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Sitting Bull |
A felicidade da vida depende da qualidade de nossos pensamentos. Marco Aurélio
Gosto bastante de ver coboiadas. Ainda as vejo. Comecei pelo Trinitá, Cowboy Insolente, que fui ver com o meu pai ao extinto Cinema Avis.
Lembro-me delas pelos índios. Eram eles que metiam respeito aos americanos.
No meio desta barafunda que Trump y sus muchachos andam a fazer pela Europa, lembrei-me que um Sitting Bull, um Jerónimo ou um Cavalo Louco podiam meter em sentido estes loucos. Os chefes índios, para além de guerreiros, eram líderes espirituais e visionários. Defendiam o seu povo e a sua independência até morrer.
Agora, entre outros, temos um JD Vantagem. Este personagem começou como um crítico feroz de Donald Trump, chamando-o de “um idiota” e alertando para os perigos do seu populismo. No entanto, percebeu que o caminho mais fácil para o poder era alinhar-se com a base trumpista. E virou a casaca.
Essa mudança nunca foi acompanhada de uma explicação convincente, o que sugere que foi motivada exclusivamente por ambição pessoal, e não por uma transformação genuína de pensamento.
A falta de moral de JD Vantagem não está apenas na sua hipocrisia ou oportunismo, mas também na disposição para sacrificar princípios em troca de poder. Ao priorizar a ambição pessoal sobre a verdade, a coerência e o bem comum, ele exemplifica o tipo de político que diz representar a “América real”, mas que, na prática, serve apenas a si próprio.
Este JD Vantagem é um espelho do que se passa na Casa Branca e nos apartamentos limítrofes. Esta cambada forma alianças estratégicas só quando lhes convém. Reflectindo um pouco mais, quase que afirmo que este comportamento tem sido regra em muitas presidências americanas. Elas descartam tudo quando os seus interesses mudam. Exemplos não faltam:
• O apoio a ditaduras durante a Guerra Fria para conter o comunismo.
• A mudança de postura em relação a países como o Afeganistão e o Iraque.
Podem parecer os maiores aliados de um país num momento e, no seguinte, retirar o apoio se os interesses já não estiverem alinhados.
Os Estados Unidos, este país de emigrantes e renegados, acreditam na sua superioridade moral, política e económica, o que os leva a adoptar uma postura paternalista nas relações internacionais. Muitas vezes, impõem sanções ou ditam regras a outros países sem aplicarem as mesmas restrições a si próprios.
O discurso oficial dos EUA, sobretudo o actual, fala de liberdade e direitos humanos, mas, na prática, muitas decisões são guiadas por interesses económicos e geopolíticos. O apoio a governos repressivos ou golpes de Estado quando conveniente mostra essa dualidade (veja-se a aproximação ao ditador Putin).
Em suma, a atitude americana na política internacional combina um sentimento de superioridade com uma abordagem pragmática e implacável, que oscila entre a diplomacia e a coerção, dependendo do que for mais vantajoso no momento.
Sitting Bull, talvez o chefe índio mais emblemático (líder dos Lakota Sioux) , pugnava pela lealdade e integridade, valores que nos actuais governantes parecem ser descartáveis.
Os indígenas lutavam pela sua terra e cultura até ao último fôlego, enquanto políticos como JD Vantagem mudam de lado ao sabor do vento, sem raízes nem princípios.
Talvez o assobio mais conhecido do cinema …música de Franco Micalizzi
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