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Vespa Jorge Mario Bergoglio |
Vivemos momentos “engraçados”. Alguns muito preocupantes e muitos outros que nos enchem de esperança.
Mas vamos lá enquadrar o título com a actualidade, mês de Abril de 2025 e duas das personagens mais marcantes da actualidade, o Papa Francisco e o Presidente Donald Trump.
Enquanto o Papa Francisco proclama seu "Todos, todos, todos" como um manifesto de braços abertos à humanidade, os Estados Unidos (e alguns pela Europa, inclusive Portugal) parecem ter adoptado uma versão diferente : "Alguns, poucos e muito seleccionados".
O Papa prega sobre pontes; os EUA especializam-se em muros. Francisco fala da dignidade universal; os políticos americanos debatem intensamente qual detector de mentiras é mais eficaz.
Talvez o problema seja simplesmente de tradução.
Vamos lá explicar:
Quando Francisco diz "todos", o tradutor americano traduz para "todos que possam contribuir para o PIB". Deve ser isto.
No final, talvez a verdadeira ironia seja esta:
Por um lado tínhamos um líder ancião a defender um futuro mais inclusivo. Do outro temos uma nação jovem, nascida e povoada por emigrantes, a procurar negar um passado que teve na sua origem e da sua democracia
Esta tensão ilustra dois entendimentos fundamentalmente diferentes sobre comunidade e pertença: um baseado na inclusão universal e outro em definições mais limitadas de quem pode pertencer plenamente à sociedade.
Naturalmente que o “Todos, todos, todos” encerra muitos problemas e um esforço enorme.
Uma imigração sem estruturas adequadas de recepção, integração e suporte cria desafios gigantes tanto para os migrantes quanto para as comunidades receptoras. Temos que respeitar todos. Aqueles que chegam e aqueles que já lá estão.
Mas o mundo foi feito destes movimentos de pessoas…
Nota
Nao sou religioso, apesar de educado na religião cristã e de ser baptizado.
Esta pequena prosa é um singelo elogia ao Papa Francisco. Ele era um desses raros homens bons. Falava do bem com uma coragem tranquila, como quem sabe que não precisa de gritar e gesticular para ser ouvido.
Chamo-me João Paulo. Nome escolhido em homenagem a dois papas: João XXIII e Paulo VI — dois homens que abriram portas, que procuraram diálogo, que ousaram mudar. Talvez o nome pese. Talvez me inspire.
Nestes tempos temos que reforçar que a bondade ainda importa mais