quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

POISCIONÁRIO - Ou o poder do Pois

POIS É – Ou o poder do Pois

Quando se vê, já são seis horas; quando se vê, é sexta-feira;
quando se vê, acabou o ano. (M. Quintana)


Uma das palavras / expressões mais abrangentes que existem na expressão oral e escrita portuguesa (lusa) é a utilização do “POIS”. É fabuloso o seu uso, os seus múltiplos significados e democraticidade no seu uso. Não há quase nada a que não se possa responder com um “Pois”.
O Pois é usado em todos os estratos sociais e camadas etárias, não escolhe género ou idade. Ele é um poço inesgotável de respostas, não respostas, comportamentos e caracterizador de algumas personagens (profissionais) que convivem directamente (ou não) conosco, no nosso dia-a-dia.
Começo por apresentá-los como vem na gramática portuguesa (http://pt.wiktionary.org/wiki/pois) Conjunção
pois conjunção coordenativa conclusiva/explicativa
1. logo, pelo que, portanto, por consequência, por conseguinte:
o Encontraste outro amor, pois segue o teu coração.
2. porquanto, porque:
o Calas a raiva pois tens medo do poder.

Mas o seu uso extrapola, em muito, a definição acima apresentada.
Alguém que use e domine o “Pois” não ficará sem resposta a dar a nada. O seu correcto domínio, alicerçado por uma linguagem não verbal adequada, será de grande utilidade. Ora vejamos.
Podemos usar “Pois” isoladamente em respostas afirmativas, negativas, inconclusivas, relaxadas ou vazias.
1) Está muito calor.
Pois (afirmativa).

2) Não devias ter feito isso (fez cagada).
Pois (não devia mesmo).

3) Ao ouvir alguém que fala e fala e fala…e que continua a falar.
Pois (pontuamos as pausas do orador com um pois. Podemos nem estar a prestar atenção… mas não passamos por mal educados).

4) Quando alguém nos pede para comentar algo que acabámos de ouvir.
Pois (não sabemos bem o que dizer ou o que opinar e sai um pois,.. um pois surdo… é politicamente correcto o seu uso e de extrema habilidade dialéctica).

5) Pois (relaxado)» há quem o use sem imaginação/ preocupação.

Mas este vocábulo pode ainda aparecer conjugado com outros (palavras compostas).

Pois claro » que pode significar concordância. No entanto, os mais hábeis fazem do seu uso algo parecido com um ioga mental. Usam-no para descasarem a mente. Parecem atentos… mas o que estão é completamente desligados.

Pois sim » o mesmo uso acima referido.

Pois não » quanto alguém nos interpela, quer ao bater à porta, quer na rua … educadamente podemos responder assim.

Pois é » quando queremos confirmar algo. Podemos ir do simples “pois é”, quando confirmamos o óbvio, sem emoção, ao “pois éééééé”… quase como o balir de um cordeiro…expressamos sentimentos de surpresa, admiração, de concordância.

Pois, pois» quando concordamos, sem reservas, com algo. O curioso é que esta expressão é utilizada para caracterizar os portugueses (de uma maneira algo brincalhona) em terras de Vera Cruz.

Pois talvez» que pode não querer dizer algo, pode querer ou não saber de todo o que quer dizer. Comportamento típico de alguns.

Pois então » mais uma vez concorda com o facto apresentado ou pode pretender reforçar algo que já disse. Muitas vezes, este reforço, demonstra o quanto o orador não está convencido do que pretende demonstrar.
Mas ainda se arranjava mais "Pois"

A utilização do “pois” tem ainda outros caminhos.

Depois » que tanto caracteriza a tomada de decisão de políticos, gestores, patrões, estudantes… como se vê, de todos, ou quase todos, nós.
Temos ainda Poiso, Poisada (ou pousada), Poisar. Todas elas a marcar algum imobilismo, inoperância ou descanso intelectual. Não que ele não seja necessário… mas caracteriza e ajuda a definir alguma inoperância.
Mas o “ Pois” também de internacionalizou.
Interessante será ver como a nossa velha aliança introduziu o “Pois” nos seus vocábulos.
Poison » o que ao princípio poderia ser um simples Pois Filho (pois son) mas, devido aos jogos de poder dos corredores dos palácios passou a significar veneno. Logo os franceses, não querendo ficar para trás, resolveram usá-la (e, eventualmente, usá-lo). Este idioma também o utiliza para significar peixe (Poisson)

Pois também é usado em Italiano. Comeram-lhe o “s”. Ficaram com Poi. Não conseguiram dar-lhe, penso eu, o uso imaginativo do Pois luso. Significa apenas “pois”. Mas já no mundo da moda temos a colecção Pois, há até uma Miss Pois (ou várias) , uma linha Pois (http://www.pois.it/), um glamour Pois. Sem dúvida, uma rotura no universo linguístico Pois.

Já os espanhóis, talvez por não gramarem nada do que vem daqui, para além dos Bancos e de muito do nosso tecido empresarial, que vão comprando, não o usam como nós. Dizem um Pues sem força. Talvez possa ser por terem alguma dificuldade em “sonorizar ou ditongar” duas vogais seguidas sem terem de recorrer à tecnologia dos acentos.

Deixo-vos por fim com a caracterização, um pouco limitada (não minha, mas dos intérpretes), de alguns tipos de HOMENS POIS. Infelizmente “eles andem por aí”.

Encontramo-lo nas bancadas do nosso Parlamento….aqueles que dizem pois (nas suas mais variadas vertentes, mas sobretudo um pois relaxado ) a tudo que é emanado pelas suas cúpulas, dos quais nem sequer sabemos o nome, porque muitas vezes nem sequer aprecem regularmente no parlamento. Apenas os serviços da Segurança Social os conhecem pelo registos dos chorudos salários e regalias que usufruem.

Há aqueles que partilham as assessorias das empresas / organizações. Usam um Pois agradável… concordam com tudo, mesmo não sabendo (ou não querendo saber) do que se está a passar.

Já o Chico Buarque, poeta incontornável da língua portuguesa, prosou (e musicou) sobre o Pois é (http://letras.terra.com.br/chico-buarque/86033/).

Se o Tempo não pára, não pare você também.
João Paulo Marques

PS: A ideia deste pequeno texto nasceu da observação quotidiana do POIS e de querer também explica-lo, a quem não o domina nomeadamente, à minha querida amiga Denize. Assim, talvez ela e muitos outros o entendam melhor.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

sábado, 13 de dezembro de 2008

Perguntas e respostas num debate

PERGUNTAS E RESPOSTAS NUM DEBATE

Se tenho que falar por 2h, preparo-me 10 m; se tenho que
falar 10m, preparo-me 2h (Winston Churchill).

Reveladora esta expressão de Churchill. E ele devia ser, sem dúvida, um orador muitíssimo bem preparado.
Se sabemos que temos que falar em público, prepara-nos quanto antes. Como quase tudo na vida, a experiência e a consequente repetição do exercício só faz de nós melhores executantes.
Tenho por hábito ler em voz alta textos em idiomas estrangeiros. Dou por mim de vez em quando a gaguejar em determinadas palavras e isso é mais notório quando gravo a minha leitura. Reparo que me atropelo de vez em quando. Por quê? Porque qualquer dos idiomas não são o “meu português”. Como eu posso melhorar a minha fluência? Praticando, lendo e lendo em voz alta.
O mesmo deve suceder a quem se prepara para uma apresentação. Treinar! Estar também preparado para a fase de perguntas e respostas. Estar muito bem preparado para esta fase. E esta fase pode preparar-se. Podemos antecipar as perguntas. Há quem diga que cerca de 70% delas são previsíveis. O que fazer com o remanescente. Prepararmo-nos. Esta parece ser a resposta para quase tudo. Prepararmo-nos!
Anteciparmos as perguntas que faríamos, como também as que gostaríamos que nos fizessem e as que não gostaríamos que nos fizessem. A estas juntamos aqueles que pensamos que não nos farão. Mesmo assim, alguma pergunta (s) inesperada(s) será feita. Garantido.
É conveniente no início da prelecção esclarecer quando é a fase das perguntas. Em alguns casos, mesmo que esta fase seja remetida para o final, convém esclarecer (na altura) alguma dúvida que possa comprometer o correcto desenrolar da sessão.
O público agradece sempre a oportunidade de pode formular perguntas. De poder esclarecer as suas dúvidas que não foram clarificadas na apresentação ou sobre as quais tenha reservas ou não concorde mesmo com o ponto de vista apresentado.

Seguem alguns conselhos para melhorar esta parte tão sensível das apresentações:

1. Não se precipite a responder. Tenha a certeza que entende o que está a ser questionado. Pense na resposta…e responda.

2. Pode responder imediatamente às perguntas ou juntar 3 ou 4 e articular a resposta. Assim, eventualmente ganhará tempo e poderá dar respostas mais abrangentes.

3. Esteja atendo ao modo como foi formalizada a pergunta. Perceba o seu conteúdo verbal e não verbal.

4. Ao responder dirija-se sempre à plateia e não apenas ao interlocutor.

5. Responda sempre de forma directa, clara e concisa.

6. Marque as distâncias. Assim, poderá defender-se melhor de perguntas mal intencionadas. Poderá, nestes casos, junto do interlocutor (e da plateia) reformular a questão… mudando os seus termos ou o seu âmbito.

7. Tente, dentro das possibilidades, ter material de apoio que o ajude a suportar as suas respostas.

8. Face a uma pergunta caprichosa, responda-a defendendo-se.

9. As questões formuladas negativamente responda de forma positiva.

10. Nem todas as perguntas que lhe são feitas merecem contestação. Todavia, seja cortês quando não as responder.

11. Seja honesto com a audiência. Não tem que saber responder a todas as questões que lhe são feitas. Caso isso suceda pode solicitar ajuda à plateia ou remeter a resposta para mais tarde. Sobretudo, não invente.

12. Quando perceber que está a esgotar o tempo que tem para as perguntas e respostas, avise a plateia. Pode disponibilizar-se para responder a algumas dúvidas posteriormente, quer na sala, quer por email ou outro método.

Aproveite este fase das palestras, independentemente da posição que ocupa. Ela pode ser bem desafiante. Mas nunca deixe de ter uma atitude séria e responsável com ela.

Se o Tempo não pára, não pare você também.
João Paulo Marques

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ensino

Algumas contradições nestes dias.

Aqui vão:
» A Católiva viu o seu curso de Economia reconhecido como um dos 50 melhores da Europa
» Esta universidade e a Nova de Lisboa vão lançar um MBA para concorrer com os melhores da Europa. Não tenho dúvidas q o vão conseguir.
» Hoje, 3.12., greve geral dos professores.

Ministério e professores não se entendem...e nós sabemos como anda (mal) o ensino.

Apanhei recentemente uma frase que dizia algo assim:
Se acham que a educação é cara... pensem no custo da "não educação". Infinitamente mais cara (acrescentei eu agora).

