sexta-feira, 18 de abril de 2025

A Páscoa

Vespa Páscoa 



A Páscoa, para muitos de nós que não seguimos caminhos religiosos, carrega, mesmo assim, um significado especial. 

 Quando vejo as famílias a reunirem-se, as crianças a correrem atrás de ovos coloridos, ou amigos a partilharem uma refeição especial, encontro um momento que deve sempre estar presente e repetir-se: o da celebração e a amizade , suportada em rituais, que devem sempre existir. 

 Defender a tolerância, neste contexto, significa reconhecer que não precisamos partilhar as mesmas crenças para respeitar a importância que esta data tem os outros. 

A compreensão dos símbolos - sejam eles religiosos ou culturais - carregam histórias e emoções que merecem ser honradas, mesmo quando não as adoptamos. Num mundo tão dividido por dogmas e certezas disparatadas, espero que ainda exista espaço para que todos, religiosos e não-religiosos – perceber que podemos e temos todos de coexistir. 


 Boa Páscoa

quarta-feira, 16 de abril de 2025

A TESOURA DE TRUMP

A tesoura de Trump 


“A felicidade da vida depende da qualidade de nossos pensamentos” Imperador Marco Aurélio


Começo por uma imersão na história do século passado. 

Refiro-me às interferências governamentais nas universidades durante os regimes de Hitler e Estaline oferecem-nos paralelos históricos perturbadores. Tudo, nessa altura, foi mais extremado, mais violento...

Na Alemanha nazi, Hitler não se ficou apenas por cortes nas verbas — foi direto à purga. Quando chegou a Chanceler, em 1933, as universidades alemãs, até então mundialmente respeitadas, foram forçadas a demitir académicos judeus e/ou opositores políticos. Rapidamente, estas instituições transformaram-se em centros de propaganda nazi.


Queima de livros na Alemanha nazi

Na União Soviética de Estaline, as universidades foram submetidas ao que se pode chamar de uma “revisão curricular”. O mesmo que o "democrata" Putin continua a fazer. Em ambos os regimes, departamentos inteiros foram encerrados, bibliotecas censuradas, e professores não só demitidos, mas muitas vezes enviados para campos de concentração ou para aquela célebre invenção soviética: os Gulags.

E agora, Putin. A interferência nas universidades segue um caminho mais gradual e sofisticado — coisa de quem já foi espião. O controlo não se manifesta por purgas, mas por meios mais subtis: o financiamento está condicionado à lealdade política.

A principal diferença para a situação actual nos EUA é, por enquanto, a escala e os métodos.

Para além do patético questionário enviado às universidades portuguesas, o Nobel da Paz Trump e os seus acólitos pretendem, entre muitas outras medidas:

• Cortes orçamentais e realocação de fundos: a administração propôs reduções significativas no orçamento do Departamento de Educação.

• Uma Ordem Executiva sobre Liberdade de Expressão: Trump alega que as universidades estão a silenciar as vozes conservadoras.

• Restrições aos estudantes internacionais: impôs políticas mais apertadas para a atribuição de vistos de estudante.

É curioso (ou talvez nem tanto) como, por vezes, um governo que apregoa "liberdade" e "inovação" decide que investir no cérebro é um gasto supérfluo. A educação, segundo Trump, parece querer apostar mais em memes do que em física quântica (que, confesso, também não percebo nada) 

Espero, esperamos, sinceramente que a história não se repita. 

Quando os líderes começam a desconfiar das universidades, dos livros e de quem pensa de forma independente, raramente procura-se e verdade ou a inovação.

É a tesoura a virar-se contra o conhecimento, contra o futuro.

O problema não é só de Trump. É a aceitação e normalização de um discurso que despreza a ciência, que não acredita na educação e levanta a bandeira da ignorância em bandeira.

"This Woman's Work" da Kate Bush é uma música profundamente emotiva e carregada de significado. Foi escrita para o filme She’s Having a Baby (1988) e toca num momento específico e angustiante da história: o parto da personagem feminina corre mal, e o protagonista é confrontado com a possibilidade de a perder.

A conclusão é vossa. 

E agora a versão de Maxwell

As versões são tão poderosas...que me presenteio com ambas.

 

segunda-feira, 14 de abril de 2025

"Branca de Neve e os Sete Anões"

Agência de serviços - Os 7 anões 


“O que não é útil à colmeia, não é útil à abelha.” Marco Aurélio

"Branca de Neve e os Sete Anões" é um filme de animação musical americano de 1937 produzido pela Walt Disney Productions. Foi baseado no conto de fadas alemão de mesmo nome dos Irmãos Grimm. Trata-se da primeira longa-metragem de animação da história do cinema.

