quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

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Reflexão (histórica) sobre o papel da liderança

                                                       

Miguel de Vasconcellos no seu último voo livre - JPM Consultores 

                                                                     “Experiência é a professora de todas as coisas.”, Júlio César 


Miguel de Vasconcellos, secretário de Estado português durante o domínio filipino, ficou marcado pelo seu papel como executor de uma política centralizadora e alienada da nação portuguesa.

A sua gestão foi marcada por: 

centralização excessiva de poder,

falta de alinhamento com stakeholders.

falta de alinhamento cultural e estratégico com a cultura e os valores do povo,

subestimar o impacto da reputação na liderança.


Os erros que Miguel de Vasconcellos teve na sua liderança e o fim a que teve direito, a  Defenestração ou seja, o acto de lançar alguém pela janela – originário de fenestra, fenêtre, uma prática muito em voga nessa altura por toda a  Europa.  Há por ai um povo que retomou esta prática. Ou janelas ou chá. 

Há também por ai uns poucos lusos que usam as nossas janelas para as suas próprias brincadeiras. 

Mas vamos à gestão…onde eu me sinto mais confortável.

1. Centralização excessiva:

Assim como Vasconcellos consolidava o poder nas suas mãos, muitos gestores insistem em tomar todas as decisões. Não delegam. Sufocam a criatividade. Afogam a autonomia das equipas.

A gestão moderna ensina que descentralizar e empoderar os líderes intermediários(e não só)  é crucial para o sucesso.

 

2. Falta de alinhamento com os stakeholders:

A política de Vasconcellos era vista como servil aos interesses da coroa espanhola e distante das necessidades e aspirações dos portugueses. 

Da mesma forma, um gestor que ignora as necessidades dos seus clientes, parceiros ou colaboradores internos corre o risco de alienar esses grupos, comprometendo os resultados organizacionais, comprometendo a vida da organização.


3.  Falta de alinhamento cultural e estratégico com a cultura e os valores do povo

Vasconcellos é um exemplo clássico do que ocorre quando a liderança está desalinhada com a cultura e os valores do grupo que representa. 

Ele era visto como estrangeiro na mentalidade e práticas, o que amplificou o ressentimento popular.

Os gestores que não respeitam ou compreendem a cultura de uma organização podem vir a esperar resistência. Esta pode começar por ser passiva… mas é de esperar, caso tudo se mantenha, tornar-se acti

Assim como Vasconcellos representava a imposição de valores estrangeiros, líderes que importam soluções de forma arbitrária, sem adaptação ao contexto local, vão encontrar resistência.


4. Subestimar o impacto da reputação na liderança.


Vasconcellos é uma prova de que uma má reputação pode levar à queda. Vasconcellos acabou por se tornar num enorme  símbolo do descontentamento que levou à Restauração da Independência. 

Na gestão moderna a imagem da liderança reflecte-se  directamente na marca e na retenção de talentos. Líderes que acumulam rejeição por más práticas, falta de ética  ou empatia podem precipitar crises organizacionais, como greves, boicotes ou até a perda de mercado.


Esta minha analogia pretende ser uma provocação para a reflexão  sobre o papel da liderança no equilíbrio de poder e a importância de ouvir todos, mas mesmo todos, os envolvidos em qualquer processo organizacional.


Plagiando sem dó  Luís Fernando Veríssimo

“Na lua-de-mel, numa suíte matrimonial no 17º andar.

        – Querida…

        – Mmmm?

        – Há uma coisa que preciso lhe dizer…

        – Fala, amor!

        – Sou um defenestrador.

        E a noiva, em sua inocência, caminha para a cama:

        – Estou pronta para experimentar tudo com você!”


Tequilla – Me vuelvo loco , banda rock espanhola. Se ouvires esta música e ela não te trouxer à vida... há algo de errado contigo... (frase meio kármica…apenas se pretende tirar da apatia alguns e da resmunguice outros)