Quando penso que os garotos de 10 anos hoje em dia pouca possibilidade têm de andar na rua a correr, de esfolar os joelhos, de jogar à bola... e de muitas mais travessuras que eu (e todos) fazíamos...fico meio assustado como será estas crianças daqui a 20 anos a terem de lidar com os problemas da vida que não aparecem nos livros

Cães & Gatos

CÃES E GATOS (MINISTRA E PROFESSORES)

Ninguém consegue ler o rótulo quando este está dentro da garrafa.
É preciso que ele esteja fora para se ler (provérbio inglês).

Sempre vivi com este inegável dado: cães e gatos não se dão. Pronto! Não misturem cães e gatos… vai dar confusão…. vai dar feridos… vai dar sangue. E há até quem tenha medo deles.
Mas parece que esta minha afirmação é rapidamente contestada pelo seguinte “plenário” (em fotografia). Parece que os três estão num diálogo, sem qualquer tipo de conflito, ouvindo-se uns aos outros. Reina a sintonia e o respeito de opiniões. Algo parecido com as cegadas (quero dizer cagadas) que quase todos os dias nos aparecem pelos media.




Plenário da familia MB

Parece que os tempos que correm na nossa sociedade são tempos de “cães e gatos”. Temo-los no relacionamento dos professores com ministério, no nosso relacionamento inter-pares no seio da empresa, com os nossos superiores, entre adeptos de clubes diferentes de futebol, pasme-se, entre adeptos do mesmo clube e, infelizmente, dentro das nossas casas, para referir apenas alguns lugares. . Vide os dados estatísticos que têm vindo a ser publicados e que revelam que a violência doméstica e sobre as crianças tem vindo a aumentar. Será que o mundo foi tomado de assalto por cães e gatos?

Mas os conflitos nas organizações (e não só) podem ser benéficos. São eles que trazem sal, ou pelo menos algum dele, às nossas vidas. As diferenças entre os indivíduos existem. Não as podemos evitar…. elas estão lá. Felizmente!
Sabemos que os tempos são difíceis. Há uma enorme competitividade entre empresas, dentro das empresas, dentro e entre os vários departamentos.

Infelizmente, é que estes conflitos nem sempre são visíveis ou percebidos. Há algumas discussões à superfície … e o trabalho vai emperrando, vai sendo adiado,…
Muitas vezes os membros em conflito não entendem que não estão presentes apenas as duas partes, os dois, mas que há uma terceira parte; a Organização. Por isso, a defesa da nossa posição não deve ser vista como:” se eu perco, tu ganhas”. Não devemos incorporar o problema (real ou latente) como se fosse um problema apenas nosso. A parte mais interessada e que importa, em regra a defender, é a Organização.
É importante “ganharmos” um distanciamento do conflito e passar a observá-lo de fora. Assim, estamos no caminho correcto de o resolver.

Sabemos também que dificilmente alguém consegue fazer sobressair uma Organização pelo seu esforço e competência.
O caminho para a resolução dos problemas / conflitos passa por algumas regras:
• Evite-os » A primeira regra é fazer os possíveis para não os criar.
• Respeitar as opiniões dos outros » Aprenda a ouvir. Nem sempre estamos certos. Nem sempre o nosso ponto de vista é o mais ajustado ou apropriado.
• Vivemos em sociedade » Aprendemos sempre com os outros, Mais que não seja, aprendemos a não cometer os erros que outros já cometeram por nós.
• Trabalho é necessário, como conhaque também o é » As suas vitórias profissionais devem ser acompanhadas e partilhadas pelas suas vitórias sociais. Ninguém vive só de trabalho.
• Não se desgaste » Ele não concorda comigo; eu não concordo com ele. E daí?
• Crie o seu espaço » Não leve a insatisfação do trabalho para fora do escritório. Não leve também os problemas de casa para o escritório. Cada um deve ser resolvido no seu espaço próprio, isto é, onde ele acontece.
• Controle-se » Discussões, mesmo que apaixonadas , não resolvem os conflitos. Não lhe dão a razão.

sábado, 29 de novembro de 2008

A pior vontade de viver

A pior vontade de viver (De Martha Medeiros / Clarice Lispector)

Todos são tão comprensívos, aceitam tão bem as suas escolhas, torce por tudo o que você faz, não é mesmo? Desde que você faça o que está no script. Que siga o que foi determinado no roteiro, aquele que foi escrito sabe-se lá por quem e homologado no instante em que você nasceu. Mas e quem não quiser seguir esse script? Em dezembro próximo, serão completados 30 anos da morte da escritora Clarice Lispector, que entendia de subversões emocionais.

Fui convidada a participar de um evento que a homenageia, em Porto Alegre, e em função disso andei relendo algumas de suas obras, e encontrei no conto “Amor”, do livro “Laços de família”, uma de minhas frases prediletas. Assim ela descreve o sentimento da personagem Ana: “Seu coração enchera-se com a pior vontade de viver.” Ela é complexa, angustiante, subjetiva e intensa. Ela, “a pior vontade de viver”. A que não está disposta a negociar com a vontade dos outros.

No entanto, esta que foi chamada de a “pior” vontade pode ser também uma vontade genuína e inocente. É a vontade da criança que ainda levamos dentro, entranhada.

É o desejo de açúcar, de traquinagem, de fazer algo escondido, de quebrar algumas regras, de imitar os adultos. A “pior” vontade é curiosa, quer observar pelo buraco da fechadura e depois, mais ousadamente, abrir a porta e entrar no quarto proibido. A “pior” vontade é a de não se enraizar, não assinar contrato de exclusividade, não firmar compromisso, não se render às vontades fixas, apenas às vontades momentâneas, porque as fixas correm o risco de deixar de serem vontade para se transformarem em vaidade - como se sabe, há sempre aqueles que se envaidecem da própria persistência.

A “pior” vontade não quer ganhar medalha de honra ao mérito, não quer posar para fotografias, não quer completar bodas de ouro nem ser jubilada. A “pior” vontade não faz a menor questão de ser percebida, ela quer ser realizada. É quando você sabe que não deveria, mas vai. Sabe que não será fácil, mas enfrenta.

Sabe que tomarão como agressão, mas arrisca. Aqui, cabe lembrar: apenas se sentem agredidos aqueles que te invejam.

A vontade oficial, a vontade santinha, a que não causa incômodo, é a outra, a aprovada pela sociedade, a que não leva em conta o que vai no seu íntimo, e sim a opinião pública. É a vontade que todos nós, de certa forma, temos de mostrar para os outros que somos felizes, sem saber que para conseguir isso é preciso, antes, ter a”pior” vontade, aquela que faz você descobrir que ser feliz é ter consciência do efêmero, é saber-se capaz de agarrar o instante, é lidar bem com o que não é definitivo - ou seja, tudo.

É com esta “pior” vontade de viver que você atrai os outros, que seu magnetismo cresce, que seu rosto rejuvenesce e que você fica mais interessante. É uma pena que nem todos tenham a sorte de deixar vir à tona esta que Clarice Lispector chamou de “a pior vontade de viver”, e que, secretamente, é a melhor.

Martha Medeiros -


Apanhei este texto no Globo de domingo a regressar do Rio de Janeiro. Ainda o guardo

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Como é bom ser criança

TÃO BOM QUE É SER (E CONSEGUIR SER) CRIANÇA


Recentemente, em mais um encontro dos meus antigos colegas da minha equipa de rugby (Clube de Rugby São Miguel - http://crsmiguel.blogspot.com) soube que dos meus amigos, daqueles que ainda me tratam por um dos meus nomes de imberbe, Ló, tinha adoptado duas crianças (um casal).

Ele, o mais velho de 8 irmãos, estava habituado a ter a casa cheia e, pelo facto de não ter filhos, resolveu adoptar dois. No meio da conversa ele liberta uma expressão de pura emoção e satisfação (dele e de todos os que o ouviam). Diz-nos: “Sabem, foi a melhor coisa que fiz na vida”. Não tenho dúvidas. Deve ser uma sensação única de entrega adoptar crianças… sobretudo, quando vivenciamos toda a violência que é praticada sobre as crianças. O caso da menina que se divorciou aos 10 anos é só mais um caso. Infelizmente, estas práticas não são apenas praticadas “sobre” os mais novos. Parece que os mais velhos, os nossos pais e avós, também têm vindo a sofrer desta falta de moral. E essa violência é praticada por nós, aqueles que pertencem à minha geração e não só.

Mas a história continua. Para uma criança adoptada deve ser-lhe difícil o vazio que tem sobre o seu nascimento, do porquê da sua adopção…e muito mais “coisas” que eu não sei sequer imaginar ou colocar-me no lugar deles…

Contava também esse meu amigo que uma vez, a mais nova, interpelou o mais velho de como eles tinham aparecido lá em casa. Resposta pronta: “Não te incomodes com isso. Diz que vieste de táxi”.

Parece que continuamos a ter muito que aprender com as crianças. Quer na sua ingenuidade, quer nas respostas prontas e sem malícia.

É sabido que um dos modos de estimular a nossa criatividade é fazer uma regressão à nossa idade de criança. A idade que nos permitia sonhar e divagar … e isso cada dia se tem menos na nossa vida!

Adenda:
Sou um privilegiado. Entre vários outros aspectos, tenha a sorte de conviver e ensinar a umas duas dezenas de pequenos e valentes jogadores de rugby, meus amigos, os fundamentos do jogo, mas não é só isto.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Pequeno-almoço

Tenho por hábito tomar o pequeno-almoço de domingo no Centro Comercial Roma. Apenas porque ganhei o hábito de lá comprar o jornal… e é por lá também que cometo um dos meus pecados da semana…como um caracol acompanhado por um galão. Gosto de “desfiar” este bolo e comer por último o seu “núcleo”. Mas o que é a vida sem alguns pecados…?

Muitas vezes tenho, por lá, a companhia de uma senhora com cerca de 70 anos. Quando lá vou procuro-a sempre com o olhar. Fico contente quando a vejo. Acho-a parecida com a minha mãe. Ontem fiz isso, procurei-a… não se encontrava.

Ah, ontem fez 5 anos que a minha mãe faleceu.

domingo, 9 de novembro de 2008

O Monstro das bolachas ou a Hidra de Lerna


Os vários nomes do Monstro das Bolachas ou a Hidra de Lerna


Dei comigo outro dia a olhar para um cartaz da Rua Sésamo. O espectáculo vai andar por Lisboa….e logo me lembrei do Monstro das Bolachas. Recaída mental para as bolachas de baunilha que tanto gosto ou para o célebre Monstro das Bolachas? Acho que para ambos.

