seu ânimo no decorrer do dia — e sobre o desempenho no trabalho — do que as possíveis variações de ânimo causadas por eventos ocorridos no local de trabalho. Essa descoberta, de acordo com Rothbard, mostra que a performance de uma empresa pode ser melhorada por meio de esforços que ajudem os empregados a lidar com as influências capazes de afetar o estado de espírito que vivenciam em sua vida pessoal — deve-se, inclusive, aconselhar os empregados sobre a melhor forma de lidar com os incômodos próprios do deslocamento até o local de trabalho, oferecendo-lhes também aconselhamento no caso de problemas familiares. “O fato de que o humor com que se chega ao trabalho tenha um efeito tão forte e consistente é algo que chama muito a atenção”, diz ela. “Trata-se de um aspecto ao qual as empresas não dão muita atenção.”

Quem incomoda mais: o motorista mal educado ou o cliente ranzinza?
No que diz respeito aos efeitos do humor, a primeira pergunta que fazem Rothbard e Wilk, é a seguinte: “O estado de espírito com que o funcionário chega ao local de trabalho tem alguma influência sobre ele no decorrer do dia? Em segundo lugar, estamos interessados em saber se o humor do funcionário no ambiente de trabalho é mais (ou menos) influenciado pelo humor com que ele chega para trabalhar do que o humor resultante das interações ocorridas ao longo do expediente”.

Em outras palavras, o que incomoda mais: o motorista mal educado que faz uma manobra na sua frente, ou o cliente ranzinza ao telefone?

Rothbard e Wilk queriam aprofundar as descobertas de outros pesquisadores no que se refere às formas de “contágio emocional” — ocasiões em que o humor de uma pessoa afeta o de outra “através de um processo de observação, mimetismo e sincronização”. As duas pesquisadoras queriam também filtrar quaisquer efeitos subjacentes ao temperamento dos empregados — ou seja, aquele humor básico típico do indivíduo até o momento em que é modificado por um evento qualquer. Ao remover dos resultados obtidos no local de trabalho essa “predisposição mental”, as autoras esperavam determinar o efeito de eventos mais efêmeros capazes de influenciar o humor das pessoas.

“O humor do início do dia pode advir de uma variedade muito grande de fontes, inclusive de desafios e oportunidades que a vida sempre apresenta, experiências positivas ou negativas no lar antes de o indivíduo sair de casa para o trabalho, ou até mesmo durante o deslocamento em direção ao serviço”, observam. “Os campos do trabalho e outros não relacionados a ele são permeáveis, e a pesquisa mostra que o estado de espírito do indivíduo transita entre um e outro [...] Especificamente, o humor do início do dia pode afetar a avaliação que o indivíduo faz dos eventos subseqüentes.”

Rothbard e Wilk analisaram o comportamento dos funcionários de call centers patrocinados por uma seguradora de grande porte nas costas leste e oeste dos EUA. Participaram do estudo representantes de serviços, assistentes de reclamações e os encarregados de saná-las, bem como seus supervisores e gerentes. Os funcionários preencheram questionários preliminares “com o objetivo de prestar informações a respeito de sua predisposição mental” — isto é, da tendência básica de cada um para ser feliz, triste etc. Esses dados básicos permitiram às pesquisadoras determinar de que modo os eventos do dia afetavam o humor dos funcionários.

Os 29 representantes do serviço de atendimento ao cliente atendiam a uma média de 64 ligações por dia e passavam praticamente o expediente todo ao telefone. Ao monitorar algumas dessas chamadas, as pesquisadoras constataram que as pessoas que ligavam para o call center apresentavam emoções que oscilavam entre positivas e neutras, dando sinais de irritação ou frustração, de pânico ou tristeza.

Ao longo de três semanas, os pesquisadores utilizaram questionários que eram enviados às telas dos computadores dos representantes no decorrer do dia, e cujo objetivo era o de colher amostras do humor dos funcionários e de sua reação ao humor dos clientes. As perguntas, via de regra, requeriam que as respostas fossem dadas com base em uma escala de 1 a 5 e versavam sobre o humor do representante no início do dia, se se sentiam animados, entusiasmados, ou frustrados e irritados. Em diversos momentos no decorrer do dia, os funcionários tinham de avaliar seu humor e o dos clientes — se haviam sido rudes, se demonstraram calma, hostilidade, frustração, bom humor ou raiva. Pelo menos duas vezes por dia os funcionários tinham de responder em que medida haviam atendido com sucesso e objetividade à chamada mais recente de um cliente ao call center.

