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Via do Infante - JPM |
Via do Infante, a via que o Infante
D. Henrique não utilizaria
Isto da Via do Infante faz-me lembrar uma história que a
minha mãe contava. Um tal vendedor de peixe de Montemor-o-Novo quando
confrontado sobre as sardinhas dizia: ”As sardinhas estão boas, estão
estragadas, mas estão boas”. E assim lá ia vendendo o seu peixe a quem o queria
comprar.
A construção Via do
Infante, a tal da A22, abrangida pelo quadro das SCUTS, foi uma bênção para o
Algarve. Abriu as portas do Algarve à
Europa e ajudou a dinamizar o turismo doméstico e internacional. Passou a ser
simples, rápido e seguro percorrer o Algarve.
A solução que havia antes era a EN125. Alguém que quisesse
viajar entre Sagres e Vila Real de Santo António (ou entre qualquer ponto do
Algarve) teria de a usar. Uma viagem entre as duas extremidades do Algarve só seria
vencida com um dia de férias.
Acrescento: antes da Via do Infante não havia alternativa à EN125.
Esta última rodovia, pelo menos do lado do Sotavento, em
2017, está uma lástima. Sem bermas, sem iluminação, com o piso em muito mau
estado, atravessando povoações, quase entrando pela sala de jantar dos
algarvios…uma estrada de quem os portugueses se podem orgulhar. Ah, acrescento,
para não haver dúvidas…É PERIGOSA.
Eis que a Via do Infante passou a ser paga. O movimento
passou, em boa parte, para a EN125…a dita com condições excelentes e que está a
piorar. Não pretendo julgar aqui a justeza da
alteração, o racional económico, seja lá o que for. O que aconteceu foi mesmo um desvio do
trânsito da A22 para a EN 125. O que aconteceu foi mesmo uma degradação do
estado das duas vias. A paga e a não
paga.
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Piso em mau estado - JPM |
O que espanta a todos é a sinalética do lado do Sotavento a
indicar o mau estado de uma via que é paga - “Piso em Mau Estado”. As evidências são por demais evidentes:
vários tipos de alcatrão, um rolar do carro inconstante, buracos ou quase no
piso, pouca ou nenhuma iluminação…enfim, um perigo e pago.
O curioso mesmo é que se dá um nome de Infante, aludindo ao
Infante D. Henrique, a uma via cheia de percalços.
O Infante D. Henrique, pertencente à Dinastia de Avis,
escolheu o Algarve para desenvolver várias actividades. Uma delas foi a Escola
de Sagres. Lá foi dinamizado o conhecimento para nos levar ao e pelo mundo.
Será que o estado (mau) das ditas EN125 e A22 foi inspirado em todas as
dificuldades que os navegadores portugueses tiveram de superar…é o que agora todos os que transitam nestas vias têm de
fazer!!!
João Paulo Marques
O tempo não pára,
não pare você também.
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@joaodavespa