Esta personagem da Rua Sésamo preencheu o imaginário de muitos de nós…em muitos lugares, em várias gerações. Era um monstrozinho inofensivo e simpático, que vociferava “Bolachasssssssss” … mas ele apenas devorava bolachas… ao contrário de outros que andam por aí, a parasitar e a devorar ou sonegar tudo o que apanham, vêm ou bem pior…

Como se sabe, hoje em dia aparecem-nos outros monstros. Falo do suprime e de outros primes e primos. Na verdade, há vários primes e primos que pululam e sugam a nossa sociedade… que aparecem metamorfoseados.

Alguns deles subsistem pelo facto de nós gostarmos pouco de protestar… de comermos e calarmos… de levarmos os nossos protestos apenas ao vizinho do lado ou para dentro de casa, ou seja, de fazermos muito pouco para mudarmos a situação. Também, por sermos uma sociedade onde tudo leva tempo, muito tempo, para se tomar alguma decisão, alimenta o nosso Monstro das Bolachas. Claro que a ausência de uma aposta séria em ensino de qualidade, alicerçada em valores cívicos e sociais, mais uma, vez faz vir à tona os primes, primos e herdeiros nefastos.

É indesmentível que o monstro de hoje tem várias cabeças. Umas delas pensantes, outras menos, mas todas a incomodar (
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidra_de_Lerna
). As suas cabeças podem ter vários nomes….porque não pegar nos nomes dos ministérios e baptizar essas cabeças. Ela pode ser a Saúde, Justiça, Obras Públicas, o Ensino, etc…mas também temos outras menos generalistas, mas presentes no dia-a-dia de todos, tais como: civismo, educação, bom senso, companheirismo… etc. No entanto, estas maléficas cabeças não podem fazer com que tracemos um caminho e tentemos, com mais ou menos desvios de percurso, chegar ao nosso objectivo.

Sabemos que é uma altura de crise. Esta emana de todos os lados…no entanto, convém não esquecer que há quem esteja em crise, entenda-se, desespero desde que nasce até que morre. Falo daqueles que nascem pobres, vivem pobres, morrem pobres… sem nunca conhecerem outro estado e isso passa-se, porventura, na nossa sociedade. Mas falo também do que se passa em África e em outros lugares do mundo… lugares esses onde os primos (ricos) parecem não se incomodar. Eles e nós.

PS: A) Por estes dias saiu a sentença da nossa Senhora “ Fátima de Felgueiras”. Três anos e tal de pena suspensa…Não sei ao certo todos os contornos do caso…mas quero acreditar no velho adágio popular: “não há fumo sem fogo” (http://www.ciberduvidas.com/idioma.php?rid=1499). E aqui parece que o fogo foi extinto indevidamente.

B) Ontem assistimos a uma manifestação de cerca de 120.000 professores. Eles queixam-se de várias coisas. Uma delas é o método de avaliação de carreira. A Ministra diz que não se assusta, que já viveu dias piores. Não sei quem tem mais razão… se este tipo de mensuração faz sentido… uma balança com dois pratos… sei de certeza que quem sai a perder, neste momento, são os alunos.

sábado, 8 de novembro de 2008

Manifestação dos professores

Andam 120.000 professores pela rua... numa manifestação gigantesca...e a ministra diz que "nã passa nada"... que já teve dias mais difíceis....
Na verdade não sei bem o problema que contrapõe os professores e a Ministra...sei que todos os anos temos contestações.
Algo que mal de passou quando disseram aos docentes que o emprego era para toda a vida... vivi também um pouco com a ideia que nos passavam... não arranjas emprego, vais para o ensino... mas uma Ministra não pode ser cega a este ponto. andarem 120.000 prof´s pela rua...a protestarem

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Quentes e boas

Quentes e boas... já andaram pelas minhas mãos esta temporada. Para já, apenas uma dúzia ....aproveito para vos lembrar que lá para Marvão vai a haver este fim de semana "XXV Festa do Castanheiro-Feira da Castanha".
Vejam: www.cm-marvao.pt
Acho que vou lá este ano


Acho que vou lá

domingo, 2 de novembro de 2008

Aprendizagens

O que a aprendizagem e a curiosidade pode fazer e faz por nós.
Texto "roubado" à net.... não sei muito bem a quem... mas muito interessante.


I

Ando pela rua.
Há um buraco ao fundo da rua.
Caio nele.
Estou perdido, … impotente.
Não é culpa minha.
Demoro muito para encontrar a saída.

II
Caminho pela mesma rua.
Há um buraco ao fundo da rua.
Finjo que não vejo.
Caio nele novamente.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Demoro ainda muito para encontrar a saída.

III
Caminho pela mesma rua.
Há um buraco ao fundo da rua.
Vejo que ele está lá.
Caio nele… é um hábito… mas os meus olhos estão abertos.
Sei onde estou.
A culpa é minha.
Saio imediatamente.

IV
Caminho pela mesma rua.
Há um buraco ao fundo da rua.
Contorno-o.

V
Caminho por uma rua diferente.

Felicidades

Felicidade


Montanhas azuis com neve e água azul, fria e turbulenta –

Um céu selvagem repleto de estrelas que nascem

E Vénus e a lua quase cheia quando o sol nasce.

Gaivotas que seguem um barco a motor contra o vento,

Árvores com ramos e raízes no ar;

Sentado ao sol ao meio-dia

Com um furioso fumo da nuvem que sai da chaminé da cabana,

Águias ao vento como se fossem uma,

Andorinhas do mar que vão e vêm

Uma nova espécie de tabaco às onze,

E o meu amor que regressa no autocarro das quatro –



Meu Deus, por que é que nos deste tudo isto?



Malcolm Lowry,

In Outros Poemas do Álcool e do Mar

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Patriotismo, o que isso tem a ver comigo?

Patriotismos, o que isso tem a ver comigo?

Tenho alguma dificuldade em compreender o uso que se faz da palavra Patriotismo (http://pt.wikipedia.org/wiki/Patriotismo). Por altura do europeu de 2004, apesar de me encontrar a viver fora de Portugal, ouvia, contavam-me e olhava na TV o histerismo que recaia sobre a nossa pátria, nomeadamente, na exposição da nossa bandeira. Não havia rua que não tivesse umas quantas, carro que não exibisse uma… quase parecia que o país inteiro andava em procissão… com as mantas expostas nas janelas e o andor a circular pelas ruas rodeado pelos devotos.

Lá de longe achava meio despropositado. Um país inteiro a amar aquela equipa de futebol. Muitos deles, acredito, nunca viram um jogo, nem dele gostam.
O exemplo do futebol é extrapolado para outros desportos, com outros heróis, para outros grandes portugueses que se notabilizam em outras áreas do saber e que, com isso, ganharam uma visibilidade extra.

Eu, confesso, não consegui vibrar com o Nobel do Saramago. Nem aprecio a sua prosa, muito menos os seus pontos de vista. Acredito que alguns de vós partilham desta minha opinião. E interrogo-me do porquê de muitos que exultaram com este Nobel… e eventualmente nunca o leram. O mesmo se passa com outras vitórias que querem partilhar conosoco (muitas vezes os políticos fazem isso, quererem colar-se às vitórias e feitos) … eu, não as vejo como minhas. O caso da Vanessa Fernandes…gostei que tivesse ganho, claro, mas… porque é que a vitória é considerada minha? A vitória da Vanessa é dela e daqueles que muito trabalharam com ela. Nós, a grande maioria, nada fez para que isso acontecesse. Alguns nem sabem que modalidades compõem o Triatlo (www.federacao-triatlo.com).

Mas também me interrogo sobre aquelas parangonas que se dizem … “Amo o meu país”... ou será que alguém tem a capacidade de amar tanta gente, mesmo aquele vizinho cujo cão começa a ladrar desde as 7h da manhã, hora em que o dono sai para o trabalho … e o pobre do bicho fica fechado mais de 12h seguidas e a ladrar e a chorar.
O que me incomoda verdadeiramente é ter que aceitar que fulano A ou B seja português. Como poderei ter orgulho que um violador seja português, que um político use fundos públicos para enriquecer pessoalmente, …, queria que eles fossem de Marte… acredito que por lá não exista vida… pelo menos como a conhecemos.

Mas nesta história do Patriotismo também me faz espécie o imobilismo que caracteriza as nossas gentes. Muitos de nós nascemos, vivemos e morremos no mesmo bairro. Claro que os afectos que vamos criando nos ligam a ele mas, …ficamos impossibilitados de perceber o mundo, de melhorar a nossa vida. Talvez o sistema de ensino que temos possa ser responsável por alguma desta inércia. E eu a lembrar-me que nós, os portugueses, demos novos mundos ao mundo.

Por mim falo. Vivi algum tempo fora… tenho tido a sorte de viajar, quer no país, quer para o estrangeiro…e este acumular de experiências, tenho a certeza, fizeram e fazem de mim um melhor cidadão.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Um conselho... uma última revisão

UM CONSELHO… UMA ÚLTIMA REVISÃO

Nunca deixe de ouvir um conselho. Quem sabe ele ser-lhe-á útil. É sabido que, quanto mais perto estamos do assunto, mais dificuldade temos em perceber as suas falhas. É assim que se passa com o que escrevemos. Na nossa “cabeça” pode fazer todo o sentido…porque conhecemos a história, dominamos o assunto, etc.

Seguem 5 passos que poderemos usar:

o Por isso, é aconselhável após termos redigido o nosso esboço final, que nos levantemos… nos afastemos mentalmente do texto e, que mais tarde, o voltemos a ler.

o Poderá ajudar-nos nesta tarefa tentarmos encarnar o leitor. Tarefa difícil, mas muito útil. Questionar-nos-emos se o texto tem toda a informação necessária? Se faz sentido? Se tem interesse? Se possível, peça que lhe leiam o texto…terá assim o ponto de vista do leitor.

o Eliminar frases longas, palavras desnecessárias, dúbias ou pouco correntes. Nem todos os leitores possuem o seu vocabulário.

o Elimine a voz passiva ou um estilo muito informal (este poderá ser, todavia, apropriado).

o Leia, releia, faça-o em voz alta. Quem sabe se o texto ainda precisará de mais um toque.


Se seguir estes conselhos talvez evite equívocos, situações comprometedoras ou uma explicação ao seu superior. Lembre-se: a Lei de Murphy existe: (http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Murphy). Ela está à sua porta

Lembre-se, o mundo não é perfeito, nem justo....invista tempo na qualidade do seu trabalho…salvaguarde-se.

Acreditem... sei do que falo.

PS: Experimente ler em voz alta um texto numa língua estrangeira e veja a dificuldade que pode ter.

sábado, 25 de outubro de 2008

Mulher é presa após matar 'marido virtual' no Japão

Mulher é presa após matar 'marido virtual' no Japão

Apanhado na internet...
André Vornic
Da BBC News em Tóquio




Maplestory é um jogo sul-coreano muito popular nos países orientais
A polícia do Japão prendeu uma mulher acusada de ter matado o seu 'marido' em um mundo virtual na internet.
Ela alega que teria ficado brava ao ser divorciada do marido virtual sem aviso em um jogo online.