Esta produção suscitou várias críticas. A opinião que corria é que as pessoas não iriam pagar um bilhete de cinema para verem bonecos.
Acabou por ser um sucesso de crítica e público. Arrecadou milhões de dólares. Recebeu um Oscar honorário em 1939. Este prémio especial foi atribuído a Walt Disney pela inovação e excelência artística do filme. O Oscar honorário consistia na estatueta habitual no tamanho normal e sete estatuetas em miniatura, representando os sete anões.
A animação, a música e a história intemporal do filme continua a encantar o público de todas as idades. Tanto é assim que está para muito breve a nova Branca de Neve e os 7 anões.
Os personagens são sobejamente conhecidos:
• Branca de Neve: Uma princesa gentil e bondosa que conquista a amizade dos sete anões.
• Rainha Má: A madrasta invejosa de Branca de Neve, obcecada pela beleza e pelo poder.
• Príncipe Encantado: O príncipe que salva Branca de Neve do feitiço da Rainha Má.

E os sete anões. Eram mineiros. Trabalhavam numa mina de diamantes, o que explica a riqueza e a casa confortável onde viviam. O trabalho na mina era uma parte importante de suas vidas e definia sua rotina diária. Os seus nomes são:
• Mestre
• Zangado
• Feliz
• Soneca
• Dengoso
• Atchim
• Dunga

O que me fez fantasiar e vestir os calções da meninice? Bem, o facto dos 7 anões serem uma grata memória de muitas gerações e, simultaneamente, formarem uma equipa de sucesso. Cada um tem a sua competência e, com mais ou menos ajustes ou zangas, conseguem coordenar-se.

1. Mestre (a Liderança) - O estratega que mantém o rumo certo. Analisa o mercado, ajusta as coordenadas e traça um rumo. Temos sempre de ter um guia.

2. Zangado (o Vendedor Resiliente) - Nem todos os clientes são príncipes simpáticos. Alguns são verdadeiras bruxas más. O Zangado, com a sua resiliência, sabe que a conversa não acaba no Não... Resmunga, resmunga e consegue o SIM.

3. Feliz (O Especialista em Customer Experience) - Um serviço bem-humorado ajuda a vender. O Feliz sabe (e sempre soube) que um Cliente satisfeito não só volta, como traz amigos.
Do ponto de vista neurofisiológico, o sorriso natural surge de forma espontânea. Ele acciona os neurotransmissores relacionados com a sensação de prazer e bem-estar, as tais de endorfinas. Estas têm o poder de controlar a reação do corpo à tensão, regulando algumas funções do sistema nervoso e melhorando o humor. Daí que o verdadeiro sorriso natural não seja resultado de aprendizagem ou treino olímpico, mas de uma resposta biológica automática e inata no ser humano.
Parece haver esperança neste mudo da IA para os vendedores

4. Dunga (O Aprendiz) - Apesar de ser o mais calado, o Dunga observa tudo. Tem uma visão periscópica. Ele aprende sobre tendências, sobre marketing, sobre vendas... Quem não percebe a velocidade com o que mundo gira, vai ficar para trás no competitivo e ambicioso mundo das vendas.
5. Soneca (O Guru da Automação) - Soneca faz uma gestão perfeita entre os recursos escassos que possui e o tempo que quer para si, isto é, ele trabalha de forma inteligente. Usa o CRM e e-mails automatizados. Assim não perde as leads. Assim ganha tempo para o que mais gosta de fazer, dormir.

6. Atchim (O Radar de Oportunidades) -O Atchim tem um dom. Ao farejar as oportunidades, as que são boas, ele diz Atchim. A cada ATCHIM! pode aparecer uma novidade tecnológica, uma nova oportunidade, uma legislação... e ele fala logo com um dos seus 6 irmãos.
Curiosamente conheço uma catraia que espirra quando (e só quando) o chocolate é bom.

7. Dengoso (O Rei do Networking) - The last but not the least, o Dengoso. Ele sabe e soube sempre que as vendas são baseadas em relações e confiança. Conquista os seus Clientes com charme. É um ouvinte atento e respeitador. Ele escuta e, posteriormente, cria os relacionamentos profissionais. Afinal, ninguém resiste a um profissional que realmente se importa.
E a Branca de Neve? É o Cliente, claro! Se não cuidarmos dele, vai aparecer um concorrente a oferecer um saboroso e imperdível chocolate.
E a Rainha Má? Simboliza a má concorrência. Simboliza as táticas de marketing enganosas ou ofertas aparentemente irresistíveis. Também pode encarnar a inveja do sucesso alheio.
Moral da História: No mundo das vendas e do marketing, não basta apenas ter um bom produto – é preciso ter uma equipa equilibrada, onde cada talento contribui para o sucesso.
Lição desta História: Uma equipa forte, equilibrada e com o mindset certo potencia e transforma qualquer negócio, ou, como dizem os 7 Anões: "Eu vou, eu vou..."
Uma pergunta: Que anão escolheria ser?

Buffalo Springfield - For What It's Worth - Muita gente pensa que é uma música sobre a Guerra do Vietname, mas na verdade foi inspirada por uma série de confrontos entre jovens e a polícia em Los Angeles, ligados ao encerramento de clubes noturnos no Sunset Strip. Os jovens protestaram contra a repressão e contra a repressão da polícial.