domingo, 19 de março de 2023

Na rota do contrabando do café em Marvão

 

Percurso do contrabando do Café
Galegos / Marvão - Contrabando do café

Na rota do contrabando do café em Marvão

O caminho fazia-se a pé, à noite, e durava até de manhã. Eram 10 km em direcção à fronteira com Espanha com sacos de café às costas, que nem sempre lá chegavam. Calçámos os ténis e seguimos o rasto da clandestinidade do Alto Alentejo.



Durante a ditadura, o café produzido em Portugal não podia sair para Espanha e, portanto, decretou o Estado Novo que qualquer tentativa de o vender por lá seria punida com pena de prisão. Ora isto para quem vivia da venda de café era um contratempo, mas nem por isso um impedimento. Lá encontraram maneira de contrabandeá-lo para o país vizinho, escapando (às vezes, outras nem por isso) às vigias apertadas de guardas e carabineiros que patrulhavam a raia.

De Marvão e das aldeias vizinhas, onde na altura havia meia dúzia de torrefacções em actividade, noite sim, noite sim partiam grupos de corajosos em direcção a La Fontañera com sacos de café cru às costas. O caminho fazia-se a pé, à noite, e durava até de manhã. Eram 10 km em direcção à fronteira com Espanha com sacos de café às costas, que nem sempre lá chegavam. Os homens com os mais pesados, de 60 kg, e as mulheres com os mais pequenos, de 20 kg. O percurso de 10 km fazia-se a pé pela Serra de São Mamede adentro, no breu total, levando geralmente a noite inteira a caminhar. De Espanha trazia-se dinheiro (muito) e todo o tipo de produtos que se pudesse vender nas aldeias – a bombazine, por exemplo, na altura, valia o risco.


O tempo passou e hoje aquele que é conhecido como o “Percurso do Contrabando do Café” no Alto Alentejo virou passeio turístico, apadrinhado pela Câmara Municipal de Marvão, que anualmente organiza uma caminhada comentada na primeira pessoa por quem sobreviveu à clandestinidade. Integrado na Rede de Percursos de Natureza da região, reduziu-se ligeiramente a rota para 6 km, num trajecto fácil que se estima que seja cumprido em cerca de 2h30.

A partida dá-se junto ao cemitério da pequena aldeia de Galegos, segue pelo Monte de Baixo, e já na chegada a Pitaranha é possível avistar a povoação espanhola La Fontañera, onde se fazia a venda e troca de mercadoria. Pelo caminho, há uma subida de 206 metros e uma passagem sinuosa por um conjunto de escarpas que exigem alguma resistência de pernas, mas que valem bem o esforço pela vista desafogada para o castelo de Marvão. Como companhia de viagem, apenas o bosque cerrado de sobreiros, meia dúzia de terrenos agrícolas e um pequeno curso de água. Se fugir ligeiramente da rota, ainda encontra alguns vestígios de uma calçada medieval que chegou a ser usada como trajecto oficial do contrabando mas que entretanto passou a estar nos radares da polícia e obrigou a um desvio pelo meio do mato.

O objectivo desta rota é desbravar terreno, respirar o ar puro, viver um pedaço da História que poucos conhecem e, naturalmente, aproveitar o estar na região para ir conhecer a vila de Marvão (a 12 km de distância de Galegos) e Castelo de Vide, a pouco mais de 15 minutos de carro.

Escrito por 
Nelma Viana

domingo, 12 de março de 2023

Não responda aos emails … Pardon my French

Pardon my French - JPM



Não responda aos emails  … Pardon my French

A quantidade de “informação” que nos chega or email parece ser um filão inesgotável. A dica pode parecer pouco polida, mas é um modo simples de responder aos emails…não respondendo.

Algumas situações exigem uma resposta rápida, mas nem todas são assim.  Não se trata de ignorar as mensagens, mas sim optimizar o seu tempo, em regra escasso.  Pode começar por responder mais tarde.

Mas há uma série de situações em que não é necessário responder. Eis algumas:

- responder a estranhos que nada lhe dizem e em que o assunto também nada lhe diz

- responder a correntes

- responder a ofensas ou provocações

- o último email de uma conversa não te que ser seu; se a conversa está terminada, pode não  enviar  mais nenhum email

- responder em grupos quando a resposta já foi dada

 

Mas ainda há uma técnica mais poderosa, o [DELETE]. Se o assunto não lhe diz mesmo respeito e / ou não lhe interessa, use o [DELETE].

Mas este poder, o do [DELETE], pode também ser usado pelo seu cérebro.  Um dos modos de libertar o seu cérebro de pensamentos nefastos ou de o colocar a descansar  é a IOGA IBÉRICA

 

sexta-feira, 10 de março de 2023

Para responder a um email…use o telefone


Para responder a um email…use o telefone




Muitos de nós recebem carradas de emails. São as newsletter que assinamos, as propostas de compra de um qualquer magnífico produto / serviço que vai resolver parte da nossa vida, são os colegas ou clientes que enviam emails para todos…independentemente do assunto dizer-lhe ou não respeito, eram as piadas que agora são enviadas pelo whatapp, etc...