O avatar 'morto' era o alter-ego virtual de um homem de 33 anos, que chamou a polícia após descobrir que seu perfil no jogo havia sido apagado.

A suposta "assassina virtual", uma professora de piano de 43 anos, está sendo mantida em uma prisão na cidade de Sapporo, ao norte do país.

A polícia a acusa de acessar de forma fraudulenta a conta da vítima no jogo online.

Casamento virtual

Os avatares da mulher e da vítima haviam se conhecido online e se casaram virtualmente em um jogo popular, chamado Maplestory.

Segundo a polícia, apesar de a mulher não ter cometido qualquer agressão física contra sua vítima no mundo real, ela deverá ser indiciada por acessar ilegalmente um computador e manipular dados.

Ela estará sujeita, se condenada, a uma pena de até cinco anos de prisão ou a uma multa de até cerca de R$ 12 mil.

O Maplestory é um jogo fabricado na Coréia do Sul que ganhou muita popularidade em diversos países do Oriente.

O principal objetivo do jogo é derrotar monstros, mas ele também pode servir para outras atividades sociais, como relacionamentos e até casamentos virtuais entre os avatares.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Almoços de amigos

Hoje voltei a um restaurante de almoço onde não ia, faz muito tempo. Associação de Cabo Verde, lá para a Rua Duque de Palmela. Fui com um amigo, o F. Rosado. O cara que antecipou que me antecipou o subprime, e eu não acreditei. Ele apresentou-se a situação como se fosse um conjunto quase infinito de balões…..que estavam prestes a rebentar e que iriam rebentar, mais cedo ou mais tarde…. parece que rebentaram.

Lembro-me da primeira vez que lá fui. Trabalhava na Fontes. Ano de 1993/4. Quem me levou foi um amigo querido…que, infelizmente, já não anda por cá, Zé Monteiro. Muito doido, esse meu amigo. Com um coração enorme. Fiquei com saudades dele. Tenho saudades dele. Lembro-me de ter ficado quase que extasiado com o panorama… não falando de termos bebido muito bem.

Após essa primeira vez… religiosamente tornei a Associação como destino único dos meus almoços de quinta-feira. Independentemente de ir ou não acompanhado. Eu sabia que ia lá… dane-se a existência ou não de companhia

O que se passava (e passa por lá): Imaginem um jantar dançante. Agora antecipem o horário. Um almoço dançante. Imaginável para muitos. Uma satisfação para os que lá estavam. Para os que lá vão. È bom mudar de canal… é o que se passava e passa.

Associo também este restaurante (e os restaurantes) a uma amiga minha, Denize. Ela esquece-se do almoço. Como eu. Ela, de almoçar: eu, de já ter almoçado. Enfim… mas damo-nos bem. Não temos jet leg de refeições.

O que quero também registar aqui é que há restaurantes que associamos a algumas fases da vida. No meu caso: Os chineses da Duque de Loulé aos meus 18 anos; o Alfaia também por essa altura e pouco depois. Outros, lá pelo Bairro Alto, mais tarde… enfim, muitos a apontar.

Este, a Associação, acredito que seja transversal à minha vida, à minha (não)dieta.

By the way… falo de Cachupa, o que eu como por lá.

Bom apetite.

domingo, 19 de outubro de 2008

Mal estar nas organizações

Muitos de nós, para não dizer todos, já vivenciamos desconforto ou mesmo insatisfação no nosso lugar de trabalho. As razões são múltiplas, de diversa índole… no entanto, os locais onde esta evidência se torna mais visível são: o próprio local de trabalho ou o nosso lar.

Nós e as empresas para as quais trabalhamos somos seres vivos. No caso das empresas, elas espelham o que os seus empregados são, as suas ambições, as suas limitações… e o seu bem ou mal estar. Parece-me muitas vezes que os empregadores ou os seus gestores não tomam consciência destes factos. E isso é bem visível. Claro, como tudo, há um reverso da moeda…. os trabalhadores, colaboradores ou qualquer que seja o nome que têm… também ajudam (ou prejudicam) ao dinamismo da organização. Muitas vezes por uma indolência e ausência absoluta de responsabilidade, já para não falar de outras falhas mais graves.

É claro que nos tempos que correm, difíceis para a grande maioria, a ideia de nos despedirmos do nosso emprego e procurar outro não será a mais adequada. Mas também, em situações de NÂO CRISE, dizem alguns estudos (um dos quais da www.towersperrin.com) que os trabalhadores tendem a perpetuar a sua posição na organização, mesmo que o ambiente não lhes agrade. E que apenas 13% tendem a ter uma acção proactiva… pensar seriamente em mudar de trabalho.
Penso que esta situação, de alguma inércia, encaixa-se perfeitamente na nossa mão-de-obra. Para além disso, o facto de muitas vezes não queremos abandonar o local, leia-se povoação, onde sempre vivemos, torna mais evidente o não pretendermos mudar uma situação que nos desagrada (ou mesmo alguma falta de ambição). No nosso caso particular, sendo um país pequeno, onde tudo parece que fica perto, dotado com uma boa rede rodoviária e de transportes, mais incompreensível se torna esta atitude. Posso apontar variadíssimos exemplos de como somos um país pequeno. Lembro-me de um caso recente. Trabalho com alguns brasileiros do estado de Minas Gerais. Um deles fazia mais de 1000km em alguns fins de semana para ir à praia. Quando veio para cá manteve-se a viver na Ericeira, trabalhando em Lisboa, para poder usufruir da praia. Pormenor: não sabe nadar. Enfim…mera contemplação e aquele cheiro de maresia.

Deixo-vos agora uma lista alguns sintomas pelos quais passamos quando nos sentimos desconfortáveis no nosso trabalho:
1. Sensação de não poder desenvolver o trabalho com a calma necessária;
2. Baixa auto-estima (subvalorizamo-nos );
3. Negatividade perante as situações;
4. Dispersão e mesmo dificuldade em nos concentrarmo-nos;
5. Stress e desmotivação e falta de ilusão para com o trabalho;
6. Cansaço ou mesmo esgotamento crónico;
7. Dores de cabeça ou o corpo dorido;
8. Inconsciência do tipo de trabalho desenvolvido. Trabalha-se de maneira mecânica;
9. Irritabilidade e susceptibilidade que se transforma em mau humor ou outras reacções negativas;
10. Ansiedade, nervoso e impaciência;
11. Vazio interior devido a uma forte insatisfação;
12. Tristeza e até depressão;
13. Insónia (muitas vezes incapacidade de nos desligarmos do nosso dia a dia).

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Crescimento negativo

Esta crise do subprime trouxe à toma um léxico, muitas vezes, incompreensível...

Acho muito curioso o uso de crescimento negativo.

Estes consultores, analistas e cientistas da área financeira não fizeram a primária na mesma época do que eu.

Madail... estás na hora de esticar o pernil

Eu já não gostava do Madail... mas... é inqualificável o presidente da FPF abandonar um jogo da selecção...assim...
Enfim, é o que temos.... mas NÃO DEVIAMOS TER.
Proponho que ele vá dirigir e Federação de Futebol das Berlengas... ou das Desertas... e que fique por lá. Mas sem reforma do Estado.
Até proponho q o Pinto da Costa vá para a FPF... não havia cá tangas... eventualmente, até uns apitos, pífaros ou outro qualquer instrumento de sopro nos poderia ajudar

Cinzeiros: Extras nos veículos?

Será que vamos considerar os cinzeiros dos carros como um extra?

É revoltante ir na fila da segunda circular e reparar que as beatas,invólucros, pratas, papel slofan são lançados para fora das janelas dos carros. Parece que tudo que é possível e impossível é projectado de lá

É uma falta de civismo inquilificável. Mas parece ser com isto que temos que viver.. Para ja não falar do novo lixo urbano. Os montões de "bias" que se acumulam às portas dos escritórios, shoppings, cafés...etc

Enfim,...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008



Trata-se de um dos melhores espaços que já vi. Fica em Recife. Falo da Estância 7 Museu de Brennand... vale a pena ir lá... garante-se efeitos especiais à moda antiga...só com imaginação e talento

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Três Palmeiras

Gosto de um restaurante muito simples lá para os lados de Tavira. Chama-se “Três Palmeiras” (281 325 840). Fica à entrada desta cidade … de quem vem dos lados de Vila Real de Santo António, num bairro / terriola de nome Vale Caranguejo.
Digamos que se trata de um “Varina Bar”, isto é, vemos o cozinheiro a grelhar o peixe… tem uma grelha no meio do pátio…e o peixe, penso eu que sempre fresco, é lá grelhado. Perguntam-se, porquê “Varina Bar”…a razão tem a ver com o enxame de Sushis Bar que vão aparecendo na nossa terra. Se o conceito de atrelar o substantivo bar ao negócio funciona para tanta coisa… porque não tentar neste tipo de negócio… o do Peixe na Grelha.
Mas deixamos destes considerandos e concentremo-nos no prato. Por ali abundam as sardinhas, os chocos, as douradas, os carapaus…e outros familiares. Aviso-os que há que ter alguma paciência, que os luxos não abundam… mas os preços são muito em conta, que o peixe é fresco (repetindo-me) e que comemos o que queremos… quase que podemos pedir à unidade… e servem um pãozinho tostado na grelha … bem gostoso. Mais, há algumas cestas espalhadas pelas mesas com frutas, frutas essas que são a sobremesa. Curiosa apresentação.
Gosto de ir lá… porque se come ao ar livre se assim se quiser ….e aproveitem, está a ser construído um enorme shopping em frente… o 3 Palmeiras talvez não dure mais um ano com estas características.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Última hora



Última hora.

Corre nos corredores do PSD que PSL vai abandonar a corrida à Câmara de Lisboa e tentar ser aceite para as presidenciais americanas. Vamos torcer por ele.
Diz-se que vai acompanado por alguns notáveis "de coisa nenhuma" do nosso Parlamento.
Um grande bem aja a eles

domingo, 5 de outubro de 2008

Mas quer que eu pague?

Dou, de vez em quando, com a seguinte resposta nos locais onde faço as minhas compras: "Quer factura?"
Ao que eu respondo: "Claro", "Sim", etc.
Por regra, quando a compra ultrapassa um valor que não está bem definido na minha mente, peço sempre factura. Quando não gosto do serviço, peço sempre factura. Devia pedir sempre. Devíamos pedir sempre!

Muitos comerciantes perguntam-me pelo meu NC..querendo como que dificultar a sua emissão. Dizem que têm de o escrever... acredito que sim, que não podem passar a respectiva factura sem o mesmo, blá, blá, blá...
Alguns, nitidamente, a passam contra a sua vontade. Noto. Nota-se

Lembro-me lá pelos anos 90 de andar pelo Chile e que todas as minhas compras, café, jornal, etc, davam direito a boleto...isto é, factura. Uma campanha de sentido cívico do governo estipulava a emissão de factura em todas as compras. Não sei o resultado prático... acredito que tenha sido bom. Não será boa ideia?

