terça-feira, 30 de setembro de 2008

Chamem a à SAI

Hoje fiquei espantado ao ver a televisão. Durante uma entrevista num dos telejornais da TV uma senhora foi entrevistada. Esta trabalhava numa sala de mercados de uma qualquer instituição financeira. A entrevistadora perguntou-lhe o que ela fazia (ou qualquer coisa do género). Resposta:
Não sei explicar o que faço. Digo também o mesmo aos meus filhos.

Mandem-na para Wall Street . Já!

domingo, 28 de setembro de 2008

Eventualmente as últimas do ano


GOSTO MUITO

Muitas vezes deparo-me com criaturas que parecem não gostar de nada e ainda, por cima, dizem mal de tudo.

Lembro-me de uma situação que presenciei numa padaria (vulgo minimercado português onde se pode também tomar o pequeno almoço) do Rio de Janeiro, na Rua Marquês de Abrantes (http://www.bairrodocatete.com.br/abrantes.html), lá para o bairro Flamengo.

Estavam 4 senhoras falando. Percebi que 4 amigas. Três falavam; falavam de tudo, mas de tudo que não gostavam. E não gostavam de muita coisa. Para não dizer que não gostavam de nada. A conversa ia desde cenoura cozida (que eu também não gosto) à cor da pasta de dentes que o marido usava. Parecia que elas não gostavam de nada.

Mas o estranho desta conversa estava na quarta senhora, a que não falava. Apenas ouvia. E esse comportamento fez-me estar atento. Felizmente que o fiz. De repente, “ a quarta” dispara como um sniper. Certeiro o seu tiro (como todos os snipers). Diz” eu só não gosto que me façam mal”.

Esta colocação fez-me escrever algumas coisas de que eu gosto. Que eu não devo esquecer que gosto e, parece-me que de vez em quando, esqueço-me que gosto.


GOSTO MUITO

da lua e do sol,
do silêncio,
dos dias que não acabam,
de abraços,
daqueles que sorriem no elevador,
das pessoas que sorriem,
de pessoas autênticas,
das janelas abertas sobre o rio,
de janelas abertas,
de quadros nas paredes,
de fotografias de pessoas,
da cor do fogo,
de comer à mão e lamber os dedos,
de contemplar as estrelas no céu deitado numa rede,
do sol pela manhã,
do barulho do mar ao entardecer,
de coincidências e surpresas,
de ver pessoas felizes,
de olhos e bocas que riem,
de cidades com rio,
de cidades com praia,
de Lisboa, do Rio de Janeiro,
de estar calado,
de jantares improvisados,
de, às vezes, ficar abstracto,
de discos, de livros, de jornais, de revistas,
de ler o jornal na esplanada,
de certas rotinas e de não ter rotina nenhuma,
da praia, da areia, das ondas, do sol, da água,
de acordar tarde,
de me esquecer das horas,
de olhar as pessoas,
dos sorrisos inocentes das crianças,
de ver crianças a brincar na rua (cada vez mais difícil),
de histórias de pessoas,
de pessoas positivas,
da lua só com uma estrela,
de ficar em casa, embalado no seu ritmo ,
de sonhar acordado,
de encontrar os amigos,
de saber que tenho muito (e de muita coisa) para aprender
de passeios sem destino,
de passeios de moto,
que me tratem por “tu”,
de ouvir os pais a tratar os filhos por “tu”,
de restaurantes novos,
de listas de restaurantes,
de quem cozinha bem.


Se o Tempo não pára, não pare você também