Em alguns casos recebemos emails para solicitar uma reunião ou para respondermos a algum assunto. Este pode não ser do nosso conhecimento, como também o problema que está a ser descrito pode não nos parecer claro,,,,podemos também não entender bem o que nos querem dizer .

Em vez de estarmos com cuidado a (re)ler e a tentar dar uma resposta que, em alguns casos, tem que ser polida, pegue no telefone e “mate” logo o assunto.

Ganha (e não faz perder ) tempo.

quinta-feira, 9 de março de 2023

WWWaV - Wonderful World With a Vespa


 

Os isqueiros BIC e a Política / Políticos


Isqueiros BIC de todas as cores políticas




Os isqueiros BIC e a Política / Políticos

Nos meus tempos de catraio (e não só), com horas investidas nos cafés, alguns dos amigos fumadores coleccionavam isqueiros BIC, não de forma premeditada. Curiosamente os ZIPPO, isqueiros muito em voga na altura, não costumavam mudar de mãos. Os “não donos” tinha esse cuidado.

O mesmo se passava e passa comigo. Irracionalmente fico com esferográficas, mas não com Parkers.

O que se tem vindo a passar com a Classe Política (e como os Vampiros que voam à volta deles), não só agora, é absolutamente inqualificável.

Para esta Classe que envolve, filhos, maridos, mulheres, amantes, amigos e amigas, há BICs, Zippos e Duponts…e o filão, para eles, parece não acabar.

Recentemente, numa freguesia muito populosa de Lisboa, com a qual eu me identifico:

  • a mãe, Presidente da Junta, contratou directamente o filho,
  • essa mesma mãe, ou uma vereadora, recorrentemente, dirigia-se à cantina da Junta e levava 5 sopas para casa, para dar à sua família.

segunda-feira, 6 de março de 2023

WWWaV - Wonderful World With a Vespa - John Wayne

John Wayne - Scooter
John Wayne

 

You can observe a lot just by watching (Yobi Berra)

Parar, Olhar, Refletir e voltar a Fazer - Follow Us



Lembro-me de ouvir histórias sobre observar:

1 - Uma rede de lojas de fotografia no Rio de Janeiro, a DePla. Eles tentavam abrir sempre as suas lojas bem perto de um McDonalds. O que isto tem a ver com observar...a McDonalds observa sempre os lugares onde abre restaurantes….sabiam que iam passar por lá pessoas.

2 – Uns amigos, faz muito tempo, alugaram um apartamento. Sempre foram ver a casa fora de horas ou aos fins de semana. O apartamento ficava numa rua estranha. A entrada era de um lado; nas traseiras, onde não havia entrada, havia um pátio. O acesso a este pátio era complicado.

Finalmente mudaram-se. Primeiro dia útil. Nos vizinhos de baixo, cuja entrada era pelo pátio, funcionava uma serralharia. Não foram ver o que se passava à volta.

Mas vamos agora para as empresas:

- é importante olhar / observar como as pessoas, entenda-se Clientes, se comportam no seu processo de compra.

- é importante ver para onde os Clientes olham nas lojas

- é importante ver como os Clientes pagam as suas compras

- é importante observar como a concorrência faz...talvez tenhamos de fazer igual...ou melhor


O Wallmart quando entrou no Brasil fê-lo com mega lojas. Estas ficavam localizadas fora das zonas residenciais. Não perceberam que muitos dos seus potenciais Clientes eram pessoas que se deslocavam a pé ou de autocarro, sem possibilidade de fazerem grandes compras.

Neste caso...não observaram o processo de compra-

Muitas vezes as “coisas” estão a acontecer à nossa frente, mas passam-nos completamente despercebidas.

Uma táctica excelente é: Parar, Olhar, Refletir e voltar a Fazer

Por vezes é preciso parar com o que se está a fazer e observar como se está a fazer. Pode bastar observar, falar com a equipa e reformular as tarefas. É uma razão pelo qual o feedback deve ser estimulado entre as equipas.

A maioria das equipas são capazes de ver os seus próprios problemas (muitas vezes com a pequena colaboração de um facilitador), se forem sensibilizadas para isso e tiverem tempo para o fazer.



A sequência “Parar, Olhar, Refletir e voltar a Fazer” tem que estar imbuída no espírito da equipa de trabalho. Aqui recorro aos famosos All Blacks. A equipa de rugby mais vitoriosa em ambos os hemisférios. A Cultura deles é um dos seus pontos fortes. É também um dos pontos fortes da sua Empresa?

Criar uma cultura que realmente “abrace as expectativas”, que seja inquieta e que atribua responsabilidade. Este é um dos caminhos para se melhorar todos os dias. Este comportamento leva a um questionamento: como podemos (continuar) a fazer melhor?

É continuar a fazer, assumindo riscos e responsabilidades. Os ALL BLACKS possuem o HAKA. Trata-se de um poderoso ritual que reflete, relembra e reforça todas as experiências e crenças do grupo.

A sua empresa tem um HAKA?

Um dos “truques” do rugby é a velocidade de circulação da “bola”. Numa acção de formação com um técnico das categorias mais jovens da equipa referida, ele referia que treinavam e observavam até à exaustão a técnica de circulação do passe. Para quê? Evitar erros e circulá-la mais depressa….assim conseguiam ultrapassar os adversários.