Parece-me que todos nós devíamos alinhar por este diapasão. Pedir a dita factura quando, por iniciativa própria, o comerciante não a apresenta-se.

Recentemente, após o almoço, peço a conta e a respectiva factura, meio chateado pelo mau serviço prestado. Ao que o dono responde:
- Mas quer factura?
- Não pude deixar de contrapor: Mas quer que eu pague?

Ele respondeu algo indecifrável que remoí-a entre os dentes o qual achei melhor não tentar perceber e lá me deu a factura. Apeteceu-me rasgá-la à sua frente. Não o fiz... estaria a comportar-me como ele.

Gustavo Bécquer

Apanhei este poeta espanhol, Gustavo Adolfo Bécquer,
do séc XVIII...numa leitura ocasional de um jornal espanhol.. desfrutenlo

RIMA LVI

Hoy como ayer, mañana como hoy,
¡y siempre igual!
Un cielo gris, un horizonte eterno
y andar... andar.

Moviéndose a compás, como una estúpida
máquina, el corazón.
La torpe inteligencia del cerebro,
dormida en un rincón.

El alma, que ambiciona un paraíso,
buscándole sin fe,
fatiga sin objeto, ola que rueda
ignorando por qué.

Voz que, incesante, con el mismo tono,
canta el mismo cantar,
gota de agua monótona que cae
y cae, sin cesar.

Así van deslizándose los días,
unos de otros en pos;
hoy lo mismo que ayer...; y todos ellos,
sin gozo ni dolor.

¡Ay, a veces me acuerdo suspirando
del antiguo sufrir!
Amargo es el dolor, ¡pero siquiera
padecer es vivir!


Gustavo Adolfo Bécquer

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Chamem a à SAI

Hoje fiquei espantado ao ver a televisão. Durante uma entrevista num dos telejornais da TV uma senhora foi entrevistada. Esta trabalhava numa sala de mercados de uma qualquer instituição financeira. A entrevistadora perguntou-lhe o que ela fazia (ou qualquer coisa do género). Resposta:
Não sei explicar o que faço. Digo também o mesmo aos meus filhos.

Mandem-na para Wall Street . Já!

domingo, 28 de setembro de 2008

Eventualmente as últimas do ano


GOSTO MUITO

Muitas vezes deparo-me com criaturas que parecem não gostar de nada e ainda, por cima, dizem mal de tudo.

Lembro-me de uma situação que presenciei numa padaria (vulgo minimercado português onde se pode também tomar o pequeno almoço) do Rio de Janeiro, na Rua Marquês de Abrantes (http://www.bairrodocatete.com.br/abrantes.html), lá para o bairro Flamengo.

Estavam 4 senhoras falando. Percebi que 4 amigas. Três falavam; falavam de tudo, mas de tudo que não gostavam. E não gostavam de muita coisa. Para não dizer que não gostavam de nada. A conversa ia desde cenoura cozida (que eu também não gosto) à cor da pasta de dentes que o marido usava. Parecia que elas não gostavam de nada.

Mas o estranho desta conversa estava na quarta senhora, a que não falava. Apenas ouvia. E esse comportamento fez-me estar atento. Felizmente que o fiz. De repente, “ a quarta” dispara como um sniper. Certeiro o seu tiro (como todos os snipers). Diz” eu só não gosto que me façam mal”.

Esta colocação fez-me escrever algumas coisas de que eu gosto. Que eu não devo esquecer que gosto e, parece-me que de vez em quando, esqueço-me que gosto.


GOSTO MUITO

da lua e do sol,
do silêncio,
dos dias que não acabam,
de abraços,
daqueles que sorriem no elevador,
das pessoas que sorriem,
de pessoas autênticas,
das janelas abertas sobre o rio,
de janelas abertas,
de quadros nas paredes,
de fotografias de pessoas,
da cor do fogo,
de comer à mão e lamber os dedos,
de contemplar as estrelas no céu deitado numa rede,
do sol pela manhã,
do barulho do mar ao entardecer,
de coincidências e surpresas,
de ver pessoas felizes,
de olhos e bocas que riem,
de cidades com rio,
de cidades com praia,
de Lisboa, do Rio de Janeiro,
de estar calado,
de jantares improvisados,
de, às vezes, ficar abstracto,
de discos, de livros, de jornais, de revistas,
de ler o jornal na esplanada,
de certas rotinas e de não ter rotina nenhuma,
da praia, da areia, das ondas, do sol, da água,
de acordar tarde,
de me esquecer das horas,
de olhar as pessoas,
dos sorrisos inocentes das crianças,
de ver crianças a brincar na rua (cada vez mais difícil),
de histórias de pessoas,
de pessoas positivas,
da lua só com uma estrela,
de ficar em casa, embalado no seu ritmo ,
de sonhar acordado,
de encontrar os amigos,
de saber que tenho muito (e de muita coisa) para aprender
de passeios sem destino,
de passeios de moto,
que me tratem por “tu”,
de ouvir os pais a tratar os filhos por “tu”,
de restaurantes novos,
de listas de restaurantes,
de quem cozinha bem.


Se o Tempo não pára, não pare você também

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Não gosto também de não ter tempo para estar com os amigos

NÃO GOSTO NADA

A ideia não é, a apresentação muito menos...talvez os desejos também não o sejam...
mas é um pouco de revolta sobre várias coisas, várias indiferenças do meu dia a dia e de saudades de algumas pessoas que já perdi ou que se encontram longe

NÃO GOSTO NADA

de arrogantes, convencidos e mal educados,
de desconfiados de tudo e de todos,
de carros na rua a bloquear outros carros e a impedir que os pedestres circulem,
daqueles que fazem da rua o seu cinzeiro e a sua lixeira (e tantos amigos meus que o fazem)
de cocó de cão nas ruas e passeios (e eu convivo com isso na minha rua),
de gestos ensaiados,
de conversas sobre ausentes,
de ver sofrer,
de me sentir impotente,
de pessoas que se julgam,
dos que discriminam, excluem, dividem e apontam,
de falsos esquecimentos,
de picuinhas e chatos e já agora de perfeccionistas,
dos desmancha prazeres,
dos que se levam demasiado a sério,
dos que levam a vida pouco a sério,
das pessoas que não sabem ouvir,
dos que se bastam a si próprios,
da indiferença e falta de educação dos elevadores,
da falta de escrúpulos,
de ver os velhotes de pé nos transportes públicos,
de ficar longe dos que amo,
de algumas modas,
das pessoas que se atrasam sempre e daqueles que se desculpam a todas as horas,
de chegar tarde,
da incapacidade de pedir desculpa,
dos que não perdoam,
dos que não riem,
dos esponjas,
dos que riem amarelo,
dos que só pensam em si mesmos,
dos mal educados,
dos carreiristas,
dos que nunca se embebedaram,
dos xico espertos,
da cobardia,
de roupa desconfortável ou séria,
de regras para tudo,
de cheiro a comida na roupa, no cabelo,
dos que não sabem guardar segredos,
de piadas de mau gosto,
de trapalhadas e confusões entre amigos,
de coisas que ficam (ou parecem ficar) por dizer,
de espíritos pouco livres,
de falta de horizontes,
de meias tintas,
de perder pessoas queridas,
dos que não falam a verdade,
de pipocas e coca colas no cinema,
de não poder ir à praia todas às quintas feiras,
de tantas outras coisas.,

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Custo de Oportunidade e os Copos de Água

Custo de Oportunidade e os Copos de Água

Keywords: Custo de Oportuniadade, Clientes, Serviço

Há um conceito da economia que devia ser ensinada na escola….logo desde os primeiros anos. Falo do Custo de Oportunidade. Mas o que é isto do Custo de Oportunidade (http://pt.wikipedia.org/wiki/Custo_de_oportunidade?). É o que se perde por termos optado por um outro bem, serviço, etc.

Na nossa vida o Custo de Oportunidade é algo com que nos deparamos constantemente. A todo o momento temos que tomar opções. Opções profissionais, de lazer, sentimentais, de preguiça… e muitas vezes essas decisões não têm retorno. Às decisões tomadas… sucedem-se consequências. Mesmo a não decisão, se assim se pode chamar, é uma decisão… escolhemos, porventura, demitirmo-nos da responsabilidade da escolha.

Mas vamos ultrapassar estas definições e ir para algo mais concreto. Algo que eu (e vocês) tenho vivido, infelizmente com alguma regularidade.

Falo-vos de uma atitude “revolucionária” nos serviços de restauração que é: “Não servimos copos de água à mesa”. Muitas vezes este comportamento também è aplicado ao balcão.

Apesar de a situação que vos vou descrever ser bem diferente, lembro-me de ouvir, desde pequeno, que água não se nega a ninguém. Quando em criança passava horas e horas a jogar à bola, matávamos a sede tocando à porta das vizinhas e pedindo copos de água ou íamos todas a correr a casa de um de nós ou ao café mais próximo matar a sede.

Mas voltando à minha idade adulta. Tenho por hábito beber sempre o café com um copo de água e espanta-me a insensibilidade dos gerentes, empregados de mesa ou outra qualquer função que possa haver e que tenha contacto com o público consumidor e não satisfaça um pedido tão simples por parte do seu Cliente. Será que estamos perante uma McDonalização do serviço…vamos ao balcão, levamos o tabuleiro para a mesa e ainda, no final, a limpamos. Muitas vezes esta informação, a dos copos de água, aparece com um sonante “Não servimos copos de água às mesas”. Parece-me que um “Não” na percepção de um potencial consumidor, o afasta .

Também tenho tido como resposta: “Não estamos autorizados a servir copos de água à mesa”. Fico logo com vontade de interpelar o gerente…infelizmente, nunca o fiz.

Gostaria de confrontar os gerentes destes espaços comerciais com o conceito de Custo de Oportunidade. Será que eles sabem o que é? Qual o alcance, direi antes, repercussão sobre o seu negócio.