Além disso, as pesquisadoras tiveram acesso às medidas de desempenho utilizadas pela seguradora para avaliação do trabalho dos funcionários. Os dados computadorizados mediram fatores como o percentual de tempo que cada representante gastou durante o expediente no atendimento às chamadas — em suma, o tempo em que ficaram ocupados e não fizeram nenhuma pausa. Foi também contabilizado o número de vezes que os funcionários transferiram a ligação de um cliente para um supervisor, o que é considerado indesejável. O número de chamadas atendidas pelos representantes, por hora, também foi computado — quanto maior o número, melhor.

Depois de avaliar o temperamento básico dos representantes, Rothbard e Wilk constaram que os funcionários que haviam começado o dia de bom humor tendiam a preservá-lo no decorrer do expediente. Isto se refletiu em um número de correlação expressivo de 0,36 (sendo que a correlação perfeita é dada pelo número 1) entre o bom humor do início do dia e o bom humor observado no restante do expediente. Os funcionários que começaram o dia de mau humor tendiam igualmente a mantê-lo no resto do dia, sendo que, neste caso, a correlação era de 0,38.

“O bom humor apresentado no início do dia repercute no humor do empregado durante todo o expediente”, observam as pesquisadoras, acrescentando que “de igual modo, o mau humor do início do dia repercute também de forma negativa sobre o empregado durante todo o dia, esse fenômeno leva em conta também a influência do contexto de trabalho, como é o caso da interação com os clientes.”

Embora tais descobertas não sejam particularmente novas, o estudo trouxe à tona um dado inédito no momento em que decidiu estudar o modo como os representantes reagiam ao humor dos clientes. Quando achavam que eles estavam de bom humor, o estado de espírito dos funcionários tendia a melhorar, numa correlação de 0,25. Contudo, o humor dos funcionários não apresentava tendência de queda quando percebiam um certo mau humor da parte dos clientes. Nesses casos, a correlação era de 0,08.

Quando o funcionário começava bem o dia, e o cliente demonstrava bom humor, o humor do funcionário tendia a permanecer positivo. Mas quando o humor inicial do funcionário era negativo, não tendia a piorar se o cliente atendido também apresentasse humor negativo. Os funcionários com menos tempo de serviço deixavam-se afetar mais pelos clientes mal-humorados. Isto indica que o mau humor dos clientes tem efeito menos decisivo sobre o humor dos funcionários, ou que os funcionários se mostram menos vulneráveis às interações desagradáveis, ou então deixam a empresa quando não conseguem manter essa invulnerabilidade, diz Rothbard.

“De modo geral, as análises combinadas indicam que o humor do início do dia tinha um efeito mais consistente sobre o humor do funcionário durante o dia todo do que o humor detectado no cliente, já que o mau humor não parece influenciar de modo decisivo o humor do funcionário durante o dia”, concluíram as pesquisadoras.

A pesquisa sobre o desempenho dos funcionários revelou respaldo “parcial” para a hipótese de que os empregados têm melhor desempenho quando se acham de bom humor. Estes tinham mais tempo para lidar com os clientes, provavelmente porque faziam menos pausas. Os funcionários mais felizes também tendiam a transferir um número menor de ligações. Contudo, o bom humor por si só não implicava necessariamente o atendimento a um número maior de chamadas por hora.
O efeito do mau humor era só um pouco diferente. Os funcionários mau-humorados atendiam um número menor de chamadas por hora e demonstravam menor envolvimento com trabalho. Todavia, o mau humor não resultava na transferência de um número maior de ligações (para a supervisão) e tampouco reduziam o tempo disponível para os clientes.

Que conclusões podemos tirar disso?

“Uma de nossas descobertas mostra que o humor com o que as pessoas chegam ao expediente de trabalho apresnetava uma influência mais definitiva e consistente do que qualquer outra variável”, observaram Rothbard e Wilk. “Descobrimos também que, na maior parte das vezes, conforme esperado, o humor do cliente afetava o humor do funcionário. O mais interessante foi constatar que as interações negativas com os clientes influenciavam apenas os funcionários menos experientes. Por fim, mostramos que o humor diário no expediente influencia de forma significativa os resultados obtidos no trabalho.”

O estado de espírito com que se chega ao trabalho pode ser de grande influência porque decorre de eventos mais importantes para os trabalhadores do que as interações com os clientes, assinalam as pesquisadoras. Também é possível que os funcionários sejam treinados para lidar com o humor dos clientes, mas não sejam treinados para lidar com o humor com que se chega ao trabalho. Pesquisas futuras, dizem as autoras, deverão analisar os vários eventos capazes de influenciar essa variável.

“O que considero realmente interessante em relação a essas descobertas é que o bom humor que você leva para o trabalho é muito forte”, diz Rothbard. “As pessoas realmente fazem um excelente trabalho ao isolar as más influências. O que as empresas deveriam ter em conta é que nem tudo que as pessoas trazem consigo para o trabalho é ruim; pelo contrário, pode ser até bastante positivo.”