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domingo, 19 de abril de 2015

Tips for life - #99


Great stories happen to people who can tell them — Ira Glass

True. A nossa vida e visão do  mundo é  uma colecção de histórias. Vivenciadas na primeira pessoa ou não.

Começo por uma das mais antigas formas, senão a mais antiga, de passar conhecimento, o Storytelling. Esta transferência de conhecimento, muitas vezes através de gerações,  representa também  forma como olhamos para diversos factos, como decidimos, como influenciamos….e como a relatamos, ou melhor, como a interpretamos.

As pessoas (QUE)  contam e acreditam em histórias semelhantes ou iguais possuem valores semelhantes ou iguais

Uma  história ajuda-nos a criar o nosso NÓS

Aprimore o modo como conta a sua HISTÓRIA. Mesmo que ela leve a conflitos, ajuda a melhorar o seu carácter e é um meio de conseguir atingir os seus objectivos.

Agora, não esteja sempre a acrescentar um ponto à sua história. Os “eles” vão desconfiar.
Nota: Este post é dedicado ao meu pai. Ele era um contador de histórias. Faleceu fez hoje dois anos.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Tips for Life - #83

Great stories happen to people who can tell them — Ira Glass



Uma achega para pensarmos em contar histórias e dividir experiências.

Uma versão da Sopa da Pedra baseada numa fábula da Europa Oriental.

O dia tinha nascido frio, mas as árvores tinham explodido em cor. Os vermelhos e amarelos da natureza estavam fabulosos. Era como se as folhas das árvores tivessem engolido a luz do sol e que, aos poucos, a estavam libertando.

Os campos apresentavam o dourado das abóboras e aboborinhas. As árvores apresentavam maçãs e laranjas com aspecto de serem muito doces. A fragrância destes e de outros frutos vagueava e pelo prado.
 
Um mendigo descalço, de roupa rasgada e com os cabelos emaranhados estava naquele prado e sentia o cheiro de carne assada de um vilarejo localizado no sopé da montanha. A sua boca salivava - ele não comia há dois dias.
Desesperado, ele fez uma pequena fogueira à entrada da vila. Pôs a sua única panela ao lume e colocou uma pequena pedra na mesma.
 Usando a teoria mágica do "Suponha", ele pensou para si, que esta pedra poderá fazer uma sopa deliciosa. Ele sentou-se num caixote e imaginou que estava realmente fazendo uma sopa maravilhosa.
Os moradores curiosos saíram das suas casas e foram visitá-lo. Eles perguntaram-lhe o que ele estava fazendo, ao que respondeu: Estou fazendo uma sopa deliciosa. Preciso apenas de usar este pedra mágica. Ela faz uma sopa deliciosa. E reforçou: mais saborosa ainda é a sopa nestes dias de frio.
Os moradores ficaram fascinados com a sopa e começaram a comentar sobre o seu aroma fino e delicioso.
 
O mendigo convidou-os para se juntarem a ele e eles disseram que iriam juntar-se, mas que iriam trazer as suas próprias refeições e que assim, os seus petiscos seriam o complemento da magnífica sopa gourmet que estava a ser preparada.
Os aldeões trouxeram presunto, chouriços, perus, etc, etc., etc.…um verdadeiro banquete estava a ser proporcionado a todos, por todos.

Entretanto o Padre da Vila antes do repasto começar, diz: “Vamos rezar”.

Já o cozinheiro da sopa da pedra pensa para ele: “Vou rezar que toda esta maravilhosa comida não resfrie antes de eu a comer.”

E, logo após a oração, desata a comer tudo como não houvesse amanhã.

Entretanto ele parece não ver que os aldeões bebiam, taça após taça, a sua “sopa maravilhosa”, enquanto ele comia tudo o que estava à sua vista, incluindo a metade de uma torta de morango.

Quando o mendigo terminou, ficou sentado por alguns momentos, como que atordoado de tanto comer.
 
Finalmente, ele levantou-se, guardou a sua pedra mágica e saiu. Não olhou para trás

Conclusão: Ao dirigir a sua imaginação, o mendigo foi capaz de criar a ilusão de uma sopa maravilhosa. Para ele e para os moradores.

O poder de uma boa história envolve as pessoas. O poder da imaginação ajuda a isso.

Há muitas histórias a serem contadas, a serem recolhidas, a quererem ser partilhadas.

Mesmo que use um pouco de imaginação, pode aplicar a Teoria da Sopa da Pedra à sua vida e melhorar o que está à sua volta.