Eu digo-vos qual tem sido a minha atitude. Levanto-me e abandono o café. Dificilmente voltarei lá. Acredito que muitos Clientes também têm este comportamento. E há hábitos que se mantêm. Eu beberei sempre café com copo de água. Nem que seja em casa.

sábado, 13 de setembro de 2008

Fora a ASAE; devolvam-nos o nosso picante



Picantes, piripiris, tabascos e outros condimentos. Revoltemo-nos contra a ASAE.Tenho saudades daqueles picantes caseiros que todos os tascos tinham. Um bom amigo meu, passe o pleonasmo de ser amigo e bom, dizia (lá por alturas do século passado) que a categoria dos tascos era medida pela qualidade do seu picante. Já nessa altura lhe dava razão….
Hoje, 13.9.08, estava a deliciar-me, lá para os lados de Moura, com uns excelentes “secretos de porco preto”… peço o picante e aparece-me um frasquinho do Pingo Doce. Que contra-senso. Ser-nos apresentado um picante com o nome de Pingo Doce (e não quero fazer publicidade)… parece que todos os picantes hoje em dia são iguais, sabem ao mesmo e dão para tudo.
Não deve faltar muito para que passem a aparecer picantes nas lojas dos chineses. Imaginem um picante “Ninho de Andorinha” ou “Molho de Ostras”…surreal , não?
Parece que agora para além do kit higiene oral que me acompanha … tenho que levar mais um… o kit gastronómico… que inclui picantes e outras especiarias.

MOQUECA DE CAÇÃO (DANE-SE O ACORDO ORTOGRÁFICO)



Moqueca de cação
Andamos por ai a falar do (des)acordo ortográfico. Sem querer avaliar as duas posições tão antagónicas eu digo que deveríamos tentar uma aproximação entre os dois idiomas e deixarmo-nos de merdas, … desculpem-me, queria dizer comissões de avaliação, gabinetes de estudo, etc. Parece que avaliei… desculpem-me.
Apanhei um pequeno roteiro de restaurantes de Moura… terriola do baixo Alentejo, com o devido respeito (www.cm-moura.pt), num passei que fiz uma lista de algumas catedrais gastronómicas que por lá há (http://www.gastronomos.bejadigital.com)
O meu espanto (e imensa curiosidade de voltar a Moura) foi ao folhear o dito prospecto… ter descoberto um mix de duas iguarias que eu adoro. Cação, o que me faz lembrar logo a nossa Sopa de Cação. E a Moqueca… de várias formas … que me leva logo a pensar no Brasil.
Parece-me que esta cozinheira e todos os artistas de cozinha não se importariam se o dito desacordo se torna-se menos desacordado.
Para os mais curiosos segue a receita. Já agora, o dito restaurante chama-se “A Cave” e o telefone é: +(351) 285 251 199
(segue a receita em português do outro lado)

- Postas de cação temperadas
- 3 tomates cortados em rodelas
- 1 1/2 cebolas cortadas em rodelas não muito finas
- 8 ou 9 dentes de alho com casca ligeiramente amassados
- 1 1/2 pimentões verdes cortados em tiras
- Galhos de coentro fresco a gosto
- Galhos de manjericão fresco a gosto
- Galhos de orégano fresco a gosto
- Pimenta dedo-de-moça picada a gosto
- 1 tablete de caldo de peixe esfarelado
- 1/2 xícara (chá) de suco de tomate
- 1/2 xícara (chá) de azeite de dendê
- 1/2 xícara (chá) de leite de coco
- 1/2 xícara (chá) de azeite doce
- Sal a gosto

Para temperar o peixe:

- 4 dentes de alho
- Suco de 1 limão
- Sal a gosto
- Pimenta-do-reino branca moída
- 5 ou 6 postas de cação (dependendo do tamanho)

Montagem:

- Rodelas de tomates (de 5 a 6 rodelas em cada camada)
- Rodelas de cebola (de 3 a 4 rodelas em cada camada)
- Rodelas de pimentão (de 4 a 5 rodelas cada camada)
- Dentes de alho com casca (3 dentes em cada camada)
- Galhos de manjericão, orégano e coentro (de 2 a 3 galhos
de cada erva em cada camada)
- Tablete de caldo de peixe esfarelado
- Pimenta dedo-de-moça (de 2 a 3 pedaços em cada camada)
- 3 ou 4 postas de cação

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Vamos beber, roubar e trapaçar

Eu gostaria de propor um brinde à mentira, ao roubo, à trapaça e à bebida.
Se tiver que mentir, minta por um amigo.
Se tiver que roubar, roube um coração.
Se tiver que trapaçear, trapaceie a morte.
E se tiver que beber, beba comigo.

(excerto roubado ao Quebratudo)

5 dicas para mudar o rumo de sua carreira

5 dicas para mudar o rumo de sua carreira
Confira os passos que você pode dar para redireccionar sua vida
profissional e obter mais sucesso
Todo profissional passa por um ou vários momentos em sua carreira em que sente necessidade de mudar o rumo que está seguindo, começar algo novo ou diferente daquilo que vem desenvolvendo. No entanto, o medo da mudança e o fato de acreditar que ela precisa ser drástica e de uma só vez levam as pessoas a continuar em sua zona de conforto.
Mas quem foi que disse que tal mudança precisa ser dessa forma? Ninguém! O desejo de redireccionar sua vida profissional não deve ser sinónimo de sofrimento, por isso a melhor maneira é começar com pequenas acções que irão apontar o caminho certo, tornando sua decisão mais fácil e com menos risco de erros.
Veja abaixo cinco dicas práticas que preparamos para você planejar a melhor maneira de começar a mudar:
1. Mudar dentro de sua própria área de trabalho
Se você gosta do seu trabalho, mas não está contente com a empresa, procure oportunidades em outras companhias que ofereçam boas chances para quem actua em sua profissão. Mande currículos, fale com conhecidos e procure pessoas que possam indicar seu trabalho nas empresas que você gostaria de actuar. Nessa hora, o network é uma grande arma!
2. Comece um trabalho paralelo
Essa estratégia permite que você se mantenha no emprego actual enquanto faz outros trabalhos relacionados ao seu novo objectivo na carreira. Se você é um profissional que pode pegar trabalhos freelancers , essa é uma maneira muito boa de começar a traçar um novo alvo de trabalho.
3. Tente uma mudança interna
Se você gosta do local onde trabalha, vale a pena procurar caminhos para tentar uma mudança de funções ou mesmo de departamento. Só tome cuidado para que essa mudança seja direccionada para suas novas ambições profissionais.
4. Volte a estudar!
Pré-requisito básico e uma óptima saída se você pretende entrar em um campo onde precise de cursos especializados ou que seja um trabalho muito diferenciado do que está acostumado a fazer. Cursos e certificados fazem com que você aprenda os detalhes e segredos da nova área, dão mais credibilidade ao profissional e mais confiança ao empregador.
5. Mudança total
Se você sabe o que quer fazer, mas não suporta ficar nem mais um dia no seu trabalho actual a única saída é dar um passo radical: mudança total! Se for esse o caso, reúna toda sua coragem e saia para procurar um novo campo de actuação. É uma excelente opção, mas fique atento se você tem economias suficientes para não passar por dificuldades financeiras durante esse período de transição.

Texto apanhado na net

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Check - list da entrevista de emprego

Check-list da entrevista de emprego

Confira se você cumpriu tudo o que é esperado durante o processo e aproveite para se preparar para novas oportunidades

Após uma entrevista de emprego é natural bater aquela ansiedade para saber como foi seu desempenho durante o processo seletivo. Quem dera se o entrevistador informasse quais foram os pontos positivos e aqueles que poderiam ser melhorados de imediato. Mas isso só acontece depois, e forma bem resumida.

No entanto, existem algumas ações que não devem faltar para a realização de uma entrevista de emprego bem-sucedida e que podem ser avaliadas pelo próprio candidato. A partir dessa simples análise é possível saber se você foi objetivo, se agradou ao entrevistador ou se poderia ter agradado mais. E ainda poderá identificar erros cometidos e se preparar melhor para quando estiver novamente diante do selecionador.

O Empregos.com.br preparou para você uma lista com os itens mais importantes a serem analisados depois de uma entrevista de seleção. Leia cada um deles abaixo e selecione somente aqueles nos quais sua resposta for “sim”:



Cheguei cerca de cinco minutos antes da hora marcada?
Minha roupa estava adequada para a ocasião?
Sabia o nome e o cargo da pessoa com quem iria falar?
Cumprimentei o selecionador com firmeza?
Minha postura corporal durante toda a entrevista estava correta?
Fui sincero ao responder à todas as perguntas do selecionador?
Fui o tempo todo profissional e confiante?
Minha fala era tranquila e clara?
Respondi bem as perguntas difíceis?
Houve empatia entre o entrevistador e eu?
Estava preparado para falar sobre a empresa pois tinha pesquisado bastante via web, jornais, revistas etc?
Tive a oportunidade de tirar todas as minhas dúvidas em relação à empresa (cargo, funções a serem realizadas, salário, benefícios)?
A empresa foi apresentada como eu a conheci em minhas pesquisas?
Falei das atividades realizadas durante os meus estudos que contribuíram para a minha vida profissional (trabalhos em grupo, monografias, estágios)?
Caso tenha morado fora do país ou vindo de outra cidade, expliquei as minhas dificuldades de adaptação, como as superei e o que aprendi com todas elas?
Aprofundei as informações que estavam no meu currículo, detalhando minhas experiências profissionais, minha contribuição nos resultados das empresas na qual trabalhei e como essa experiência auxiliou na minha vida profissional?
Expliquei detalhadamente meus valores e procurei saber os da empresa também?
Não fui passivo e também entrevistei o selecionador, de forma que pudemos esclarecer nossas dúvidas e criar um diálogo bastante produtivo?
Se o entrevistador for o meu futuro líder, pude conhecê-lo de forma a ser capaz de, havendo um convite formal, decidir se ele é o líder que eu preciso neste momento da minha carreira?
Ao final da entrevista, o selecionador foi capaz de falar sobre minhas
competências mais forte e os pontos que preciso desenvolver?
Minha sensação com relação à entrevista é satisfatória?


Total dos itens assinalados:


E então, como você se saiu? Se assinalou mais de dez itens, seu desempenho foi bom. Caso contrário, treine mais os pontos fracos – se preferir, peça ajuda a amigos e veja as matérias do Guia da Entrevista, do Empregos.com.br, para estar mais bem preparado para a próxima oportunidade.

É importante lembrar que vários fatores que envolvem a entrevista estão fora do seu controle. Um exemplo disso é a postura do selecionador, que é instruído e experiente a ponto de agir de maneira diferente, de acordo com a situação.

Fonte: Julia Alonso, diretora da Passarelli Talentos.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Já se encontra no século XXI

VOCÊ JÁ É UM VENDEDOR DO SÉCULO XXI?

Compre peixe fresco e faça sushi.

Proponho-me a apresentar algumas características que fazem a diferença entre o vendedor do século XXI e o do século passado. Naturalmente, como tudo ou quase tudo, estas características podem ser melhoradas, aprimoradas ou até mesmo incutidas. Para que tudo isto aconteça, é preciso trabalhar, estudar, observar, ser flexível, praticar, criticar, pesquisar, etc.

Hoje em dia, em quase todos os sectores, há excesso de oferta e a evolução tecnológica, em alguns sectores, é tremenda. O mercado, seja ele qual for, oferece uma série de produtos similares, que proporcionam a satisfação das nossas necessidades, sejam elas quais forem. O que pode fazer a diferença entre eles? O vendedor e, consequentemente, o serviço que ele presta.

