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Tarsila do Amaral e a Mesa de Chá |
A Mesa de Chá: Onde as Melhores Ideias Acontecem
“Um líder é um
vendedor de esperança.” Napoleão Bonaparte
Recentemente assisti na Universidade Nova a parte do
encontro - OUI Conference 2025. Várias ideias retirei de lá, uma delas foi a
mesa de chá. Foi apresentada por David Li do Shenzhen Innovation Lab. Não vou
reproduzir epsis verbis o que ouvi…mas vou escrevinhar umas
ideias. Digotambém que esta Mesa de Chá é um pouco como a nossa mesa de
café…mas bem mais assertiva.
Todos sabemos e vivenciamos a velocidade com que as coisas
acontecem. Não é assim difícil ficar preso na nossa própria bolha profissional.
Reuniões agendadas, e-mails que nunca acabam e que ficam por responder,
mesmo recorrendo à tecla fundamental [DELETE], a constante pressão por
resultados e a inovação que não para de acontecer. Esta dinâmica pode fazer com
que nos afastemos das oportunidades que o mercado oferece, das oportunidades de
inovação que florescem
E se eu vos dissesse que, talvez, as melhores ideias, os
insights mais valiosos e as conexões mais fortes podem nascer num local
inesperado? A Mesa de Chá.
Pensem nisto: não é uma sala de reuniões formal. Também não
é uma sessão de brainstorming estruturada. Trata-se de um espaço.
Pretende-se real, onde as hierarquias não existem e a curiosidade (e
desbocamento sério e profissional) prevalece. Peço desculpa, gosto
de inventar umas palavras. Um pouco por falta de léxico e por ter vivido no
estrangeiro.
Imaginem: engenheiros a conversar com designers;
profissionais de marketing a trocar ideias com especialistas em produto;
empreendedores a ouvir atentamente as experiências dos clientes. E, se
possível, eles todos juntos a trocar ideias.
O que pode
acontecer à volta desta "Mesa de Chá" (para além dos scones)?
- A
criatividade floresce: Longe da pressão e do controlo, as ideias mais
"loucas" ou antigas podem ganhar espaço para serem
exploradas. Uma frase casual pode ser a acendalha para um novo produto
revolucionário.
- O
mercado revela-se: Conversas genuínas expõem frustrações e
necessidades reais. É aqui que sentimos o "pulso" do mercado,
permitindo-nos identificar oportunidades inexploradas e validar direcções
estratégicas.
- A
colaboração constrói pontes: Profissionais de diferentes áreas
partilham perspectivas únicas. Ajudam a construir soluções mais robustas e
abrangentes. Deixamos de estar isolados para estarmos conectados ao
"que se está a fazer" e ao "que o mercado realmente precisa".(uma
das minhas próximas prosas)
- Produtos
e serviços que ganham alma: As soluções desenvolvidas a partir destas
interacções não são apenas funcionais, são concebidas com uma compreensão
mais profunda e uma paixão colectiva.
Na nossa jornada profissional tendemos a valorizar a
eficiência e a estrutura. Mas, por vezes, é na informalidade, na conversa
despretensiosa e na conexão humana que encontramos as chaves para a
verdadeira inovação, para a relevância no mercado e para continuarmos na senda
do Alive and Kicking.
A Mesa de Chá é um convite permanente
A Mesa de Chá não tem de ser um local físico. Idealmente não
deve ser. Deve ser sim um estado de espírito. A Mesa de Chá é estar disponível
para a conversa genuína. Ter a coragem de partilhar ideias ainda que
imperfeitas. Ter a sabedoria, sempre difícil, de escutar antes de falar. A
paciência de deixar que as melhores soluções fermentem no seu próprio tempo. Ou
de não ter medo
Em cada escritório, em cada café, em cada encontro casual,
pode existir uma mesa de chá em potencial.
Basta alguém ter a
coragem de sentar-se, servir o primeiro copo e fazer a primeira pergunta
verdadeiramente curiosa.
É então esperar que outros se juntem. Porque todos nós, no
fundo, ansiamos por conversas que nos aproximem. Não apenas uns dos outros, mas
do trabalho que realmente importa e do impacto que genuinamente desejamos criar
no mundo.
Eventualmente
relacionado com a Mesa de Chá – Vagabundeie, o dinheiro anda na rua
Onde está a sua
"Mesa de Chá “? Como estão a criar espaços como a “Mesa de Chá” para
que a criatividade flua e as ligações valiosas se estabeleçam?
PULP – DISCO 2000, Pulp, uma das melhores bandas do
chamado BritPop. Essa letra expressa de forma agridoce a expectativa e
desilusão do crescimento, típica de uma geração que amadureceu nos anos 80/90
olhando para o futuro com esperança, mas também com dúvidas. A ideia de se
encontrarem no ano 2000 — uma data que, em 1995, ainda parecia futurista —
funciona como símbolo de expectativas que não se realizam.