Linhaça,
o comércio tradicional e a Gestão
“Um bom começo é a metade” .Aristóteles
Keywords: Linhaça, Vila Real de Santo António, Vendas, Gestão, Comércio Tradicional, Serviço
Tenho lido
umas “coisas” sobre a linhaça. Uso de vez em quando, mas dizem que a mesma,
moída na altura, resulta melhor. Perante este eventual problema, a necessidade de ter linhaça moída, lanço-me à busca de uma solução.
Evito ir às
lojas low-cost internacionais e, visto andar por Vila Real de Santo António, procuro um moinho
no comércio tradicional local. Vejo numa casa, noutra e não encontro o que
quero.
Entre por
fim numa e pergunto por moinhos. Apresentam-me um. Acho um pouco elevado o
preço para um enjandralho que mói apenas sementes. Peço por outro mais barato e
a senhora que me atende pergunta-me: Para que quer o moinho? (perante um cliente
renitente, ela tenta saber para que ele quer o moinho).
Linhaça |
O que eu fui
dizer. Explicou-me tudo. Que usava o modelo que me mostrou; que dá linhaça que
dá ao filho; que ele tem um problema de saúde. Que faz isto; que faz aquilo,
etc, etc, etc. Lá fomos trocando informação. A conversa, agradável, durou uns 5
minutos. Na verdade, fiquei a saber bastante das rotinas da casa daquela
família.
Mas
encontrei aqui a utilização de uma receita básica de gestão e vendas:
·
Um cliente chega
com um problema· É-lhe apresentada uma proposta
· Ele não a quer aceitar
· Estabelece-se diálogo
· Percebe-se o problema
· Transmite-se informação e testemunhos que ajudam a justificar a proposta
· Cliente compra (ou não)
Eu comprei!
É o que se
consegue no comércio tradicional, com profissionais competentes e atentos. Não
era precisamente o caso; a senhora não devia ter sido treinada, mas
interessou-se pelo meu problema. Também gostava de falar, eu percebi isso, e a
loja estava vazia. Mas ela preocupou-se…agiu.
Quando penso
em muitos restaurantes, em que os empregados têm o Cliente à sua mercê, e não
comunicam ou pouco falam e nada se interessam pelos Clientes. Quando, por
exemplo, pedimos sugestões e dizem-nos: Ah, não sei o que os senhores gostam.
O que
resgato daqui é que continua a haver espaço para o comércio tradicional, onde o
Cliente e o Lojista dialogam. Onde se estabelece mais que um relacionamento
meramente comercial ou de mudo para mudo.
O moinho
ainda funciona e ganhei uma história.
João Paulo Marques
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