Mas, para isso, há que ter a humildade suficiente para consigo próprio e para com os outros para que se possa evoluir como profissional. Este crescimento será o que nos vai manter no activo (profissional e social) e que nos permitirá progredir. É esta valorização do nosso activo que o torna mais apetecível e rentável para a organização para a qual trabalhamos.

Quando olhamos para a função vendas e dizemos para nós próprios, ”eu não sou e nunca serei um vendedor”, não podemos estar mais enganados. Todos nós somos vendedores. Vendedores de produtos, de serviços, de ideias. Somos vendedores quando vendemos a ideia de ir ao cinema com uma amiga ou amigo; quando dizemos para os nossos filhos irem agasalhados para a escola. Podemos não exercer profissionalmente a função de venda no nosso trabalho, mas somos, com toda a certeza, vendedores no nosso dia a dia. E aqueles que o são profissionalmente, não tenham vergonha de o ser e de assumir que o são. Vender, cada dia que passa, é uma profissão mais difícil e exigente, com mais desafios, por isso, para muitos, mais apaixonante.

Nos tempos que correm cada vez mais os Clientes são quase tão preparados como nós ou, mesmo em alguns casos, estão mesmo melhor. Têm dúvidas? Eu não tenho. No meu percurso profissional já me deparei com interlocutores bem mais preparados do que eu.
Duvidam? Aqui vão algumas razões:
- por senioridade profissional;
- por já terem desenvolvido as mesmas funções profissionais que eu estou a exercer;
- por uma capacidade extraordinária que têm de perceber todas as variáveis envolventes, internas e externas;
- por serem consumidores usuais do serviços / produtos da minha empresa ou da concorrência;
- por algo já ter corrido mal e terem aprendido com o erro.

Enfim, múltiplas razões.

Seguem alguns (21) parâmetros / questões de avaliação para se questionar se é ou não um vendedor do século XXI:

1. É atencioso e simpático (sem ser bajulador) com os Clientes ou potenciais Clientes?

2. Mostra-se contente e demonstra-o quando vê os seus Clientes?

3. Entra em contacto – telefona ou visita –, com os seus Clientes, no máximo, de 60 em 60 dias?

4. Escuta activamente os seus Clientes?

5. As necessidades que procura satisfazer são sobretudo a dos sues Clientes e não as suas?

6. Procura, sistematicamente, feedback junto dos seus Clientes?

7. Transmite segurança aos sues Clientes?

8. Passou toda a informação possível para os seus Clientes de modo a facilitar a sua decisão e diminuir o risco que cada tomada de decisão encerra?

9. Tem espírito de ajuda e de cooperação?

10. Procura manter-se actualizado no seu negócio? Nos outros negócios? Na vida?

11. Domina os segredos dos produtos / serviços que vende?

12. Sempre que é confrontado com algum pedido extra de informação, responde imediatamente?

13. O seu trabalho termina apenas quando termina a operação contratada?

14. Preocupa-se com o pós venda?

15. É adaptável, quanto baste, junto dos seus Clientes?

16. É criativo na abordagem aos seus novos Clientes?

17. É proactivo?

18. O seu idioma é o mesmo que o seu Cliente usa?

19. Faz da venda, não apenas uma compra, mas uma escolha emocional?

20. Faz com que todos os funcionários da organização se sintam também vendedores do seu trabalho?

21. Está no momento presente a pensar como se vai desenrolar o seu futuro?


Para se auto-avaliar, considere os SIM´s que respondeu às perguntas apresentadas acima. Quantos mais SIM´s, mais um vendedor do século XXI é?

Caso tenha respondido poucos SIM´s, preocupe-se. Pode estar a perder a sua clientela.



Se o Tempo não pára, não pare você também

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

"Há três fases na vida de um homem.
Ele acredita em Papai Noel,
ele não acredita em Papai Noel,
ele é Papai Noel."

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

How to find the right career coach (Fortune)

How to find the right career coach
Plenty of people claim to be qualified to help you make your next career move. To make sure they can deliver the goods, heed these 9 tips.
By Anne Fisher, senior writer
(Fortune) -- Dear Annie: I've had a 14-year career in financial services, but I just got laid off and I don't think it makes sense to look for another job like my old one. (They're disappearing rapidly.) I'd like to get some solid advice and coaching as I think about my next move -- including which other industry I might be able to transfer my skills to -- so I've been thinking about hiring a coach. But an Internet search turns up a bewildering variety of choices. How do I pick the right one? -Goodbye to Banking

Dear G.B.: Alas, anyone can call himself or herself a career coach (or a life coach), and many thousands of people do. So, as you've noticed, finding someone who can help you reposition yourself and move your career forward takes some diligence.

"Even many legitimate career coaches impart advice from a theoretical perspective, since they have little or no field experience" in the areas where they're presuming to counsel you," says John McKee (www.johnmckee.com), himself an executive coach with 30 years' experience. To increase your chances of identifying a good coach, McKee offers this checklist on what to look -- and look out -- for:

1. Work experience. Does the coach have real-world work experience that is comparable to yours? McKee notes that about 80% of self-designated career coaches have actually been trained in life coaching, and may have few practical suggestions on how to help you achieve your work-related goals.

"If you needed surgery, would you rather have it done by someone who has performed the operation before, or by someone who has only studied it?" asks McKee.

2. Credentials. Choose a coach who belongs to trade organizations like the International Coach Federation (ICF) and the Worldwide Association of Business Coaches (WABC). These designations are a sign of some formal training, and of adherence to general standards of professionalism.

3. Credibility. "Your coach should be active and visible in the industry," says McKee. Has he or she written any books? Published articles in, or been interviewed by, major media? Been asked to speak at professional conferences?

"Substantiating the person's reputation is crucial," says McKee. "You want a coach for whom coaching was a first career choice, not a default choice that he or she may not be 100% committed to."

4. Testimonials. Will the coach provide you with references from past clients? If not, or if you're offered just one or two, beware: There may be less there than meets the eye.

5. Methods. Some coaches insist that you come to their offices in person; others will meet with you at the local coffee shop if you like, or work with you by phone or e-mail. If you would prefer a particular approach to meeting, make sure the coach you're considering offers it. McKee has doubts about the value of group sessions, by the way: "To get the most bang for your buck, it's generally better to conduct your sessions one-on-one."

6. Goals. "A good coach should be able to help you determine your overall goals," says McKee. "Even before that, you should establish specific milestones: When can you expect to see results, and what might those results look like?" Otherwise, he says, you're just driving without directions.

7. Consultation. Your first encounter is critical in establishing the chemistry -- or lack thereof -- with a coach, who after all will be sharing intimate details of your life. "Take full advantage of the initial consultation," says McKee. But keep in mind, that first meeting should be free. "Anyone who charges for a first meeting raises a red flag," he says.

8. Guarantee. Say that, despite all your research, your work with the career coach you select doesn't lead anywhere. In that case, what recourse will you have? Will he or she refund your money, extend the term of service, or what?

"Try to find out in advance how often the person has had to give someone a refund, and for what reason," urges McKee. "Many good coaches have been obliged to do this, and those with integrity will be willing to explain those situations without hesitation."

9. Fees. McKee points out that rates vary wildly, with coaches who target middle managers charging anywhere from $75 to $500 for sessions that may last an hour or a whole day. Some coaches want to meet with you just once or twice, to help you figure out some first steps in a new direction, while others work longer-term, on a weekly or monthly basis. Some provide you with books or other materials to supplement your coaching sessions; others don't. Make sure you understand up front how much you will be paying and for what.

"It's okay to be cost-conscious," says McKee, "but avoid being penny-wise and pound-foolish." Don't just hire the least costly coach, in other words -- especially if the intended goal of the coaching, or one of them anyway, is to help you make more money.

Readers, what do you say? Have you ever hired a career coach? How did it work out? Any advice for others who might be considering a coach? Post your thoughts on the Ask Annie blog.

domingo, 20 de julho de 2008

"Para se fazer o novo, não é preciso destruir o velho"
Procurem "É proibido proíbir"

Segue um copypast do google




Um ano depois do impacto causado pelas guitarras nas canções “Alegria, alegria” (Caetano)
e “Domingo no parque” (Gil), apresentadas no III Festival de Música Popular Brasileira
da TV Record, Caetano Veloso e Gilberto Gil voltaram a surpreender o público no III FIC, Festival Internacional da Canção, promovido pela Rede Globo.

Caetano, acompanhado pelos Mutantes, defendeu “É proibido proibir” e Gilberto Gil, com
os Beat Boys, “Questão de Ordem”.

A apresentação de “É proibido proibir” acabou se transformando num happening acaloradíssimo naquela noite de domingo, 15 de setembro de 1968. Na final paulista do FIC, realizada no Teatro da Universidade Católica de São Paulo, a música de Caetano foi recebida com furiosa vaia pelo público que lotava o auditório.

Os Mutantes mal começaram a tocar a introdução da música e a platéia já atirava ovos, tomates e pedaços de madeira contra o palco. O provocativo Caetano apareceu vestido
com roupas de plástico brilhante e colares exóticos. Entrou em cena rebolando, fazendo
uma dança erótica que simulava os movimentos de uma relação sexual. Escandalizada,
a platéia deu as costas para o palco. A resposta dos Mutantes foi imediata: sem parar
de tocar, viraram as costas para o público.

Gil foi atingido na perna por um pedaço de madeira, mas não se rendeu. Em tom de deboche, mordeu um dos tomates jogados ao chão e devolveu o resto à irada platéia.

Caetano fez um longo e inflamado discurso que quase não se podia ouvir, tamanho era
o barulho dentro do teatro.

Ouça o discurso e leia a transcrição, na íntegra.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

domingo, 25 de maio de 2008

PORQUE NOS DESPEDIMOS

PORQUE MUDAMOS DE EMPREGO (ou o que os patrões devem ler).

Seja você. Mesmo que seja contra todos.

Apanhei, recentemente, num site a seguinte a seguinte pesquisa: “ Por que é que as pessoas se despedem?”

Acredito que por muitas razões. Boas, más, claras, menos claras, conscientemente, inconscientemente… enfim, um sem número de razões Afinal, o trabalho é algo que faz parte da nossa vida. Assim, as decisões para deixar de trabalhar estão intimamente relacionadas com as (decisões) que tomamos no nosso dia a dia. Umas ponderadas, outras não. Há quem ferva em pouca água; outros não e são estas decisões, muitas vezes espontâneas e pouco ponderadas que nos fazer dar um pontapé no balde.

No meu caso prenderam-se sempre com alguma saturação de um trabalho às tantas repetitivo e, por isso, já pouco desafiador. Talvez tenha mudado pouco de “trabalhos”. Algum acomodamento meu? Talvez ...

