O nosso voto diário / o nosso debate diário
“Descobrir o que o consumidor quer, é fácil. Fazer algo
em relação a
isso, é que já não é assim tão simples.” (Liz Wetzel)
Todos os dias votamos, decidimos, fazemos escolhas. Começa
logo na roupa que usamos. Levis, Wrangler ou uma aposta num fato da
Decénio ou da Hugo Boss. Já fora de casa, após várias etapas (votos)
domésticas, escolhemos onde tomamos o café. Acredito que aqui somos mais fieis
(ia escrever conservadores, mas tem uma conotação política da qual eu quero
afastar-me). E seguem-se várias decisões pelo dia fora. Umas mais
estratégicas, umas mais tácticas…outras bem mais simples. Mas vamos sempre
votando, escolhendo
Os Clientes dos nossos votos, as Empresas, muitas vezes não
percebem este escrutínio repetido, silencioso, diário. Esta eleição diária não
necessita de uma contagem de votos, de uma maioria…ela é ganha em debate,
isto é, no contacto que se mantém entre as partes, Cliente e Fornecedor.
O que acontece quando queremos ganhar a terceiros,
entenda-se concorrência, de forma rápida, quase instantânea, é que o
nosso factor diferencial, muitas vezes o preço, não é sustentável numa
política de médio e longo prazo. Mais, é facilmente copiável.
Esta minha teorização leva-me agora à nova coligação, a do
PS, PCP e BE. Como eu acredito que as minhas prosas possam ser descobertas e
lidas no futuro J, vivemos , no quarto trimestre de 2015, um momento em
que a sociedade está dividida, em que o PS também parece estar dividido, Asis se
diz.
Dois dos partidos do Arco (do destriunfo) da coligação são
contra a Comunidade Europeia. Neste momento a sua decisão estratégica / táctica
leva-os a defender, pelo menos a não hostilizar a Comunidade….como será o seu
voto neste quesito em 2016…será que o PS sabe, tem garantias do que vai
ser.
Outro aspecto interessante da leitura do resultado das
eleições é o seguinte. Se bem me lembro (ah saudoso Vitorino Nemésio), o
que estava a ser avaliado no passado 4 de Outubro eram vários partidos, vários
e diferentes programas (alguns cristalizados). Não era uma escolha entre
o SIM e o NÃO. Fico sem perceber porque a leitura do resultado das eleições por
parte das esquerdas se arvoa nesta escolha bipolar.
João Paulo
Marques
O tempo não
pára, não pare você também.
@joaodavespa