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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Josefa - Assinatura

Dá cá uma saudade quando vamos a casa de amigos e descobrimos que a mãe deles assinava os quadros com o nome da minha mãe



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sábado, 8 de março de 2014

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Palavras para a Minha Mãe (José Luís Peixoto)

Palavras para a Minha Mãe

mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.

pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.

às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.

lê isto: mãe, amo-te.

eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.

José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"


Hoje faria 79...há 10 anos que não anda por cá

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Os "meus" milagres de Santiago


Os “meus” milagres de Santiago

Sou pouco católico, como muitos sabem. A minha mãe era muito católica, como muitos outros sabem.
Em 2001 mudei-me para Santiago de Compostela. Antes da mudança, que pensava eu vir a ser duradoura, apenas tinha ido lá arrendar um apartamento. Rapidamente habituei-me à cidade. A vista de minha casa quase chegava a Portugal; matava assim as saudades de Lisboa.

Todos os dias cruza-me pela Catedral. É inegável o peso que este edifício tem na cidade. Mais, o café que escolhi para me receber por lá, o Literários,  é paredes meias com a Catedral. Lá sentado, a bebericar o café ou a beber uma cerveja, sentia-me o guardião a Catedral… Todos que queriam circundar o edifício, passavam por lá

Os dias corriam; o objectivo que me levou a Santiago não arrancava e eu que cada vez mais  gostava da cidade. Andava muito a pé por lá. Lembro-me hoje dos comes, dos bebes, do que se passava, de algumas manifestações, dos cafés, de algumas pessoas com as quais perdi o contacto…

Lá para Novembro disseram-me que o que me tinha levado a Santiago já não ia acontecer. Disse várias asneiras em português e em castelhano e voltei para casa.

O que eu pensava que tinha sido um azar tremendo, veio a revelar-se uma premonição..chamo de Santiago.

2002 e 2003 vieram a revelar-se anos em que a minha presença em Lisboa se tornaria indispensável. Felizmente andei por cá.  

2004 veio a revelar-se mais uma consequência da, digo agora, boa sorte do final de 2001. Mudei-me outra vez para o estrangeiro. Voltei em Maio de 2005. Voltei  diferente…melhor.

Após 2001 voltei apenas duas vezes a Santiago. Mas quero voltar lá.

Mas Santiago voltou. Desta vez só para mim. Em Julho de 2013.

No meio de arrumações em casa dos meus pais…separando coisas para doar, coisas para guardar, coisas que contam a minha história, a história da casa e deles, a nossa história, diz-me a D. Rosa, a senhora que anda cá por casa faz muito tempo…não com o tempo de me chamar menino…

Meio aflita porque pensava que eu já tinha limpo um Santiago que anda pela sala, preso à parede.

Conta-me ela que está lá um papel deixado pela minha mãe. Eu desconhecia…pego na estatueta, levanto-a e vejo um papel dobrado que se encontra por baixo. Abro-o e vejo o meu nome, já escrito com uma caligrafia muito tremida….eventualmente das últimas coisas que ela escreveu.

Quase 10 anos após o falecimento da minha mãe recebo mais um presente dela…

Amanhã faz 10 anos que ela morreu…tenho saudades.



João Paulo Marques
O tempo não pára, não pare você também.
http://www.linkedin.com/in/joaopmarques
http://jpmarques.blogspot.com;
joaodavespa@hotmail.com
@joaodavespa

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A minha família - A minha mãe e o meu pai

Pai, faz hoje  dois meses que foste ter com a mãe.
Quero dizer-vos que as coisas por aqui estão a caminhar  bem.  Que não se preocupem.  Que nunca mais perdi ou esqueci-me das chaves.  Que tento não acumular jornais.   Que há uns projectos que parecem querer arrancar. Que continuo a acordar cedo. Que tenho cuidado quando ando de moto.
Outro dia estive em VRSA.  Pena que a mãe nunca tivesse conseguido ir à  nossa casa. Mas vais agora contar-lhe mais pormenores da  VRSA  e da nossa casa.. Como está mudada VRSA, comparando com os tempos em que íamos  lá os três. Lembro-me bem como gostavas de lá
Estive em alguns restaurantes em íamos os dois. O Baixa Mar, em Santa Luzia, foi um deles. Mantive aquela conversa longa com o Paulo. Aquela que ele sempre dedicava a nós.  Ele ficou surpreso com a notícia. Aliás, todos ficaram….viam-te sempre animado com a vida. Aliás, tu e a mãe sempre estiveram bem com a vida. Mesmo quando tudo indicava que ela parecia não estar do nosso lado.
Para além das saudades que vou tendo dos dois, vou lembrando-me do bolo de carne da mãe. Nunca mais comi um assim. Ela não desconfiava. Mas era tão bom que eu fazia sandes com ele. Mas também as sopas que tu fazias. Esta também é uma das novidades…pôr em prática o que está nos vários livros de culinária que temos.
Há mais coias boas…coisas boas que vão acontecer aqui, por cá, comigo.

Um beijo aos dois. Saudades cá de baixo.