Não quero deixar de vos relatar algumas perguntas que me fizeram (a mim e à turma) numa formação que tive em 2004. Um professor, numa plateia de cerca de 30 alunos, todos com formação académica superior, mas experiências profissionais bem distintas. Quer em tempo, quer em funções ou sectores. E duas das perguntas foram:
- Quantos anos de experiência profissional tínhamos?
- Quantos anos, na realidade, de experiência profissional apresentávamos a desenvolver actividades distintas?

Na primeira pergunta as respostas foram muito variadas. Já para a segunda, percebemos que muitos de nós rapidamente tínhamos passado de experiências de uma ou duas décadas para não mais de 5 anos (ou menos) de prática relevante. No meu caso era isso mesmo que se passava. Nos últimos dez anos, tendo como referência 2004, a minha experiência relevante não ultrapassava os 3 anos. Resposta meio assustadora.

Vou agora apresentar algumas respostas que apanhei.

Claro que uma das mais citadas é dinheiro. Mudamos muitas vezes de emprego por ele. Vamos para onde nos pagam mais. Normal, esperado, aceitável…muitas das vezes. Apesar de ser um denominador comum de muitas respostas, não o único motivo comum a muitas outras. Aqui vão algumas das que mais se repetiam:
1- Aspiração a novos e exigentes desafios profissionais inexistente ou inatingíveis.
2- Falta (ou inexistência) de um plano de carreira definido ou de formação para fazer face às exigências de mercado
3- Fazer sempre o mesmo, da mesma maneira, com as mesmas pessoas, no mesmo lugar.
4- Ser sistematicamente pago abaixo dos valores praticados no mercado ou mesmo na própria empresa para a mesma função.
5- Culturas e formas de estar diferentes entre a organização e o trabalhador. Trabalhadores inovadores em empresas estáticas ou vive versa, bem como questões éticas e morais que podem fazer com que os trabalhadores abandonem as Organizações em que trabalham.
6- Reportar a superiores incapazes. Trabalhar com pares incompetentes.
7- Perceber que se é alvo de alguma discriminação ou que há colegas que sistematicamente são privilegiados em detrimento de outros, no caso, deles próprios.
8- Procurar trabalho mais perto de casa ou em horários mais compatíveis com obrigações familiares existentes (ex: levar e buscar os filho à escola) ou extra-laborais que se possam ter (ex: trabalhadores estudantes / trabalhadores desportistas).
9- Mau ou instável ambiente laboral, nomeadamente, entradas e saídas sistemáticas de colaboradores.
10- Querer mudar de cidade ou país.
11- Perda de competitividade da organização (ou do sector) em comparação com outras empresas do sector (ex: faz sentido estar inserido em uma empresa que venda pagers).
12- Reestruturações hierárquicas como por exemplo: novas gerências, novos accionistas.
13- Mexidas nas partes variáveis dos salários nomeadamente, nas comissões e nos fringe benefits (seguros, cartão de crédito, o velho subsídio de casaca…).
14- Promessas não cumpridas.
15- Falta de motivação.
16- Mudança pura e simples de objectivos de vida.

No caso dos profissionais que trabalham na área comercial podemos acrescentar que se eles perceberam que as suas vendas e as naturais comissões decorrente das mesmas tenderem a baixar, por razões como:
produtos desajustados ao mercado a nível de qualidade e/ou de preço, alterações das comissões, falta de apoio técnico competente na venda e na pós-venda, alterações injustificadas na carteira de Clientes, falta de reconhecimento por parte das directorias do esforço que se desenvolve para concretizar a primeira venda pode levar a que estes profissionais abandonem a Organização.

Se o Tempo não pára, não pare você também

domingo, 18 de maio de 2008

Festa do futebol

Hoje é o dia da “festa do futebol”, dia da taça… lembro-me quando era criança de passar os dias a jogar à bola, à apanhada, ao alho, à malha… e até à “padrada”… coisas de outros tempos. Eram os dias todos assim….os meus joelhos e as nódoas negras, bem como algumas cabeças partidas são memória desse tempo. Pode parecer pouco saudável… mas por lá todos crescemos saudáveis. Por ali… e por todo o bairro dos Olivais. Claro que anos mais tarde…outros problemas começaram a aparecer… mas isso é outra história.

Estas brincadeiras eram feitas nas traseiras do prédio dos meus pais. Tínhamos vários campos … quase um polidesportivo ao ar livre, tamanha era a área livre. De tantas correrias e brincadeiras… quase não havia relva, erva… ou seja lá o que for… Eram muitas crianças mesmo.

Hoje, ao meio da tarde, vou à janela do meu quarto de teenager, pré teengaer..e de tempos muito mais recuados… reparei que estava tudo verde. Estão a pensar…a Câmara trata bem dos jardins….Não é o caso… está um verde daninho…isto é… já não há crianças por ai. Quase uma verdade. As que existem… não devem jogar à bola, nem saber o que é o jogo da malha, das escondidas… muito menos jogar à “padrada”.

Afinal, as Play Stations fazem tudo isso… sem terem que esfolar os joelhos. Que pena.

Mas esta constatação tive-a mais que uma vez. Uma delas, durante um período largo que vivi no Brasil… no meu primeiro fim de semana por lá… acordo com barulho. Morava num sexto andar…e oiço um barulho meio indecifrável…acordo, levanto-me, desloco-me à janela e vejo….montes de crianças nas suas brincadeiras. Já não estava habituado a esses barulhos.

domingo, 11 de maio de 2008

Alerta sobre o acordo ortográfico

"! Vocês sabem a diferença entre o tratamento por tu e por você? Vocês pensam que sabem, mas vejam abaixo. Um pequeno exemplo, que ilustra bem a diferença:

O Director Geral de um Banco, estava preocupado com um jovem e brilhante director, que depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia. Então o Director Geral do Banco chamou um detective e disse-lhe:
- Siga o Dr. Mendes durante uma semana, durante a hora do almoço.
O detective, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:
- O Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
Responde o Director Geral:
- Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.
O detective pergunta-lhe:
- Desculpe. Posso tratá-lo por tu?
- 'Sim, claro' respondeu o Director surpreendido!
- Então vou repetir : o Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.

A lingua portuguesa é mesmo fascinante"

terça-feira, 6 de maio de 2008

Erros crassos no serviço a prestar ao Cliente.

As regras não governam os homens, estes é que governam as regras

É comum ouvirmos o empresariado nacional a queixar-se da falta de qualificações que os seus empregados têm, empurrando para estes últimos a responsabilidade dos negócios não estarem a correr tão bem como poderiam estar.

Sabemos que o país tem falta de mão-de-obra qualificada em vários sectores. Que existem empregados sobre qualificados para algumas funções, o que não é justificação, no meu ponto de vista, para que estes não desempenhem as suas obrigações o melhor que sabem.

Que é natural que possamos (e devamos) aprender ou, pelo menos, observar como os nossos superiores executam as suas tarefas, que muitas vezes são também as nossas.

Claro que devemos ter sempre um olhar crítico sobre as regras e procedimentos que nos são impostos. Igualmente, para quem actua na área dos serviços e que tem um contacto directo com o Cliente, deve ajustar, dentro do possível, o seu comportamento ao gosto do Cliente. Fazer com que este se sinta único.

Os dois exemplos que vos apresento em seguida são, no meu ponto de vista, elucidativos de um mau serviço prestado. E o pior é que as directrizes e comportamentos descritos vêem de quem gere os estabelecimentos. Infelizmente, estas duas situações não são ímpares na nossa sociedade.

Ladroagem disfarçada à solta

Há em Tavira, junto à avenida que ladeia o Rio Gilão, vários bons restaurantes simples e asseados.

Escolhemos um. Pedimos uma refeição simples. Duas doses de sardinhas, a respectiva salada e um jarrinho de vinho da casa (há quem vá ficar com inveja deste repasto). Coisa para rondar os 20€, tendo em conta os valores apresentados no menu. Pede-se a conta no final. Surpresa!!!!. Perto de 40€. Peço a factura, como sempre faço, e após análise verifico que todas as entradas que tinham sido colocadas na mesa, e que nós tínhamos afastado para o lado, avisando o garçon da situação, tinham entrado na conta. Chamamos o garçon, que percebemos que ser o dono, e interrogamo-lo sobre a factura e ele responde-nos, com a maior das calmas: “Tudo o que colocamos na mesa aparece na factura”. Peço, com “esforço”, que a refaça. Lá me aparece um novo documento, agora correcto. No entanto, noto alguma má vontade pela situação gerada. Nem um amarelo pedido de desculpas nos foi dado. Pagamos e saímos. Decorria o verão de 2005.

Não é que recentemente um conhecido me vem com a mesma história, não no mesmo local, é certo, mas a mesma situação. Facturas inflacionadas com extras indevidos. Não há como não pedir sempre a factura.

Esta é uma das razões porque o nosso nível serviço tem que melhorar em muitos sectores e não só na restauração.

Arrependo-me hoje de não ter pedido o livro de reclamações. Por certo, alguns clientes menos atentos ou despreocupados, foram vigarizados por este conto do garçon. E eu nada fiz para evitar isso.

Vou algumas vezes almoçar a Tavira. Nunca mais voltei a entrar neste restaurante.


Café e copo de água

Este tão tradicional cocktail de muita gente. Eu, sempre peço café e copo de água. Sei que assim vou bebendo água durante o dia. Bom hábito, juntar os dois.
O que vos quero contar é uma situação insólita… ou melhor, de como fazer com que os Clientes não voltem a aparecer.
Encontrava-me no feriado de 25 de Abril numa esplanada simpática em Monte Gordo, vizinha de Vila Real de Santo António. Estava uma tarde muito agradável e bem tranquila. Calor, mas não muito, e aquele ar de quem tem o mar mesmo perto. Empregadas educadas e atenciosas. Não era a primeira vez que lá ia. Sempre que ando por aquelas paragens e se o tempo convida, abanco por lá. Eu, como sempre, pedi a minha bica e o respectivo copo de água. Pasme-se a resposta: copo de água não servimos. Terá que ir apanhá-lo ao balcão. Pergunto porquê? Tenho como resposta “ordens da gerência”. Manifesto a minha surpresa e obtenho uma resposta educada, mas definitiva “Terá que o ir apanhar ao balcão”

O que resulta deste tipo de serviço é que perdi a vontade de voltar a passar por lá e bebericar o meu café e copo de água, ou seja o que for. Pelo que percebi, este comportamento inusitado tem vindo a ser por lá praticado. Acredito com prejuízo do bar.

No meu trabalho, sempre que posso aumentar a qualidade do meu serviço sem incorrer em custos para o fazer ou que estes sejam insignificantes, faço-o. Ora, não permitir que se leve um copo de água a quem o pede num serviço de restauração, é como que negar a própria função que o estabelecimento pretende prestar, servir o Cliente.


Se o Tempo não pára, não pare você também